quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Sertório


General romano que nasceu em Núrsi, na Sabina, por volta do ano de 122 A.C. e morreu assassinado no ano de 72 A.C.
Sertório seguiu primeiro a carreira do Foro, na qual se distinguiu, tendo depois servido na guerra contra os Cimbros às ordens de Cipião e em seguida, sob o comando de Mário, foi enviado já como Tribuno Militar para a Península Ibérica. Nomeado Questor, depois de ter regressado a Roma, foi enviado para a Gália, onde combateu e venceu os inimigos de Roma, tendo aí sido gravemente ferido, perdendo um dos olhos.

Durante a guerra social, ao impedir a rebelião da Cisalpina, chamou sobre si os ódios de Sila, pela sua dedicação ao partido de Mário, regressando a Roma com ele.
Quando Sila recuperou o poder, despachou de imediato Sertório para a Península Ibérica, tendo ele aqui continuado a luta contra a aristocracia onde arranjou muitos inimigos, principalmente Aunio, lugar-tenente de Sila.
Quando os Lusitanos se sublevaram de novo, após o assassinato de Viriato, Sertório foi convidado para comandar a insurreição o que aceitou, pois viu aí um meio para combater a aristocracia romana. Assim, sob o comando de Sertório os Lusitanos obtiveram imensas vitórias, sobre os generais romanos, não tardando a dominar não só a Lusitânia como a Bética.
A sua fama atraiu muitos dos seus compatriotas que se tinham revoltado contra o poder de Roma. O primeiro general que ele venceu foi Metelo, que ao tentar tomar Lacóbriga foi completamente derrotado por Sertório, que acudiu em socorro da praça. Seguiram-se muitas vitórias e algumas derrotas, que tinham efeito contrário em Sertório, uma vez que não se deixava abater por elas, dando a entender que na desgraça ía buscar novas forças para o combate.

Curiosamente, Sertório acabou por prestar um grande serviço a Roma, introduzindo a civilização, as artes, a política e os costumes destes, tendo acabado por romanizar quase toda a Ibéria, dividiu os seus domínios em duas províncias: a Bética que tinha por capital Osca e a Lusitânia, cuja capital era Évora, residência favorita do chefe Lusitano.
A Sertório se deve o ter tirado - segundo Pinheiro Chagas - (...) o modo selvagem e brutal que os Lusitanos usavam no combate, fazendo-lhes adoptar as armas, a formatura e a disciplina romana; transformando uma verdadeira multidão de salteadores num verdadeiro exército. Além disso distribuía com mãos largas a prata e ouro para ornar os capacetes ou embelezar os escudos, e incitava os seus subordinados a usarem túnicas e mantos bordados (...).

Por ironia do destino este general romano e grande chefe dos Lusitanos morreu de um modo idêntico ao do seu antecessor Viriato. Depois de uma prolongada guerra com Metelo e Pompeu, que tinham sido enviados pelo Senado no ano de 76 A.C., acabou por ser assassinado no ano de 72 A.C., num banquete em sua honra, por um dos seus homens de confiança, Perpena, que contra ele urdira uma conspiração.

O nome de Sertório está ligado à lenda da fundação da Sertã.
Plutarco dedicou-lhe uma biografia das suas Vidas Paralelas, em que o comparou a Filipe II da Macedónia, Antígono Monoftalmo e Aníbal, que, como ele, também tinham perdido um olho. A sua vida é escrita em paralelo à de Euménio de Cárdia, um general de Alexandre Magno: "Ambos nasceram para liderar e eram dotados de grande talento para a guerra e de habilidade para frustrarem os seus inimigos; ambos estavam exilados dos seus países, comandavam soldados estrangeiros e, nas suas mortes, sofreram uma Fortuna que lhes foi dura e injusta, pois ambos foram vítimas de conspirações e foram mortos pelos mesmos homens com quem tinham vencido os seus inimigos."

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Quinto_Sert%C3%B3rio

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