segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

A língua Lusitana


A língua Lusitana ou Lusitânica, que também se pode denominar de Lusitano moderno ou Neo-lusitano (que na própria língua Lusitana se diz: Leukantu ou às vezes de Leukaeke para Lusitânico antigo) é a reconstruída língua nativa do povo Lusitano. Hoje só algumas pessoas que vivem em pequenas comunidades da Lusitânia falam esta língua, a moderna e reconstruída língua Lusitana. A língua Lusitana hoje é uma língua isolada pré-proto céltica que pertence ao antigo grupo Ibérico da grande Família Indo-Europeia. O Lusitano moderno é o único e o último idioma sobrevivente deste antigo e há muito extinto grupo étnico de povos pré-celtas Indo-europeus da Península Ibérica, que no passado viveram em toda a Lusitânia e Ibéria, tal como o é o povo nativo Lusitano. O povo Lusitano é um povo mais antigo do que o basco, e é muito mais antigo do que o povo mestiço neo-latino português, o povo Lusitano poderá mesmo ser o povo vivo mais antigo da Europa, talvez mais do que os gregos. A língua Lusitana não pode ser confundida com a língua portuguesa, muito embora a elite intelectual portuguesa denomine esta por vezes de Lusitana, o que é errado. Por exemplo, Viriato um dos maiores heróis nacionais do povo nativo Lusitano (que nem sequer foi incluído na lista das cem figuras mais importantes portuguesas) nunca falou a língua portuguesa. A língua portuguesa e a Lusitana são duas línguas completamente diferentes que pertencem a dois grupos étnicos diferentes de Portugal: os nativos Lusitanos e os mestiços neo-latinos portugueses. Diga-se de passagem que a língua dos portugueses, e ao contrário da língua Lusitana, está hoje subordinada no plano político e socio-cultural à sua variante brasileira, pelo menos ortograficamente, porque assim as elites traiçoeiras portuguesas o determinaram. Leukantu na língua Lusitana significa a "língua ou fala da luz".

A língua Lusitana não é uma língua artificial é sim uma língua étnica reconstruída nos mesmos moldes ou forma de construção seguida para a reconstrução da língua Córnica na Grã-Bretanha (Cornualha), do Prussiano antigo na Lituânia e Prússia Oriental (Kaliningrad) ou do Tasmaniano na Austrália (Tasmânia), muito embora as técnicas para a sua reconstrução fossem muitos similares a outras línguas europeias padronizadas e unificadas a partir de dialectos vivos, como o Neo-nórdico (Nynorsk) na Noruega e o Reto-romanico (Romansh) na Suíça. Embora não directamente relacionada, porque foi apenas influenciada, há uma perceptível e evidente influência léxica das antigas línguas Celtas, Germânicas, Hititas e Fenícias no Lusitano, sem esquecer o facto de outras línguas antigas e também agora extintas terem igualmente influenciado o Lusitano. Devido ao facto de o idioma Lusitano moderno só ter "nascido" recentemente, o número de falantes que compreendem a língua não ultrapassa os 20, enquanto podemos acrescentar cerca de mais 100 falantes não-fluentes na língua que tiveram um contacto mais ou menos regular com a língua e que conhecem algumas noções básicas ou mínimas para a sua compreensão, mesmo que limitada, e que vivem em algumas comunidades dispersas da Lusitânia. Porque só nos últimos dois anos, a KOL entendeu começar a regularização do ensino (não-oficial em Portugal) do Lusitano em pequenas escolas móveis rurais das comunidades da região da Lusitânia.

A antiga língua Lusitana (na verdade era um conjunto de dialectos e de línguas faladas por um grupo étnico-linguístico diverso e com as mesmas afinidades culturais, sociais e religiosas) continuou a ser falada depois da ocupação da Lusitânia em 25 a.c. até ao final do século V ou início do VI em algumas partes da Lusitânia. Só após uma feroz repressão e ocupação da Lusitânia pelos Visigodos e por outros povos bárbaros germânicos, é que a antiga língua Lusitana se extinguiu, até e foi completamente esquecida até ao século XX. Desde então, têm havido algumas tentativas de fazê-la renascer.
O renascimento de facto do Lusitânico ou da moderna língua Lusitana começou em 2001 quando Endobelis Ampilua, o fundador da ACEL-Trebopala em 2004, um nacionalista Lusitano descendente de uma família lusitana humilde, tratado como cidadão de segunda classe no seu próprio país, antigo exilado político nos primeiros tempos do bloco central num país escandinavo, regionalista convicto e também um entusiasta das antigas religiões e línguas celtas, acabou o seu trabalho de reconstrução da língua Lusitana. O propósito final do seu trabalho é conseguir que a língua Lusitana se torne no futuro numa arma poderosa ao serviço da unidade, da luta e da identidade étnica do povo nativo Lusitano e da Nação Lusitana, hoje em luta pela libertação da sua região traída pelos caciques locais e que vive sob domínio e ocupação colonial portuguesa.
O seu trabalho de reconstrução foi largamente baseado em antigas palavras lusitanas, em nomes pessoais e geográficos originados da antiga língua como ela foi falada até ao I século da Era cristã, período em que a língua nativa dos Lusitanos começou a ser fortemente influenciada pelo latim dos romanos até se extinguir completamente durante o período Gótico, quando estes e a Igreja de Roma impuseram o latim sobre as populações nativas da Lusitânia, que mais tarde com a assimilação de muitas palavras nativas originou um criolo ou a actual língua neolatina portuguesa. Embora mais tarde, em 2004, Endobelis Ampilua tenha dirigido o seu trabalho na (re)construção de uma segunda variante do Lusitano (o Leukantu), uma versão dialectal gramaticalmente mais acessível, moderna, popular e de fácil aprendizagem para o povo nativo Lusitano que tem hoje (infelizmente) como língua-materna o português e não a sua antiga língua, a variante antiga do Lusitânico (o Leukaeke) continua a ser ensinada àqueles que já tenham aprendido ou se iniciado no Leukantu. E embora ele tenha interditado o ensino da língua Lusitana aos portugueses, a outros estrangeiros e aos lusitanos que não assumem a sua verdadeira identidade nacional lusitana, que renegam suas origens e se consideram portugueses e aos que não aceitam o reconhecimento oficial de uma Região Autónoma da Lusitânia no nosso solar da Beira, de futuro esta situação poderá ser alterada, mas só depois de o Estado português reconhecer o povo nativo lusitano como entidade étnica distinta do povo mestiço português, assim como reconhecer a Lusitânia como entidade territorial autónoma dentro da República Portuguesa. O Lusitânico ou o idioma Lusitano tem tido cada vez mais procura (embora lenta, pois ainda não há professores da língua suficientes) por uma parte da população nativa lusitana. 


Hoje, o Lusitânico ou moderno Lusitano que tem duas formas ou variedades linguísticas, as diferenças são essencialmente gramaticais, continuará assim por mais alguns anos, com vista ao aperfeiçoamento da própria língua. A forma ou versão erudita (Leukanturi) da variante mais moderna do Lusitano (Leukantu), o "dialecto" popular, continuará a ser a primeira a ser ensinada aos iniciados da língua, só numa fase mais avançada se começa a ensinar a variedade clássica ou antiga do Lusitânico (ou Leukaeke). Serão estas duas variedades da língua Lusitana que irão nos próximos anos marcar passo ou determinar até que ponto o povo nativo Lusitano estará aberto ou não em aprender e adoptar a língua dos seus antepassados directos como um elemento determinante da sua identidade étnico-cultural Lusitana e não-portuguesa. De momento nas pequenas comunidades lusitanas dispersas um pouco pela região da Lusitânia, os alunos de uma e de outra variedade dividem-se em número semelhante nas suas preferências sobre qual das variedades deveria ser escolhida oficialmente. Muito embora a grande maioria dos nativos lusitanos estejam obrigados a aprender primeiro o Leukantu, porque são poucos os alunos que falam o Leukaeke, eles preferem este último "dialecto" (mesmo não o falando) porque todos compreendem que apesar da dificuldade (ou da falta de habituação) a esta variante, ela é contudo, a que mais se aproxima da língua antiga original. Só no futuro se poderá determinar qual a melhor variedade da língua, se a erudita (com as regras e os casos gramaticais da antiga língua) ou se a popular (melhor compreendida e de mais fácil aprendizagem), será o povo Lusitano a escolher.
Sendo uma língua recentemente reconstruída e flexível (qualquer falante fluente pode incorporar novas palavras) o Lusitânico hoje está em contínuo melhoramento pelos seus falantes com a incorporação de novas palavras principalmente para termos modernos como "computador" por exemplo. Todavia, muitos cadernos e livros artesanais assim como trabalhos literários têm sido publicados dentro das comunidades nativas lusitanas e centros alternativos à margem da sociedade oficial portuguesa nos últimos dois anos, e assim será até ser criada uma Região oficial da Lusitânia, e um número crescente de pessoas têm vindo a aprender a língua com regularidade.

Desenvolvimentos recentes têm incluído o aparecimento da música com canções em língua lusitana, a feitura de pequenas folhas informativas e de cadernos de estudo para estudantes em língua Lusitana, um pequeno número de crianças lusitanas têm sido educadas e ensinadas nas duas línguas da nossa região lusitana e assim a língua é ensinada em algumas escolas móveis lusitanas. Infelizmente a língua Lusitano só poderá ter um incremento maior quando a nossa região e o nosso povo nativo Lusitano conseguirem reconhecimento oficial por parte do Estado português e apoio material das instituições internacionais que apoiam as línguas minoritárias.
No início deste século XXI, um esforço consciente foi feito pelo renascimento da língua Lusitana de forma a torná-la um dia não muito distante na língua oficial da Região da Lusitânia, usada, falada e escrita quotidianamente em todos os planos sociais Lusitânia.

O número de falantes, embora seja ainda muito reduzido, está a crescer. Determinar um número exacto de falantes do Lusitano, está dependente do nível de habilidade que estes têm em expressarem-se na língua. O último recenseamento interno da KOL (saído em Janeiro de 2009) mostrava que o número de pessoas que sabiam o significado de algumas palavras básicas, como por exemplo que "Leukitanea" significa "Lusitânia", "Leukuir" significa "Povo Lusitano" e que "Leukantu" significa "Idioma Lusitano" eram mais de 1000 pessoas; o mesmo estudo (com base no censo feito pela Confederação da União Lusitana) mostra que cerca de 100 pessoas da comunidade nativa Lusitana têm algum conhecimento de frases básicas embora não sejam fluentes na língua; o mesmo estudo diz que o número de pessoas capazes de manterem uma simples conversação em lusitano seriam 20; o estudo também indicou de que seriam até agora 4 as pessoas que falam fluentemente a língua Lusitana, que seriam capazes de falar normalmente sobre todos os aspectos da nossa sociedade, e que podiam ensinar a língua aos estudantes mais novos.
O Lusitano existe na toponomia de alguns lugares "portugueses", e o conhecimento da língua pode ajudar a compreender o porquê ou o nome desses locais. Ainda hoje muitos nomes usados pelos antigos Lusitanos são adoptados para os filhos dos portugueses sem estes saberem da origem de facto do nome, que pensam erradamente que é português ou de outra origem estrangeira, "Macario", "Viriato", "Melo", "Ana", etc, etc. Existe como já se disse, um crescente interesse na aprendizagem da língua lusitana, os trabalhos literários, a poesia e as canções tradicionais em lusitano executadas nas comunidades nativas lusitanas durante os dias festivos e encontros realizados pelos membros da comunidade nativa lusitana são disso exemplo.


Fonte: Lusopédia