tag:blogger.com,1999:blog-72293259741449631662024-03-20T00:04:50.453-07:00 Forja de LumeEndovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.comBlogger68125tag:blogger.com,1999:blog-7229325974144963166.post-25376313823460416742020-03-10T13:56:00.002-07:002020-03-10T13:58:37.078-07:00 Lugh - O deus da luz<div style="box-sizing: inherit; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; text-align: center;">
<span style="color: white; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;"><b style="background-color: black;">O nome Lugh significa "luz" ou "brilhante".</b></span></div>
<div>
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGJwrteL7aVNTxNSzYrhcpkByhFbqOUkpOMfhrJZmfAHGJhxPnnkeRaODb5rNwsfs1xAiYU6XQ0d-HF770fZ-IlNwD73OQK-_yGImMj_5ytCKXbsyd3zLqO-YAedOMepj4lbOT7PgG7G4/s1600/2410c380b25070fca5f20e42e29d177f.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="623" data-original-width="500" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGJwrteL7aVNTxNSzYrhcpkByhFbqOUkpOMfhrJZmfAHGJhxPnnkeRaODb5rNwsfs1xAiYU6XQ0d-HF770fZ-IlNwD73OQK-_yGImMj_5ytCKXbsyd3zLqO-YAedOMepj4lbOT7PgG7G4/s400/2410c380b25070fca5f20e42e29d177f.jpg" width="320" /></a></div>
<div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: white; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: white; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">Lugh é um Deus solar, representado em muitas Lendas Irlandesas como sendo o triunfo da Luz sobre a Escuridão. Ele é o Guardião legítimo da Lança Mágica de Glorias e era particularmente associado ao uso da funda (arma feita de pele de animal com a qual se lançam pedras ), com a qual matou o seu terrível adversário, Balor.</span></div>
<div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">Lugh é um Deus que está presente em todos os Panteões Celtas.. Em Gaulês antigo tinha o nome de Lugos, e ao longo do resto da Ilha Britânica, é conhecido como Lug. As Histórias e mitos sobre ele diferem em cada região onde é reverenciado de inúmeras formas e através de diferentes ritos.</span></div>
<div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">Principalmente conhecido como Deus do Sol, Lugh também é um Deus Guerreiro, da Medicina, Druida, Bardo, Ferreiro, Cervejeiro, entre outras coisas.</span></div>
<div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">As suas funções identificam-no como um Deus da Guerra e das Artes Mágicas, mas os poetas e todos os artistas também são por ele beneficiados, juntamente com os guerreiros e os magos. As suas armas sagradas em todas as tradições são a funda e a lança. No folclore Irlandês ele é o Pai do grande Herói Cuchulain.</span></div>
<div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">Lugh está fortemente ligado com o fogo, com o Sol e com o tempo. Em várias representações suas, Ele aparece com um Torc ( (peça de joalharia Celta ), e uma lança brilhante, que por vezes aparece como sendo um raio.</span></div>
<div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">Ele é o Deus de todas as habilidades, artes e da excelência em todo o empenho imaginável. Ele é visto como o Protector e Guia do seu Povo. Animais que lhe são especialmente sagrados são, as águias e os corvos que mantêm vigia sobre tudo aquilo que acontece na Terra. A sua Árvore Sagrada é o Freixo.</span></div>
<div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">Embora ele seja representado das mais diversas formas e com atributos diferentes, existem alguns pontos em comum encontrados nos Mitos sobre Lugh em diferentes Tribos Celtas:</span></div>
<div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">Ele é um Deus Jovem com longos cabelos e com a face brilhante como o Sol</span></div>
<div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">Ele é qualificado em várias Artes</span></div>
<div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">Ele é sobrevivente de gémeos no nascimento</span></div>
<div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">Ele é adoptado em criança (na Irlanda por Tailtu e em Gales por Gwydion)</span></div>
<div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">As suas armas principais são a lança e a funda</span></div>
<div>
<span style="background-color: black; color: white; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">A sua associação com pássaros e a capacidade de se transformar neles. Lugh, assim como Morrighan, está associado com corvos e gralhas, embora na mitologia Gaulesa ele se transforme em Águia.</span></div>
<div>
<span style="background-color: black; color: white; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div align="justify">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">Lugh foi um dos mais populares e difundidos deuses celtas. Várias cidades receberam o nome em sua homenagem. Ele é descrito em vários mitos celtas como um acréscimo tardio a lista de deuses, o último a integrar o Tuatha de Danaan, após realizar várias proezas pra ser considerado merecedor. Ele é sempre descrito como um homem jovem, armado de uma lança de arremesso. Realizavam em sua homenagem um festival chamado Lughnasa.</span></div>
<div align="justify">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">Lugo/ Lugh - Deus das habilidades. Um Druida médico, magia, reencarnação, relâmpago, água, artes manuais, poetas, músicos, historiadores, iniciações, profecia. Conhecido como o Deus Sol Celta. </span></div>
<div align="justify">
<i><span style="background-color: black; color: white; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;"><br /></span></i></div>
<i><span style="background-color: black; color: white; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">Lugh é um deus que foi adorado na Ibéria, mais propriamente na zona correspondente à da actual Galiza e Norte de Portugal (Galecia), tendo vários topónimos ainda hoje presentes, assim como algumas inscrições encontradas. </span></i><br />
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><i><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;"><br /></span></i>
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Deus da Luz, cujo culto é documentado epigraficamente na inscrição de Peñalba de Villastar, datando do século I A.C. ( onde encontramos a única menção antiga da Festa de Lughnasadh ), assim como em outra inscrição em Uxama e mais uma, em Fuensabiñán, Guadalajara. Também encontram-se topónimos em área celtibérica como Luguadicus em Uxama, Luguateitubos, assim como em Lucobriga ( Daroca ), entre outros. Lug, ou Dis Pater é uma Divindade de carácter Solar, devido à raiz de seu nome, que significa “brilhar”, e dizia-se que Seu rosto era tão brilhante que nada nem ninguém poderia mirá-lo( muitos estudiosos acreditam que o brilho a que refere o mito de Lug é o do raio cortando o Céu, que inclusive é simbolizado por sua Lança; nesse aspecto, Lug também pode ser associado a Júpiter ou Zeus, Senhor do Céu e dos Raios. O corvo é mencionado como uma zoofania típica de Lug, o que nos remete a Endovélico e seu duplo carácter solar-saturniano, de que o corvo é símbolo totémico maior na Península Ibérica. Muitas cidades antigas foram construídas em torno de Santuários dedicados a esse Deus: Lugo na Calaecia ( Galiza ), noroeste da Espanha, assim como em outras áreas da Europa, o que mostra a universalidade de Seu culto : Lugdunum ( atual Lyon ), Laon e Loudun, na França; Londinium ( atual Londres ), na Inglaterra; Lugarus, Lugano e Locarno, na Suíça; Luga e Luganskaya, na Rússia; Ludge, na Alemanha; Leidem, na Holanda; Luggude, na Suécia; Lugoj, na Romênia; Lugo, na Itália; e Lugos, na Áustria.</span></span></span><br />
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">10-03-2020</span></span></span>Endovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7229325974144963166.post-68015704632444066072017-05-12T08:25:00.000-07:002017-05-12T08:26:22.082-07:00Raiz Ibérica 2017<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi91EeM2anFFoWS3fdPRdpn9zq3Q9Guw81S_tUGWUeRkonTaQKEnyZ0UmEgni_ylPQsqvTlR9e8bAtrfxzxdQz4tsVm9EoVM1-QSVmEE57j7W50KoS0sJ_CrJ_FWWzrl1wJ0a8tbv7ptqc/s1600/15271877_1794659724106729_2004713322700215625_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi91EeM2anFFoWS3fdPRdpn9zq3Q9Guw81S_tUGWUeRkonTaQKEnyZ0UmEgni_ylPQsqvTlR9e8bAtrfxzxdQz4tsVm9EoVM1-QSVmEE57j7W50KoS0sJ_CrJ_FWWzrl1wJ0a8tbv7ptqc/s320/15271877_1794659724106729_2004713322700215625_o.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<span class="_4n-j _fbReactionComponent__eventDetailsContentTags fsl" data-testid="event-permalink-details">R
A Í Z I B É R I C A es un encuentro anual que pretende acercar
distintos enfoques y visones del folklore y de la etnografía de la
Península Ibérica a través de actividades lúdicas y docentes. Es un
evento se desarrolla en plena naturaleza donde los asistentes puedan
desconectar del mundo moderno, sentirse en armonía con sus raíces
culturales y con el entorno que les rodea. <br /> A su vez, es un evento
enfocado para todos los públicos, ya que hay actividades amoldadas desde
los más pequeños hasta los mayores, pero se enfoca sobre todo hacia la
gente joven a modo de festival, con acampada y actividades que se
prolongan desde la mañana a la noche a orillas del río Duero, en el
corazón de la Celtiberia.<br /><span class="text_exposed_show"><br />
CONFERENCIAS / TALLERES / CONCIERTOS / JUEGOS TRADICIONALES /
MASCARADAS DE INVIERNO / ARTESANÍA / ETNOGRAFÍA / HISTORIA ANTIGUA /
GASTRONOMÍA REGIONAL / FOLCLORE IBÉRICO / NATURALEZA y mucho más...</span></span><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPd1_-weSJ_lp7s0XbU8-4slq0sXMYlXzb_pkwUUzbuIi1YEAK69EahW2gnOWwZByUv6OiGj9QdaD-pwoILxTnXUcckPv31Gl5UFqeZS8-Obv_w-LtWlbXOhhRYCxtOLV586mc8wVClL0/s1600/17017086_1853785251527509_6267311316047826507_o.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPd1_-weSJ_lp7s0XbU8-4slq0sXMYlXzb_pkwUUzbuIi1YEAK69EahW2gnOWwZByUv6OiGj9QdaD-pwoILxTnXUcckPv31Gl5UFqeZS8-Obv_w-LtWlbXOhhRYCxtOLV586mc8wVClL0/s400/17017086_1853785251527509_6267311316047826507_o.png" width="400" /></a></div>
<span class="_4n-j _fbReactionComponent__eventDetailsContentTags fsl" data-testid="event-permalink-details"><span class="text_exposed_show"><br /></span></span><span class="_4n-j _fbReactionComponent__eventDetailsContentTags fsl" data-testid="event-permalink-details"><span class="text_exposed_show"><br /></span></span><br />
<div class="_5pbx userContent" data-ft="{"tn":"K"}" id="js_2y0">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="text_exposed_root text_exposed" id="id_5915d22b58bac7e04211731">
"DONACIONES" <br />
<br />
<br />
Para ayudar en nuestro camino de protección ambiental y difusión
etno-cultural de la Península Ibérica, hemos creado un encuentro anual
que pretende acercar el folclore, la etnografía, la naturaleza y la
historia de la Península Ibérica a través de actividades lúdicas como
talleres, conciertos, muestras y conferencias. Intentando que el evento
se pueda desarrollar sie<span class="text_exposed_show">mpre, en un
enclave natural donde los asistentes puedan desconectar del mundo
moderno y sentirse en comunión con el entorno natural.</span><br />
<div class="text_exposed_show">
Por ello os pedimos una pequeña contribución. Ya que el dinero aquí
recaudado será usado para pagar parte de los gastos del próximo
encuentro anual, de los que RAÍZ IBÉRICA no puede hacerse cargo, ya que
somos una asociación sin ánimo de lucro y prescindimos de fondos para
ello. Estos fondos recaudados serán destinados a cubrir los gastos de
los participantes, de las asociaciones, de las infraestructuras, etc...
Así que agradecemos mucho vuestras donaciones para que este festival
siga manteniendose y creciendo año tras año.<br />
DONAR: <a href="https://www.paypal.com/es/cgi-bin/webscr?cmd=_flow&SESSION=ZD7VRHjt5MZvMHeI1C_orxTeN91-O58Cc9iMaFsFO1n0eMSHKGZIiukN7ti&dispatch=5885d80a13c0db1f8e263663d3faee8d94717bd303200c3af9aadd01a5f55080" rel="nofollow" target="_blank">https://www.paypal.com/es/cgi-bin/webscr…</a> <br />
¡Muchas Gracias! ¡¡SOMOS RAÍZ!!</div>
</div>
</div>
<span class="_4n-j _fbReactionComponent__eventDetailsContentTags fsl" data-testid="event-permalink-details"><span class="text_exposed_show"> info@raiziberica.eu / <a href="http://www.raiziberica.eu/" rel="nofollow nofollow" target="_blank">www.raiziberica.eu</a><br /><br /> </span></span>Endovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7229325974144963166.post-45659486769269670582017-05-12T07:42:00.000-07:002017-05-12T08:27:44.991-07:00A Coca<div class="mw-content-ltr" dir="ltr" id="mw-content-text" lang="pt">
A <b>coca</b> é um ser mítico, uma espécie de fantasma, bruxa ou bicho-papão
com que se assustam meninos. Embora não tenha uma aparência definida,
este ser assustador tinha uma representação figurada, a sua cabeça era
uma espécie de abóbora ou cabaça da qual saía luz (ou fogo). A representação da <b>coca</b>
era feita com uma panela ou abóbora oca em que se faziam três ou quatro
buracos, imitando olhos, nariz e boca, e em que se colocava uma luz
dentro e deixava-se, durante a noite, num lugar bem escuro para assustar
crianças e pessoas que passavam .<br />
A <i>coca</i> é um ser feminino, o equivalente masculino é o <i><b>coco</b></i>
embora ambos acabem por ser dois aspectos do mesmo ser, e confundem-se
um com o outro na sua representação e no seu papel de assustar meninos;
como nenhum destes seres tem uma forma definida toma-se um pelo outro.<br />
<br />
<div class="thumb tright">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a class="image" href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Goya_-_Que_viene_el_coco_%28Here_Comes_the_Bogey-Man%29.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" class="thumbimage" data-file-height="3000" data-file-width="2164" height="305" src="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/34/Goya_-_Que_viene_el_coco_%28Here_Comes_the_Bogey-Man%29.jpg/220px-Goya_-_Que_viene_el_coco_%28Here_Comes_the_Bogey-Man%29.jpg" width="220" /></a> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Que Viene el Coco, (1799) de Goya</div>
</div>
</div>
<br />
<h2>
</h2>
O mito do Coco teve origem em Portugal e na Galiza. Segundo o dicionário da Real Academia Espanhola, “el coco” (também chamado de “el cuco” na América Latina) teve origem no fantasma português: “(<i>Del port. côco, fantasma que lleva una calabaza vacía, a modo de cabeza). Fantasma con que se mete miedo a los niños</i>”. A palavra coco é usada em linguagem coloquial para significar a cabeça humana em português e espanhol<sup>.</sup> Coco também significa crânio.A palavra "cocuruto" em português significa a coroa da cabeça e o lugar mais alto. "Gogo" em basco significa espírito. Na Galiza "crouca" significa cabeça,<sup> </sup>deriva
do proto-celta *krowkā-, e tem a variante "croca"; e quer coco ou coca
também significam cabeça. São cognatos o córnico "crogen" que significa
crânio, o bretão "krogen ar penn" que significa crânio, e o irlandês
"clocan" que também significa crânio.<br />
Na
mitologia Calaico-Lusitana Crouga (do proto-celta *krowkā-) é o nome de
uma divindade ainda com contornos obscuros, a quem são feitas
oferendas, no entanto na inscrição de Ginzo de Limia é a Crouga que é
oferecida.<br />
Nas Ordenações e Leis Extravagantes, "dar coca a alguém" significa
"trazê-lo sujeito e à sua disposição com carícias e afagos, trazê-lo
tonto, manso com amavias"<br />
Coco era o nome do fruto de uma espécie de carvalho. Por sua vez o
nome cuca era dado a uma "espécie de bugalho que se cria nos carvalhos e
que, quando verde, tem cor avermelhada que faz lembrar a de certas
maçãs".
(vide maçã-de-cuco). O vocábulo transmontano "cócora" significa
'castanha cozida, que se não descascou parcialmente', e deriva de coco,
coca. Em provençal "coca" é o nome que se dá à castanha.<br />
<h2>
<span class="mw-headline" id="Lenda">Lenda</span></h2>
O nome do coco é usado frequentemente como aviso de um mal iminente
nos países de língua castelhana, tal como acontecia em Portugal, quando
as crianças desobedecem a seus pais, não querem dormir, não querem
comer, ou para as dissuadir de ir para lugares perigosos e de se
afastarem de casa. Não é o aspecto do coco mas o que ele faz que assusta
a maioria das crianças. O coco é um comedor de criança (um
papa-meninos)
e um sequestrador. Ele imediatamente devora a criança e não deixa
rastro dela ou leva a criança para um lugar sem volta. Mas ele só faz
isso às crianças desobedientes.
A coca fica a vigiar as crianças mal comportadas do topo do telhado
(fica à coca). O coco toma a forma de qualquer sombra escura e fica
também de guarda. Eles são atraídos pela desobediência de uma criança.
Ambos representam o oposto do anjo da guarda e são frequentemente
comparados ao diabo. Há ainda quem veja o coco como a representação dos
defuntos da comunidade local.<br />
<h2>
</h2>
<div class="thumb tleft" style="text-align: center;">
<div class="thumbinner" style="width: 182px;">
</div>
</div>
<div class="thumb tleft" style="text-align: center;">
<div class="thumbinner" style="width: 182px;">
<div class="thumbcaption">
<br /></div>
</div>
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a class="image" href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:F%C3%ADbula_celt%C3%ADbera_de_Lancia_%28M.A.N._22925%29_01.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" class="thumbimage" data-file-height="1340" data-file-width="1728" height="155" src="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d4/F%C3%ADbula_celt%C3%ADbera_de_Lancia_%28M.A.N._22925%29_01.jpg/180px-F%C3%ADbula_celt%C3%ADbera_de_Lancia_%28M.A.N._22925%29_01.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fíbula celtibérica em bronze. </td></tr>
</tbody></table>
<div class="thumb tleft" style="text-align: center;">
<div class="thumbinner" style="width: 182px;">
<a class="image" href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Cabeza_cortada_castrexa.jpg"><img alt="" class="thumbimage" data-file-height="640" data-file-width="640" height="180" src="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/73/Cabeza_cortada_castrexa.jpg/180px-Cabeza_cortada_castrexa.jpg" width="180" /></a>
</div>
</div>
<div class="thumb tleft" style="text-align: center;">
<div class="thumbinner" style="width: 182px;">
<div class="thumbcaption">
<span style="font-size: x-small;">"Cabeça cortada" galaico-lusitana</span></div>
</div>
</div>
<div class="thumb tright">
<div class="thumbinner" style="width: 222px;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: left;">
No Minho a máscara que se faz com a casca de uma abóbora é chamada de coco. Na antiga Beira Alta
era costume os rapazes levarem espetada num pau, como símbolo das almas
do outro mundo, uma abóbora esculpida em forma de cara, com uma vela
acesa dentro, lembrando uma caveira.</div>
<div style="text-align: left;">
Segundo
Rafael Loureiro, a tradição de esculpir abóboras com rostos é uma
tradição milenar na Península Ibérica que remonta ao tempo dos
celtiberos , um costume parecido ao que Diodoro Sículo atribuía aos
guerreiros Iberos na batalha de Selinunte em 469 a.C., que penduravam
nas lanças as cabeças dos inimigos. .</div>
<dl style="text-align: left;"><dd><i>"O costume outonal e infantil de esvaziar abóboras e talhar na
sua casca olhos, nariz e boca buscando uma expressão tétrica, longe de
ser uma tradição importada por um recente mimetismo cultural
americanizante, é um rasgo cultural antiquíssimo na Península Ibérica" ~
Rafael Loureiro</i></dd></dl>
<div style="text-align: left;">
Esta tradição estaria ainda relacionada com o culto celta das "cabeças cortadas" na península Ibérica. Nas <i>Décadas da Ásia</i> (1563), João de Barros descreve como o nome do coco (fruto), teve origem nesta tradição:</div>
<dl style="text-align: left;"><dd><i>“Esta casca per onde aquelle pomo recebe o nutrimento vegetal,
que he pelo pé, tem uma maneira aguda, que quer semelhar o nariz posto
entre dous olhos redondos, per onde elle lança os grellos, quando quer
nascer: por razão da qual figura, sem ser figura , os nossos lhe
chamaram coco, nome imposto pelas mulheres a qualquer cousa, com que
querem fazer medo ás crianças, o qual nome assi lhe ficou, que ninguem
lhe sabe outro, [...]”</i></dd></dl>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Na primeira metade do século XX a coca era parte integrante de festejos como o do Dia de Finados ou o peditório ritual do Pão-por-Deus. O Pão-por-Deus, já mencionado no século XV,
é um peditório ritual feito por crianças, embora antigamente
participassem também os pobres, feito com o fim de partilhar o pão ou
guloseimas com as alminhas queridas, os defuntos da comunidade, que eram
aguardados ansiosamente e chegavam de noite em forma de borboletas ou
pequenos animais. Conforme a região, este peditório assume diferentes nomes: santoro ou santorinho, dia dos bolinhos, fieis de Deus, já na Galiza o peditório tem o nome de migalho (migallo).</div>
<dl style="text-align: left;"><dd>
<dl><dd>
<dl><dd>"<i>Nesta mesma cidade de Coimbra, onde hoje nos encontramos, é
costume andarem grupos de crianças pelas ruas, nos dias 31 de Outubro e 1
e 2 de Novembro, ao cair da noite, com uma abóbora oca e com buracos
recortados a fazer de olhos, nariz e boca, como se fosse uma caveira, e
com um coto de vela aceso por dentro, para lhe dar um ar mais macabro.</i>"</dd></dl>
</dd></dl>
</dd></dl>
<dl style="text-align: left;"><dd>
<dl><dd>
<dl><dd>"<i>Em Coimbra o peditório menciona «Bolinhos, bolinhós»,
e o grupo traz uma abóbora esvaziada com dois buracos a figurarem os
olhos de um personagem e uma vela acesa dentro[...]outro exemplo da
utilização da abóbora ou cabaço como figuração humana, nas máscaras dos
embuçados das esfolhadas de Santo Tirso de Prazins
(Guimaräes), que depois, estes passeiam, alçadas num pau e com uma vela
dentro, e deixam espetados em qualquer sitio mais ermo, para meterem
medo a quem passa.</i>"</dd></dl>
</dd></dl>
</dd></dl>
<div style="text-align: left;">
Os embuçados ou serandeiros das desfolhadas
são rapazes mascarados, cobertos com um cobertor, lençol ou capa
encapuçada, trazem uma "racha", pau de marmeleiro ou de lódão da sua
altura numa mão, na outra trazem raminhos de manjerico ou maçãs que dão a
cheirar ou fazem cocegas nas bochechas dos presentes, e às vezes, por
travessura, trazem urtigas. Quando uma rapariga reconhece quem é o
serandeiro ou se reconhece o seu namorado joga-lhe a maçã que ela tinha
trazido de casa. Os serandeiros representam os espíritos dos mortos, os espíritos da natureza.</div>
<dl style="text-align: left;"><dd>
<dl><dd>
<dl><dd>"<i>Em Landim
(Famalicão) fingia-se, para amedrontar a gente das esfolhadas, um rosto
humano com um cabaço ôco onde se metia uma vela a arder. A seguir
espetava-se o cabaço num espeque, e deixava-se num ponto de passagem.</i>"</dd></dl>
</dd></dl>
</dd></dl>
<div style="text-align: left;">
Na Galiza começava-se a talhar as cabaças com cara de caveiras perto do dia de São Miguel (21 de Setembro), e continuava-se pelo outono dentro. Toda a estação do outono era tempo de fazer caveiras com as cabaças.</div>
<div style="text-align: left;">
As cabeças teriam poderes protectores, protegiam as pessoas ou
comunidades. Teriam também poderes divinatórios ou proféticos e de cura.
Os locais de exibição das cabeças cortadas, da Idade do Ferro,
situavam-se dentro e fora dos edifícios, notando-se uma preferência por
locais públicos, de trânsito e locais altos acima do nível de circulação
das pessoas (ruas, varandas ou entradas de edifícios, paredes e
pilares), sempre com uma preferência pelos locais mais visíveis.</div>
<div style="text-align: left;">
A representação da coca, com uma abóbora iluminada, faz parte do património imaterial galego-português. Na Galiza é tema na festa das caliveras, ou samaín, e assume vários nomes: calacús, caveiras de melón, calabazotes, colondros etc.</div>
<div style="text-align: left;">
Os rituais em torno da Nossa Senhora da Cabeça, em Portugal, incluem a
oferta de ex-votos com a forma de cabeças de cera, rezar a Avé Maria
com uma estátua da Nossa Senhora em cima da cabeça, e rezar com a cabeça
dentro de um buraco aberto na parede da capela.</div>
<div style="text-align: left;">
A capela de Nossa Senhora das Cabeças localizada a 50 m NW das ruínas do templo romano de Nossa Senhora das Cabeças (Orjais, Covilhã)
evidencia uma continuidade no uso de um espaço sagrado que passou de
uma área de culto pagão para a de um culto cristão e que continuou a ser
um local culto nos séculos seguintes até ao dia de hoje. De acordo com
Pedro Carvalho os achados pré-romanos e a localização invulgar das
ruínas romanas dentro das muralhas de um castro do século VIII a.c. sugerem a possibilidade de o local ter sido inicialmente de um culto pré-romano. Em Mileu, a capela de nossa Senhora das Cabeças tem cabeças humanas, uma cabeça com gorro, e cabeças de lobo como motivos decorativos.
Na aldeia de Ponte, freguesia de Mouçós, num monte que dá para o Rio
Corgo, há uma capelinha chamada de Santo Cabeço que a lenda diz ter sido
construída pelos Mouros.
Na parede voltada para o sul tem uma cavidade redonda onde os Mouros
metiam a cabeça para ouvir o mar. O povo local tem também o costume de
colocar a cabeça no buraco: uns para ouvirem o sussurro semelhante ao
das ondas, outros para aliviarem as dores de cabeça.</div>
<div style="text-align: left;">
Prudêncio e Martinho de Braga afirmavam que os habitantes da Hispânia veneravam pedras e árvores sagradas.</div>
<div style="text-align: left;">
Para além das tradicionais abóboras, fazem-se as lanternas com
buracos a figurarem um rosto com panelas velhas furadas, com melões, e
com caixas de sapato.</div>
<br />
<h2>
<span class="mw-headline" id="Literatura">Literatura</span></h2>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a class="image" href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ribadeo,_Plazuela_de_San_Roque.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="Os cocos, representação gigante do coco e da coca de Ribadeo, na Galiza." class="thumbimage" data-file-height="2404" data-file-width="2705" height="196" src="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/f0/Ribadeo%2C_Plazuela_de_San_Roque.JPG/220px-Ribadeo%2C_Plazuela_de_San_Roque.JPG" width="220" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Os cocos</i>, representação gigante do coco e da coca de Ribadeo, na Galiza.</td></tr>
</tbody></table>
<div class="thumb tright" style="text-align: center;">
<div class="thumbinner" style="width: 222px;">
</div>
</div>
<div class="thumb tright" style="text-align: center;">
<div class="thumbinner" style="width: 222px;">
<div class="thumbcaption">
<br /></div>
</div>
</div>
<div style="text-align: left;">
Na literatura oral a <i>coca</i> é tema das cantigas de embalar, tal como o bicho-papão que rouba criancinhas ou a Maria-da-Manta que tem fogo nos olhos, é um ser que assusta as crianças, está sempre à espreita (<i>está sempre à coca</i>), e impede que o sono chegue. O sono é muitas vezes personificado por um outro ser mítico, o João Pestana.</div>
<dl style="text-align: left;"><dd>
<dl><dd>
<dl><dd>
<dl><dd><i>“Vai-te coca vai-te coca</i></dd><dd><i>Para cima do telhado</i></dd><dd><i>Deixa dormir o menino</i></dd><dd><i>Um soninho descansado.”</i></dd></dl>
</dd></dl>
</dd></dl>
</dd></dl>
<div style="text-align: left;">
No Auto da Barca do Purgatório (1518), de Gil Vicente, um menino identifica o diabo como o "coco":</div>
<dl style="text-align: left;"><dd>
<dl><dd>
<dl><dd>
<dl><dd><i>“Mãe e o coco está ali</i></dd><dd><i>queres vós estar quedo co'ele?</i></dd><dd><i>Demo: Passa passa tu per i.</i></dd><dd><i>Menino: E vós quereis dar em mi</i></dd><dd><i>Ó demo que o trouxe ele."</i></dd></dl>
</dd></dl>
</dd></dl>
</dd></dl>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
Endovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7229325974144963166.post-44288367356075052112016-06-06T13:15:00.001-07:002016-06-06T13:15:53.058-07:00As siglas Poveiras<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://s3.amazonaws.com/gs-geo-images/695585b6-44ad-450b-981e-58924a8d66e2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://s3.amazonaws.com/gs-geo-images/695585b6-44ad-450b-981e-58924a8d66e2.jpg" width="320" /></a></div>
<table class="cms_table" style="width: 100%px;"><tbody>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_td" width="729"></td>
</tr>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_td"><br /></td>
<td class="cms_table_td"><br /></td>
</tr>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_td"><b>As marcas, balizas e divisas <br />
<br />
</b>As marcas são a escrita do Poveiro.<br />
<br />
Têm muita analogia com a escrita Egípcia porque
constituem imagens de objectos: Sarilho, Coice (imagem de parte da
quilha de um barco) Arpão, Pé de galinha, Grade, Lanchinha, Calhorda,
Pêna, etc.<br />
<br />
As marcas estão nas redes, nas velas, nos mastros, paus de varar, nos
lemes, nos bartidoiros, nos boireis, nas talas, nas facas da cortiça,
nas mesas, nas cadeiras, em todos os objectos que lhe pertençam, quer
no mar, na praia ou em casa. A marca num objecto equivale ao registo
de propriedade. O Poveiro lê essas marcas com a mesma facilidade com
que nós procedemos à leitura do alfabeto.<br />
<br />
Não são marcas organizadas ao capricho de cada um, mas
antes, simbolismos ou brasões de famílias, que vão ficando por
herança de pais para filhos e que só os herdeiros podem usar.<br />
<br />
Casos curiosos encontramos ao colher as nossas notas
sobre as marcas, sobretudo quando, ao organizar a árvore de uma
família, encontrávamos a velha tradição quebrada, isto é, quando
verificávamos que na descendência não era seguida a fórmula usada para
distinção da marca pela Comunidade. Estes factos, curiosos e
interessantes pare este estudo, ficam mais adiante anotados.<br />
<br />
O nosso fim, com a publicação deste trabalho, é
apenas arquivar material que possa servir os estudiosos
especializados.<br />
<br />
Por isso mesmo, todas as incorrecções que, encontramos
ao organizar essas arvores familiares pare o estudo da evolução das
marcas, segundo as presunções, e conhecimentos que já tínhamos,
procurávamos logo, junto dos indivíduos a quem essas marcas diziam
respeito, saber as suas causas, visto que essas incorrecções, se não
tivessem explicação plausível, atirariam por terra todas as
informações até aqui julgadas verídicas que não passariam, assim, de
fantasiosas.<br />
<br />
Mas não. Os esclarecimentos dados vinham, antes,
corroborar todas as nossas convicções sobre o assunto,
demonstrando-nos que cada família tem a sua marca própria, passando
através dos tempos com a mesma galhardia de todas as outras tradições
poveiras.<br />
<br />
<div class="cms_table">
<table class="cms_table" style="width: 98%px;"><tbody>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral" colspan="3">Das
centenas de marcas que examinamos, podemos fixar as das seguintes
famílias, de leitura fácil entre a Comunidade, por as simbolizarem
desde tempos imemoriais:</td>
</tr>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"><br /></td>
</tr>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"><br /></td>
</tr>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"> <div class="cms_table">
<table class="cms_table_textogeral" style="width: 100%px;"><tbody>
<tr class="cms_table_textogeral_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral_td" width="34%"><img alt="" border="0" src="http://www.povoadevarzim.com.pt/fotografias/siglas1.jpg" /></td>
<td class="cms_table_textogeral_td" width="66%"><b>1 – Os Canetas</b> – Meia pena e cruz no rabo.<br />
<b>2 – Os Pinheiras</b> – Calhorda de cruz ao centro.<br />
<b>3 – Os Trunfos</b> – O São Selimão.<br />
<b>4 – Os Cotovias e Potricos</b> – Cálix fechado, estrela e coice.<br />
<b>5 – Os Chascos</b> – Pé de galinha.<br />
<b>6 – Os Fangueiros</b> – Cruz, pique e cruz.<br />
<b>7 – Os do Cego do Maio</b> – Meio sarilho.<br />
<b>8 – O Fanecas</b> – Pente e lanchinha.<br />
<b>9 – Os Chabões</b> – São Selimão, estrela e grade de 4 piques.<br />
<b>10 – Os Coutos</b> – Lanchinha e coice.<br />
<b>11 – Os Patas</b> – Cálix fechado e estrela.<br />
<b>12 – Os Malgas</b> – Cruz e pique na ponta da cruz.<br />
<b>13 – Os Micharros</b> – Meia pena e pé de galinha.<br />
<b>14 – Os Penedas</b> – Sarilho com pique na ponta de baixo e estrela.<br />
<b>15 – Os Penedas</b> – Estrela, dois piques e cruz.<br />
<b>16 – Os Moucos</b> – Duas estrelas e coice.<br />
<b>17 – Os Benfas e Tamancas</b> – Cálix fechado com pique ao centro e cruz.<br />
<b>18 – Os Bragas</b> – Cálix aberto e coice.<br />
<b>19 – Duartes</b> – Coice, cruz c coice.<br />
<b>20 – Os Turras</b> – Estrela, meio arpão e cruz ao rabo do arpão.</td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
<br />
<div class="cms_table">
<table class="cms_table" style="width: 98%px;"><tbody>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"><b>21 – Os Izambas</b> – Cálix aberto emborcado com pique na borda.<br />
<b>22 – Os Negrinhos</b> – Calhorda com pique a meio e lanchinha.<br />
<b>23 – Os Bôtos</b> – Cruz, lanchinha e cruz.<br />
<b>24 – Reixa</b>s – Estrela de rabo com 3 meios piques no rabo e grade de 4 piques.<br />
<b>25 – Os Padeiras</b> – (Marques) – Lanchinha e coice.<br />
<b>26 – Os Padeiras</b> – (Santos) – Sarilho.<br />
<b>27 – Os Ferras</b> – Lanchinha a prumo e pique à ré.<br />
<b>28 – Os Patriças</b> – Cruz, dois piques e um por riba e cruz.<br />
<b>29 – Os Tabojos</b> – Cálix aberto com piques no bordo.<br />
<b>30 – Os Juliões, Beiças e Melões</b> – (A mesma família) Arpão e cruz ao rabo.<br />
<b>31 – Os Dibós</b> – Três piques e um por riba.<br />
<b>32 – Os Chichões</b> – Meio arpão, cruz ao rabo e cruz.<br />
<b>33 – Os Maranhas</b> – Cálix aberto com piques no bordo e cruz.<br />
<b>34 – Os Feiteiras</b> – Quartos e lanchinha.<br />
<b>35 – Os Liros</b> – Grade de seis piques.<br />
<b>36 – Os Fome Negras</b> – Grade de 4 piques, estrela e cruz.<br />
<b>37 – Os Lavradeiras</b> – Estrela de rabo para cima, meio pique a meio do rabo e dois piques no fim do rabo.<br />
<b>38 – Os Lagoas</b> – Lanchinha, pique e coice.<br />
<b>39 – Os Come Pilados</b> – Mastro e verga içada.<br />
<b>40 – Os Chaves</b> – Meia pena, dois piques e um por riba.<br />
<b>41 – Os Andrés</b> – Cruz de rabo com pique a meio e pique ao rabo.<br />
<b>42 – Os da Rosa</b> – Calhorda e meios piques ao centro. </td>
</tr>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"><br /></td>
</tr>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"><div class="cms_table">
<table class="cms_table_textogeral" style="width: 100%px;"><tbody>
<tr class="cms_table_textogeral_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral_td" width="60%"><b>43 – Os da Venda </b>– Cruz e lanchinha.<br />
<b>44 – Os da Mata</b> – Pique e coice.<br />
<b>45 – Os Quilores</b> – São Selimão com dois piques em duas pontas.<br />
<b>46 – Os Chibantas</b> – Pé de galinha com um pique.<br />
<b>47 – Os Caurretes</b> – Cruz, pique e cruz.<br />
<b>48 – Os Poupados</b> – Estrela ligada ao coice e pique a meio.<br />
<b>49 – Os Covas</b> – Duas cruzes.<br />
<b>50 – Os Amarelos</b> – Mastro e verga içada e cruz ao centro do mastro.<br />
<b>51 – Os Sofias e os Reigoiças</b> – Meio arpão com cruz ao rabo.<br />
<b>52 – Os Russos</b> – Cruz com pique na ponta da cruz e dois coices unidos.<br />
<b>53 – Os Tambucos</b> – Meio sarilho e estrela.<br />
<b>54 – Os Piroqueiros e Avanças</b> – Cruz e lanchinha.<br />
<b>55 – Os Guias</b> – Pé de galinha e três piques a prumo.<br />
<b>56 – Os Agulhas</b> – Cálix fechado com meio pique por riba do canto.<br />
<b>57 – Os Papilos</b> – Lanchinha com cruz por cima e cruz por baixo.<br />
<b>58 – Os da Trunfa</b> – Calhorda, meio pique a meio e cruz.<br />
<b>59 – Os Pragas</b> – Padrão com pique a meio e coice.<br />
</td>
<td class="cms_table_textogeral_td" width="40%"><img alt="" border="0" src="http://www.povoadevarzim.com.pt/fotografias/siglas2.jpg" /></td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
<br />
<div class="cms_table">
<table class="cms_table" style="width: 98%px;"><tbody>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"><b>60 – Os Patriças</b> – (Pontes) – Cálix aberto, dois piques cruzados com dois piques atravessados na cruz.<br />
<b>61 – Os Canhotas</b> – Cálix e pique dentro e pique por fora.<br />
<b>62 – Os Giesteiras</b> – Calhorda de dois piques a meio.<br />
<b>63 – Os do Rei e os da Hora</b> – Calhorda de três meios piques ao centro do lado direito.<br />
<b>64 – Os Canários</b> – Lanchinha e cruz de rabo.<br />
<b>65 – Os Limas</b> – Lanchinha e meia pena pegada.<br />
<b>66 – Os Catraios</b> – Grade de 4 piques e coice.<br />
<b>67 – Os Três Noites</b> – São Selimão e pé de galinha.<br />
<b>68 – Os Fogajeiras </b>– (Abel) – Grade de 5 piques.<br />
<b>69 – Os Ladinhos </b>– Meio arpão, cruz no rabo e estrela.<br />
<b>70 – Os Grandes </b>– São Selimão e coice.<br />
<b>71 – Os Pilotos </b>– Meia pena com cruz no rabo da pena e dois piques em cruz.<br />
<b>72 – Os Molinhos </b>– Grade com 4 piques e cruz com pique na ponta.<br />
<b>73 – Os Anjinhos </b>– Pente.<br />
<b>74 – Os da Madrinha </b>– Cálix aberto, três piques deitados e cruz.<br />
<b>75 – Os Fernandes </b>– Calhorda, dois meios piques a meio da calhorda e grade de 4 piques.<br />
<b>76 – Os Bonitos</b> – Cruz e pique.<br />
<b>77 – Os Troinas</b> – Coice, pique a prumo e cálix aberto.<br />
<b>78 – Os Cascarras do Pita</b> – Cruz, dois piques e cruz.<br />
<b>79 – Os Rios d'Ave </b>– Cálix aberto e pique por baixo e cálix fechado e pique a meio.<br />
<b>80 – Os Lianças </b>– Cálix fechado grade de quatro piques e coice.<br />
<b>81 – Os Tremoceiros</b> – Cálix fechado, pique por riba e cruz por baixo.<br />
<b>82 – Os Vianezes</b> – Cálix fechada, lancinha e pique.<br />
<b>83 – Os Mocetões</b> – Pé de galinha e grade de quatro, piques.</td>
</tr>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"><br /></td>
</tr>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral7" colspan="3"><b>Regras usadas pelos descendentes </b></td>
</tr>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"><br /></td>
</tr>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"><div style="text-align: center;">
<img alt="" border="0" src="http://www.povoadevarzim.com.pt/fotografias/siglas3.jpg" /></div>
</td>
</tr>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"><br /></td>
</tr>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral" colspan="3">Na
nossa Cidade ainda é possível encontrar em vários locais marcas
poveiras. Um dos locais é a Capela de Santa Cruz em Balazar. Na sua
porta encontram-se marcas poveiras como poderão ver pela seguinte
imagem:</td>
</tr>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"><br /></td>
</tr>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"><div class="cms_table">
<table class="cms_table_textogeral" style="width: 100%px;"><tbody>
<tr class="cms_table_textogeral_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral_td" width="28%"><div style="text-align: center;">
<img alt="" border="0" src="http://www.povoadevarzim.com.pt/fotografias/siglas4.jpg" /></div>
</td>
<td class="cms_table_textogeral_td" width="72%">O Poveiro, ao casar-se,
registava a sua marca na mesa da sacristia da Matriz, gravando-a com a
faca que lhe servia para aparar a cortiça das redes. A mesa da
sacristia da velha igreja da Misericórdia, que serviu de Matriz até
1757, tinha gravadas milhares de marcas, representando um precioso
documento para estes estudos. <br />
<br />
Infelizmente, essa mesa desapareceu com a
demolição deste Igreja sem que dela ficasse o menor vestígio ou
documento fotográfico. Contudo, ainda se vêm hoje algumas gravações
destas marcas nas mesas das sacristias da actual Matriz e da Igreja da
Lapa. <br />
<br />
Os vendedores analfabetos serviam-se das marcas
para saberem de quem era a conta fiada. E assim, antes da rodelas e
riscos com que designavam os vintens e tostões, pintavam a marca do
devedor. </td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
</td>
</tr>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"><br /></td>
</tr>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral" colspan="3">Nas
suas arribadas à costa norte, os Poveiros gravavam nas portas das
capelas mais destacadas nos areais ou montes a sua marca como
documento da sua passagem por ali. Duas dessas capelinhas, muito da
sua devoção, - Nossa Senhora da Bonança, em Esposende, e Santa Trega
(Santa Tecla) que fica no monte junto a La Guardia, Espanha -
conservam ainda as suas antigas portas cobertas de marcas poveiras. </td>
</tr>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"><br /></td>
</tr>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"><div class="cms_table">
<table class="cms_table" style="width: 100%px;"><tbody>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_td"><div style="text-align: center;">
<img alt="" border="0" src="http://www.povoadevarzim.com.pt/fotografias/siglas6.jpg" /></div>
</td>
<td class="cms_table_td"><br /></td>
<td class="cms_table_td"><div style="text-align: center;">
<img alt="" border="0" src="http://www.povoadevarzim.com.pt/fotografias/siglas8.jpg" /></div>
</td>
<td class="cms_table_td"><br /></td>
<td class="cms_table_td"><div style="text-align: center;">
<img alt="" border="0" src="http://www.povoadevarzim.com.pt/fotografias/siglas9.jpg" /></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
</td>
</tr>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"><br /></td>
</tr>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral" colspan="3">Havia
a crença entre eles que uma telha virada na capelinha de Santa Tecla
fazia melhorar o tempo, virando o vento para o norte - vento da pôpa -
que facilitava o regresso a Portugal.<br />
<br />
A confirmar tal crença, há entre eles esta quadra:<br />
</td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
</td>
<td class="cms_table_td"><div class="cms_table">
<table class="cms_table" style="width: 98%px;"><tbody>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"></tr>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral" width="26%"><br /></td>
<td class="cms_table_textogeral" colspan="2" width="74%"><br /></td>
</tr>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"></tr>
</tbody></table>
</div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="cms_table">
<table class="cms_table" style="width: 98%px;"><tbody>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"> Minha rica Santa Trega<br />
Dai-nos ventinho da pôpa<br />
Que nos queremos ir embora<br />
E temos a vela rôta
Mas não era só nas arribadas que o Poveiro
assinalava a sua passagem com a marca. Nos Mosteiros ou capelas onde
fosse cumprir uma promessa, normalmente quando ela era feita em nome
colectivo, isto é, da companha, gravava nas portas dos templos, nas
mesas das sacristias, nas cercaduras em madeira, nos arcos cruzeiros,
a sua marca, que assim servia de testemunho perante a grei do
cumprimento da sua promessa. Eram bem marcas votivas. <br />
<br />
Os templos da Senhora da Abadia e S. Bento da Porta Aberta, em Terras
de Bouro, São Torcato, em Guimarães, Senhora da Guia, em Vila do
Conde, e Santa Cruz, em Balazar, Póvoa de Varzim, tem todos larga
documentação destas siglas, que atestam a grande fé dos Poveiros nos
santos invocados.<br />
<br />
É corrente entre eles que os velhos poveiros analfabetos, em lugar de
assinarem em cruz nos documentos públicos, faziam a sua marca, que
era o equivalente à sua assinatura.<br />
<br />
Poucos documentos encontramos a comprovar esta afirmação. Apenas nas
actas da velhas Associação Marítima dos Poveiros, relativamente moderna,
encontramos essa sinalização.<br />
<br />
Apesar da colmeia de pescadores poveiros não ser hoje um décimo das
passadas épocas, em que a Praia da Póvoa de Varzim era o grande
empório de peixe do norte do país, abastecendo as três províncias do
Minho, Douro e Trás-os-Montes e ainda uma grande parte da Espanha,
existe ainda imenso material para o estudo destas marcas que se
encontram por toda a parte: no interior das casas dos pescadores, nas
cortiças das redes e em todas as madeiras das embarcações estendidas
na praia.<br />
</td>
</tr>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"></td>
</tr>
<tr class="cms_table_tr" valign="top"><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"><span style="font-size: xx-small;">"in "O Poveiro" - António Santos Graça.</span></td><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"><span style="font-size: xx-small;"> </span></td><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"><span style="font-size: xx-small;"> </span></td><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"><span style="font-size: xx-small;"> </span></td><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"><span style="font-size: xx-small;"> </span></td><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"><span style="font-size: xx-small;"> </span></td><td class="cms_table_textogeral" colspan="3"><span style="font-size: xx-small;"> </span></td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
<br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;">Fonte:</span><br />
<span style="font-size: xx-small;"><a href="http://www.povoadevarzim.com.pt/siglaspvz.php" target="_blank">.: Portal da Pvoa de Varzim - www.povoadevarzim.com.pt :.</a></span>Endovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7229325974144963166.post-20763668650567005852016-05-17T04:12:00.000-07:002016-05-17T04:12:01.787-07:00Portela da Anta <h3 class="post-title entry-title" itemprop="name">
</h3>
<div class="post-header">
</div>
<br /><div style="text-align: justify;">
«Em plena
Serra da Freita, na Portela da Anta, situada á cota 1076 m, existe um
monumento megalítico e que é reconhecido pelos especialistas como de
grande relevo na península, não pelo seu espólio, mas devido ás suas
excepcionais dimensões, com um diâmetro de "tumulus", de cerca de 40
metros.<br />Anta é a designação dado no país para certo tipo de
construções em pedra, tendo também o nome de dólmen, sendo já esta
designação um galicismo.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2yBDVGd8pTT_GX2oRiMx421xpMzu8M_sMYYAKV32470eakYfa4WQ36686YA3HWyw6mNJV5GVT3dToramkR7h9ysD_4uo6ObBT0AZ1QrstJbBYANR__va7HdByn5nQ2kWXvT2GJMSzsXOI/s1600/foto1g.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5483412496239377746" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2yBDVGd8pTT_GX2oRiMx421xpMzu8M_sMYYAKV32470eakYfa4WQ36686YA3HWyw6mNJV5GVT3dToramkR7h9ysD_4uo6ObBT0AZ1QrstJbBYANR__va7HdByn5nQ2kWXvT2GJMSzsXOI/s400/foto1g.jpg" style="cursor: pointer; float: right; height: 200px; margin: 0pt 0pt 10px 10px; width: 386px;" /></a>O
povo da nossa região e em Portugal designa essas construções de "Arca",
"Orca", "Casa de Mouros", "Mâmoa" e ainda outros nomes, sendo estes os
mais correntes e que se podem, facilmente, encontrar como designações
toponímicas de certos locais bem conhecidos de todos.<br /><br />As antas
assinalavam o local de sepulturas, não estando propriamente definido se
serviam ou não as personagens importantes daqueles recuados tempos. A
localização cronológica é geralmente aceite no período que se
convencionou designar por CULTURA MEGALÍTICA, que se estende desde cerca
de 2500 anos antes de Cristo, ou seja há 3500 a 4500 anos atrás. A
datação é feita, com mais exactidão, caso a caso, baseando-se no
respectivo espólio, embora alguns especialistas tomem também em
consideração o traçado da respectiva planta, a posição e orientação
relativas.<br /><br />O levantamento arqueológico destes monumentos e
doutros das mais recente CULTURA CASTREJA foi feito na região pelo Dr.
Alberto Soute, há cerca de 4 dezenas de anos atrás, não tendo
lamentavelmente, ficado ou sido divulgados quaisquer elementos na região
(concretamente sobre Castro de Chão do Carvalho, Anta do Cercal,
Portela da Anta, Outeiro dos Riscos, etc...)<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJvxwViu2J2rwVKPb9QGxp2rGAOl1GA7nTB6Hsw13fBjjRIwv-jhPqgtFLmgar9wygH6ZkAnLWaPIaBHXK9cmcoZE0-6KlwVRZLMKkMysF_WE1LJyKE8bpA9bcgFUVMln83w8nTRw7jkdh/s1600/3c251cde-e338-4f75-83fd-f316fc5cacc8.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5483412672479926242" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJvxwViu2J2rwVKPb9QGxp2rGAOl1GA7nTB6Hsw13fBjjRIwv-jhPqgtFLmgar9wygH6ZkAnLWaPIaBHXK9cmcoZE0-6KlwVRZLMKkMysF_WE1LJyKE8bpA9bcgFUVMln83w8nTRw7jkdh/s320/3c251cde-e338-4f75-83fd-f316fc5cacc8.jpg" style="cursor: pointer; float: left; height: 320px; margin: 0pt 10px 10px 0pt; width: 240px;" /></a>A
par de algumas autoridades que na nossa região protegeram este tipo de
monumentos (Ex: Padre de "Tondela", pároco de Arões e presidente da C.
Municipal de Macieira de Cambra) outros estudaram os referidos
documentos mas não deixaram notas sobre os referidos estudos, perdendo
também o rumo dos respectivos espólios. Recentemente a Portela da Anta,
durante o Verão tem sido estudada por arqueólogos competentes auxiliados
por estudantes da Escola Secundária de Arouca.<br /><br />O dólmen da
Portela da Anta é constituído por 9 pedras aprumadas ("esteios") que
limitam um espaço quase circular, não possuindo sobre estas a costumada
"mesa". O espaço delimitado pelos "esteios", a "Câmara" como é
designada. comunica com a parte exterior por um corredor, mais baixo que
a "Câmara" e igualmente formado por pedras ao alto ("esteios"), também
sem a usual cobertura.<br />A construção encontra-se numa ligeira elevação de terreno e com o corredor referido apontado para sudeste.<br /><br />Á
volta do monumento e em parte coberto com ele, existe um monte de terra
com pequenas pedras, o "tumulus", parte que lhe confere notoriedade
pelas invulgares dimensões.<br />Têm sido várias as sugestões apontadas
para a existência desta configuração, desde efeitos da erosão até
técnicas de construção para colocação das "tampas".<br />Resta dizer que é importante o conhecimento e preservação deste património, que é a memória do nosso povo e da nossa cultura.»</div>
<br /><br /><span style="font-size: xx-small;">* In: Ecos do Povo, Ano 2 - nº2 - Outubro 1992</span>Endovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7229325974144963166.post-27151859298440989002016-02-01T07:04:00.000-08:002017-05-12T07:51:26.741-07:00A língua Lusitana<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div align="justify">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://i2.wp.com/ncultura.pt/wp-content/uploads/2016/02/alvao1111-1.jpg?fit=1000%2C602" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="192" src="https://i2.wp.com/ncultura.pt/wp-content/uploads/2016/02/alvao1111-1.jpg?fit=1000%2C602" width="320" /></a></div>
<b><br /></b></div>
<div align="justify">
A língua Lusitana ou Lusitânica, que
também se pode denominar de Lusitano moderno ou Neo-lusitano
(que na própria língua Lusitana se diz: <b>Leukantu</b>
ou às vezes de<b> Leukaeke </b>para Lusitânico
antigo) é a reconstruída língua nativa do povo
Lusitano. Hoje só algumas pessoas que vivem em pequenas comunidades
da Lusitânia falam esta língua, a moderna e reconstruída
língua Lusitana. A língua Lusitana hoje é uma
língua isolada pré-proto céltica que pertence
ao antigo grupo Ibérico da grande Família Indo-Europeia.
O Lusitano moderno é o único e o último idioma
sobrevivente deste antigo e há muito extinto grupo étnico
de povos pré-celtas Indo-europeus da Península Ibérica,
que no passado viveram em toda a Lusitânia e Ibéria,
tal como o é o povo nativo Lusitano. O povo Lusitano é
um povo mais antigo do que o basco, e é muito mais antigo
do que o povo mestiço neo-latino português, o povo
Lusitano poderá mesmo ser o povo vivo mais antigo da Europa,
talvez mais do que os gregos. A língua Lusitana não
pode ser confundida com a língua portuguesa, muito embora
a elite intelectual portuguesa denomine esta por vezes de Lusitana,
o que é errado. Por exemplo, Viriato um dos maiores heróis
nacionais do povo nativo Lusitano (que nem sequer foi incluído
na lista das cem figuras mais importantes portuguesas) nunca falou
a língua portuguesa. A língua portuguesa e a Lusitana
são duas línguas completamente diferentes que pertencem
a dois grupos étnicos diferentes de Portugal: os nativos
Lusitanos e os mestiços neo-latinos portugueses. Diga-se
de passagem que a língua dos portugueses, e ao contrário
da língua Lusitana, está hoje subordinada no plano
político e socio-cultural à sua variante brasileira,
pelo menos ortograficamente, porque assim as elites traiçoeiras
portuguesas o determinaram. Leukantu na língua Lusitana significa
a "língua ou fala da luz".</div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
A língua Lusitana não é uma
língua artificial é sim uma língua étnica
reconstruída nos mesmos moldes ou forma de construção
seguida para a reconstrução da língua Córnica
na Grã-Bretanha (Cornualha), do Prussiano antigo na Lituânia
e Prússia Oriental (Kaliningrad) ou do Tasmaniano na Austrália
(Tasmânia), muito embora as técnicas para a sua reconstrução
fossem muitos similares a outras línguas europeias padronizadas
e unificadas a partir de dialectos vivos, como o Neo-nórdico
(Nynorsk) na Noruega e o Reto-romanico (Romansh) na Suíça. Embora não directamente relacionada, porque
foi apenas influenciada, há uma perceptível e evidente
influência léxica das antigas línguas Celtas,
Germânicas, Hititas e Fenícias no Lusitano, sem esquecer
o facto de outras línguas antigas e também agora extintas
terem igualmente influenciado o Lusitano. Devido ao facto de o idioma
Lusitano moderno só ter "nascido" recentemente,
o número de falantes que compreendem a língua não
ultrapassa os 20, enquanto podemos acrescentar cerca de mais 100
falantes não-fluentes na língua que tiveram um contacto
mais ou menos regular com a língua e que conhecem algumas
noções básicas ou mínimas para a sua
compreensão, mesmo que limitada, e que vivem em algumas comunidades
dispersas da Lusitânia. Porque só nos últimos
dois anos, a KOL entendeu começar a regularização
do ensino (não-oficial em Portugal) do Lusitano em pequenas
escolas móveis rurais das comunidades da região da
Lusitânia.</div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
A antiga língua Lusitana (na verdade era
um conjunto de dialectos e de línguas faladas por um grupo
étnico-linguístico diverso e com as mesmas afinidades
culturais, sociais e religiosas) continuou a ser falada depois da
ocupação da Lusitânia em 25 a.c. até
ao final do século V ou início do VI em algumas partes
da Lusitânia. Só após uma feroz repressão
e ocupação da Lusitânia pelos Visigodos e por
outros povos bárbaros germânicos, é que a antiga
língua Lusitana se extinguiu, até e foi completamente
esquecida até ao século XX. Desde então, têm
havido algumas tentativas de fazê-la renascer.</div>
<div align="justify">
O renascimento de facto do Lusitânico ou
da moderna língua Lusitana começou em 2001 quando
Endobelis Ampilua, o fundador da ACEL-Trebopala em 2004, um nacionalista
Lusitano descendente de uma família lusitana humilde, tratado
como cidadão de segunda classe no seu próprio país,
antigo exilado político nos primeiros tempos do bloco central
num país escandinavo, regionalista convicto e também
um entusiasta das antigas religiões e línguas celtas,
acabou o seu trabalho de reconstrução da língua
Lusitana. O propósito final do seu trabalho é conseguir
que a língua Lusitana se torne no futuro numa arma poderosa
ao serviço da unidade, da luta e da identidade étnica
do povo nativo Lusitano e da Nação Lusitana, hoje
em luta pela libertação da sua região traída
pelos caciques locais e que vive sob domínio e ocupação
colonial portuguesa. </div>
<div align="justify">
O seu trabalho de reconstrução foi
largamente baseado em antigas palavras lusitanas, em nomes pessoais
e geográficos originados da antiga língua como ela
foi falada até ao I século da Era cristã, período
em que a língua nativa dos Lusitanos começou a ser
fortemente influenciada pelo latim dos romanos até se extinguir
completamente durante o período Gótico, quando estes
e a Igreja de Roma impuseram o latim sobre as populações
nativas da Lusitânia, que mais tarde com a assimilação
de muitas palavras nativas originou um criolo ou a actual língua
neolatina portuguesa. Embora mais tarde, em 2004, Endobelis Ampilua
tenha dirigido o seu trabalho na (re)construção de
uma segunda variante do Lusitano (o Leukantu), uma versão
dialectal gramaticalmente mais acessível, moderna, popular
e de fácil aprendizagem para o povo nativo Lusitano que tem
hoje (infelizmente) como língua-materna o português
e não a sua antiga língua, a variante antiga do Lusitânico
(o Leukaeke) continua a ser ensinada àqueles que já
tenham aprendido ou se iniciado no Leukantu. E embora ele tenha
interditado o ensino da língua Lusitana aos portugueses,
a outros estrangeiros e aos lusitanos que não assumem a sua
verdadeira identidade nacional lusitana, que renegam suas origens
e se consideram portugueses e aos que não aceitam o reconhecimento
oficial de uma Região Autónoma da Lusitânia
no nosso solar da Beira, de futuro esta situação poderá
ser alterada, mas só depois de o Estado português reconhecer
o povo nativo lusitano como entidade étnica distinta do povo
mestiço português, assim como reconhecer a Lusitânia
como entidade territorial autónoma dentro da República
Portuguesa. O Lusitânico ou o idioma Lusitano tem tido cada
vez mais procura (embora lenta, pois ainda não há
professores da língua suficientes) por uma parte da população
nativa lusitana. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.riograndedexuvia.com/Lusitanoi_archivos/image004.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="321" src="https://www.riograndedexuvia.com/Lusitanoi_archivos/image004.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Hoje, o Lusitânico ou moderno Lusitano que
tem duas formas ou variedades linguísticas, as diferenças
são essencialmente gramaticais, continuará assim por
mais alguns anos, com vista ao aperfeiçoamento da própria
língua. A forma ou versão erudita (Leukanturi) da
variante mais moderna do Lusitano (Leukantu), o "dialecto"
popular, continuará a ser a primeira a ser ensinada aos iniciados
da língua, só numa fase mais avançada se começa
a ensinar a variedade clássica ou antiga do Lusitânico
(ou Leukaeke). Serão estas duas variedades da língua
Lusitana que irão nos próximos anos marcar passo ou
determinar até que ponto o povo nativo Lusitano estará
aberto ou não em aprender e adoptar a língua dos seus
antepassados directos como um elemento determinante da sua identidade
étnico-cultural Lusitana e não-portuguesa. De momento
nas pequenas comunidades lusitanas dispersas um pouco pela região
da Lusitânia, os alunos de uma e de outra variedade dividem-se
em número semelhante nas suas preferências sobre qual
das variedades deveria ser escolhida oficialmente. Muito embora
a grande maioria dos nativos lusitanos estejam obrigados a aprender
primeiro o Leukantu, porque são poucos os alunos que falam
o Leukaeke, eles preferem este último "dialecto"
(mesmo não o falando) porque todos compreendem que apesar
da dificuldade (ou da falta de habituação) a esta
variante, ela é contudo, a que mais se aproxima da língua
antiga original. Só no futuro se poderá determinar
qual a melhor variedade da língua, se a erudita (com as regras
e os casos gramaticais da antiga língua) ou se a popular
(melhor compreendida e de mais fácil aprendizagem), será
o povo Lusitano a escolher.</div>
<div align="justify">
Sendo uma língua recentemente reconstruída
e flexível (qualquer falante fluente pode incorporar novas
palavras) o Lusitânico hoje está em contínuo
melhoramento pelos seus falantes com a incorporação
de novas palavras principalmente para termos modernos como "computador"
por exemplo. Todavia, muitos cadernos e livros artesanais assim
como trabalhos literários têm sido publicados dentro
das comunidades nativas lusitanas e centros alternativos à
margem da sociedade oficial portuguesa nos últimos dois anos,
e assim será até ser criada uma Região oficial
da Lusitânia, e um número crescente de pessoas têm
vindo a aprender a língua com regularidade. <br />
<br />
Desenvolvimentos recentes têm incluído o aparecimento
da música com canções em língua lusitana,
a feitura de pequenas folhas informativas e de cadernos de estudo
para estudantes em língua Lusitana, um pequeno número
de crianças lusitanas têm sido educadas e ensinadas
nas duas línguas da nossa região lusitana e assim
a língua é ensinada em algumas escolas móveis
lusitanas. Infelizmente a língua Lusitano só poderá
ter um incremento maior quando a nossa região e o nosso povo
nativo Lusitano conseguirem reconhecimento oficial por parte do
Estado português e apoio material das instituições
internacionais que apoiam as línguas minoritárias.</div>
<div align="justify">
No início deste século XXI, um esforço
consciente foi feito pelo renascimento da língua Lusitana
de forma a torná-la um dia não muito distante na língua
oficial da Região da Lusitânia, usada, falada e escrita quotidianamente em todos os planos sociais Lusitânia.<br />
<br />
O número de falantes, embora seja ainda muito reduzido, está
a crescer. Determinar um número exacto de falantes do Lusitano,
está dependente do nível de habilidade que estes têm
em expressarem-se na língua. O último recenseamento
interno da KOL (saído em Janeiro de 2009) mostrava que o
número de pessoas que sabiam o significado de algumas palavras
básicas, como por exemplo que "Leukitanea" significa
"Lusitânia", "Leukuir" significa "Povo
Lusitano" e que "Leukantu" significa "Idioma
Lusitano" eram mais de 1000 pessoas; o mesmo estudo (com base
no censo feito pela Confederação da União Lusitana)
mostra que cerca de 100 pessoas da comunidade nativa Lusitana têm
algum conhecimento de frases básicas embora não sejam
fluentes na língua; o mesmo estudo diz que o número
de pessoas capazes de manterem uma simples conversação
em lusitano seriam 20; o estudo também indicou de que seriam
até agora 4 as pessoas que falam fluentemente a língua
Lusitana, que seriam capazes de falar normalmente sobre todos os
aspectos da nossa sociedade, e que podiam ensinar a língua
aos estudantes mais novos. </div>
<div align="justify">
O Lusitano existe na toponomia de alguns lugares
"portugueses", e o conhecimento da língua pode
ajudar a compreender o porquê ou o nome desses locais. Ainda
hoje muitos nomes usados pelos antigos Lusitanos são adoptados
para os filhos dos portugueses sem estes saberem da origem de facto
do nome, que pensam erradamente que é português ou
de outra origem estrangeira, "Macario", "Viriato",
"Melo", "Ana", etc, etc. Existe como já
se disse, um crescente interesse na aprendizagem da língua
lusitana, os trabalhos literários, a poesia e as canções
tradicionais em lusitano executadas nas comunidades nativas lusitanas
durante os dias festivos e encontros realizados pelos membros da
comunidade nativa lusitana são disso exemplo.</div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
<span style="font-size: x-small;">Fonte: Lusopédia </span></div>
Endovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-7229325974144963166.post-33334202732535036542016-01-27T02:45:00.002-08:002016-01-27T02:45:46.922-08:00OESTRYMNIS Festival de Arte Folk<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoDQ42XflsQGLdXlsbqTdAm583gnun_BkfIBNyI343OFV-r8YXZ76Lyz7LIo1iw4uCGGLII_T4LPyjLdi-gd6hmIIqOoDzy1sb6CoQwfJXFmpU90wJ5xvFke8mKjkM12sEaKa4pRyTsIs/s1600/OEST.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoDQ42XflsQGLdXlsbqTdAm583gnun_BkfIBNyI343OFV-r8YXZ76Lyz7LIo1iw4uCGGLII_T4LPyjLdi-gd6hmIIqOoDzy1sb6CoQwfJXFmpU90wJ5xvFke8mKjkM12sEaKa4pRyTsIs/s400/OEST.jpg" width="282" /></a></div>
<br />
<br />
<span class="fsl">Procurando celebrar as origens mais primitivas de
Portugal, o OESTRYMNIS Festival de Arte Folk foca-se, essencialmente,
nas artes actuais que ainda mantêm vestígios de outrora, de uma era que
sobreviveu à prova do tempo e que se fundiu e actualizou sem nunca
perder a sua identidade primordial.<br /> O Festival contará com concertos, mostras de artesanato, exposições e conferências.<br /> <br />
Oestrymnis (extremo oeste) foi o nome dado pelo poeta romano Rufius
Festus Avienus à região oeste da Península Ibérica. Os Oestrymni eram o
povo que habitava a área geográfica hoje conhecida com<span class="text_exposed_show">o
Portugal, desde o Algarve até à Galiza, onde se julga terem habitado
desde o Neolítico até à grande invasão das serpentes ( os Celtas Saefes e
Cempsi). De acordo com antigas escrituras fenícias e gregas, os
Oestrymni são considerados como o povo mais antigo que habitou a região a
que actualmente chamamos Portugal.<br /> <br /> BILHETES À VENDA EM:<br /><span> -reservas.oestrymnis@gmail</span><wbr></wbr><span class="word_break"></span>.com;<br /> -<a href="http://l.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fwww.oestrymnis.org%2F&h=hAQHcxLq1&enc=AZM53GPlU9enEG7s0CSnbvT86Uhj1twac7d9SIXRwdFyBbyuIxegBnp1fsCG8v_rdSA&s=1" rel="nofollow nofollow" target="_blank">www.oestrymnis.org</a>;<br /> -Trobadores Bar - Rua de São Julião, Nº 27, 1100-524 Lisboa.<br /> </span></span>Endovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7229325974144963166.post-21249963978118254852015-11-12T11:55:00.003-08:002015-11-12T11:55:55.720-08:00Música na Pré-história<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Na sua <b>"História Universal da música"</b>, Roland de Candé propõe a seguinte sequência aproximada de eventos:</span><br />
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><b>Antropóides</b> do terciário - Batidas com bastões, percussão corporal e objectos entrechocados.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"><b>Hominídeos</b> do paleolítico inferior - Gritos e imitação de sons da natureza.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"><b>Paleolítico Médio</b> - Desenvolvimento do controle da altura,
intensidade e timbre da voz à medida que as demais funções cognitivas se
desenvolviam, culminando com o surgimento do Homo sapiens por volta de
70.000 a 50.000 anos atrás.</span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwFuRszIjc2c2Vio9sGJHcoiRB2G-x3jg2itSQutv1WZGlm8TEPU80XK9JzmoyYzvKzdvdXn1VeT3GG-CyBCInmK_spPV6VHNTq5XYKq-Volx1jth3SB5w-Clwd-b_E8diBV9KYSbvWYod/s1600/300px-Cogul_HBreuil.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="261" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwFuRszIjc2c2Vio9sGJHcoiRB2G-x3jg2itSQutv1WZGlm8TEPU80XK9JzmoyYzvKzdvdXn1VeT3GG-CyBCInmK_spPV6VHNTq5XYKq-Volx1jth3SB5w-Clwd-b_E8diBV9KYSbvWYod/s640/300px-Cogul_HBreuil.jpg" width="400" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px; line-height: 15px;">Dança de Cogul. Imagem encontrada em Cogul, Espanha. Mostra a dança das mulheres em torno de um homem nu.</span></span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"><b>Cerca de 40.000</b> anos atrás - Criação dos primeiros instrumentos
musicais para imitar os sons da natureza. Desenvolvimento da linguagem
falada e do canto.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"><b>Entre 40.000 anos a aproximadamente 9.000 a.C</b> - Criação de
instrumentos mais controláveis, feitos de pedra, madeira e ossos:
xilofones, litofones, tambores de tronco e flautas. Um dos primeiros
testemunhos da arte musical foi encontrado na gruta de Trois Frères, em
Ariège, França. Ela mostra um tocador de flauta ou arco musical. A
pintura foi datada como tendo sido produzida em cerca de 10.000 a.C.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"><b>Neolítico</b> (a partir de cerca de 9.000 a.C) - Criação de
membranofones e cordofones, após o desenvolvimento de ferramentas.
Primeiros instrumentos afináveis.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"><b>Cerca de 5.000 a.C</b> - Desenvolvimento da metalurgia. Criação de
instrumentos de cobre e bronze permitem a execução mais sofisticada. O
estabelecimento de aldeias e o desenvolvimento de técnicas agrícolas
mais produtivas e de uma economia baseada na divisão do trabalho
permitem que uma parcela da população possa se desligar da natividade de
produzir alimentos. </span></div>
<span style="font-family: inherit;">Isso leva ao surgimento das primeiras civilizações musicais com sistemas próprios (escalas e harmonia).</span>Endovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7229325974144963166.post-58083856256897627792015-11-12T11:54:00.001-08:002015-11-12T11:54:31.017-08:00As Origens humanas mais antigas - A idade da Pedra<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">A Idade da Pedra é o período da Pré-História durante o qual os
humanos criaram ferramentas de pedra, sendo a tecnologia mais avançada
naquele tempo. A madeira, os ossos e outros materiais também foram
utilizados (cornos, cestos, cordas, couro...), mas a pedra (e, em
particular, diversas rochas de rotura conchóide, como o sílex, o
quartzo, o quartzito, a obsidiana...) foi utilizada para fabricar
ferramentas e armas, de corte ou percussão.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Contudo, esta é uma circunstância necessária, mas insuficiente para a
definição deste período, já que nele tiveram lugar fenómenos
fundamentais para os humanos, quanto às aquisições tecnológicas (fogo,
ferramentas, moradia, roupa, etc), a evolução social, as mudanças do
clima, a diáspora do ser humano por todo o mundo habitável, a revolução económica, um sistema
caçador-coletor, até um sistema parcialmente produtor (entre outras
coisas).</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<br />
<div align="justify">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoFiM2-jJIJ85bNtJLnBBhyphenhyphenj4cWMF6NFgauJ6pqf0eMTGlJ6SS4Bx9hE4Re3IbNXAPOZhpkW9G0hcHkJdm5kpks79iPmIhv9CfgMgDJY5bRicxOYl7sAzKgiORmiHq540tNveieWPwuSUx/s1600/800px-Ne%CC%81olithique_0001.jpg" style="clear: left; float: left; font-size: medium; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoFiM2-jJIJ85bNtJLnBBhyphenhyphenj4cWMF6NFgauJ6pqf0eMTGlJ6SS4Bx9hE4Re3IbNXAPOZhpkW9G0hcHkJdm5kpks79iPmIhv9CfgMgDJY5bRicxOYl7sAzKgiORmiHq540tNveieWPwuSUx/s200/800px-Ne%CC%81olithique_0001.jpg" style="cursor: move;" width="200" /></a>As
origens humanas mais antigas, achadas em Portugal, são ossadas tipo
Neanderthal em Furninhas. A maioria das indústrias Paleolíticas
peninsulares estão aí representadas, mas uma cultura distinta surge nos
meados do Mesolítico nas zonas baixas do Vale do Tejo, datadas de cerca
de 5.500 AC. As culturas Neolíticas chegaram da Andaluzia.</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div>
</div>
<div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div>
<span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span">No
primeiro milénio AC os povos Celtas entraram na Península pelos
Pirenéus, e por pressão natural, muitos grupos dirigiram-se para
ocidente. As culturas de Hallstatt trouxeram a fundição do ferro e a
fabricação de armas e outros objectos do mesmo metal, ao Vale do Tejo.
Os Fenícios e mais tarde os Cartagineses influenciaram fortemente o sul
de Portugal no mesmo período.</span></span></div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span">Períodos da Pré-História </span><span class="Apple-style-span">no território onde hoje é</span><span class="Apple-style-span"> Portugal - "Idade da Pedra" </span></span></span><br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"><b>Paleolítico antigo</b> ( Idade da Pedra Lascada ) - É representado até
100.000 A.C. por várias indústrias líticas de que se destacam o
Abbevillense, o Clactonense. o Achelense, o pré-Musturiense e o
Languedocense. Vestígios nas praias quaternárias do litoral, arredores
de Lisboa, Trás-os-Montes, Beira e Alentejo. </span></div>
<span style="font-family: inherit;"><b>Paleolítico médio</b> - Desde 100.000 a 40.000 anos A.C. Vestígios
nos estratos da Mealhada, sul de Peniche, bacia do Tejo, Columbeira (
Bombarral ), Furninha ( Peniche ), Ribeira da Laje ( Oeiras ), litoral
do Minho. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><b>Paleolítico superior</b> - Desde 40.000 a 8.000 anos A.C. Tribos de
caçadores instalaram-se nas várias regiões do Ocidente Ibérico. Tinham
instrumentos de pedra e de osso mais aperfeiçoados que os das culturas
anteriores. Práticas funerárias generalizadas e manifestações artísticas
com fins mágicos. Vestígios no Rossio do Cabo ( Torres Vedras ), grutas
das Salemas ( Ponte de Lousa ),</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><b>Epipaleolítico</b> - 8.000 a 5.000 anos A.C. Populações que viveram
em cabanas junto às margens. Usavam objectos de adorno e enterravam os
seus mortos na posição fetal. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><b>Neolítico</b> ( Idade da Pedra Polida ) - 5.000 a 2.000 anos A.C.
Povos de origem mediterrânica, introduziram a agricultura e a pastorícia
na orla marítima e em algumas regiões do interior. Já no período do
Calcolítico em meados do terceiro milénio antes de Cristo, grupos de
mercadores vieram abastecer-se de cobre aos centros metalúrgicos da orla
mediterrânica. Vestígios quase em todo o território português. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Fim do que se considera <b>"Idade da Pedra"</b>. É importante lembrar
que, a Idade da Pedra foi substituída em tempos diferentes. Por exemplo,
escavações mostraram que enquanto em certos lugares como a
Grã-Bretanha, se vivia na Idade da Pedra, em outros, como Roma, Egipto e
China, já se usavam os metais, construíam-se belas casas e conhecia-se a
escrita ideográfica ( escrita por hieróglifos ou símbolos).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Ainda hoje, em alguns lugares do mundo, como a Nova Zelândia, há tribos
que mal estão saindo do modo de vida da Idade da Pedra. Algumas das
tribos Maoris estão nessa situação.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><b>Idade do Bronze</b> - 2.000 a 700 anos A.C. No sudoeste da Península
Ibérica floresceu, de meados do segundo milénio até 700 anos A.C.. uma
civilização dada à metalurgia de que se identificaram duas fases: o
Bronze I (1500-1100) e o Bronze II (1100-840) ambas representadas por
necrópoles de cistas e mobiliário cerâmico e metálico, de cobre, ouro e
bronze.</span></div>
<br />Endovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7229325974144963166.post-12794655537276798892015-11-12T11:53:00.000-08:002015-11-12T11:53:09.580-08:00A Idade do Cobre - Idade do Bronze<br />
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Idade do Cobre, ou Calcolítico (do grego Χαλκός, transl. khalkos),
"cobre" + λίθος, transl.líthos, "pedra") é um dos períodos da
proto-história, situado cronologicamente entre o Neolítico e a Idade do
Bronze (aproximadamente 2500 a 1800 a.C.). O termo também pode ser
utilizado para denominar algumas sociedades que apresentaram
manifestações culturais diferenciadas durante este período.</span><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsHMU3-SEYpW6pnBesRL5zqxZg0TVIp-b3e7lQcOWULg2O1XAPunGturVoaXSAa3qMVijDSljnuk7TD67ZkFB52AZkLKyAG_KJg0I7ITfIQBeBQotgidNEWrqxALqKCAFOrDA9M4Lx3PZs/s1600/Idade-dos-Metais1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsHMU3-SEYpW6pnBesRL5zqxZg0TVIp-b3e7lQcOWULg2O1XAPunGturVoaXSAa3qMVijDSljnuk7TD67ZkFB52AZkLKyAG_KJg0I7ITfIQBeBQotgidNEWrqxALqKCAFOrDA9M4Lx3PZs/s320/Idade-dos-Metais1.jpg" width="400" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit;">Extracção de metais</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: inherit;">O bronze é uma liga metálica que compreende o cobre e o estanho, antes
de se usar o bronze, usou-se o cobre, a esta época de utilização do
cobre, chamou-se calcolítico, não obstante este facto, há quem não
aceite esta designação caracterizadora, pois argumenta que a fundição de
cobre não é mais do que o bronze natural; mesmo assim, a mesma
utiliza-se, pois diferencia os períodos nos quais o bronze era forjado
naturalmente da era em que o bronze começou a ser forjado
artificialmente e com recurso a estanho. </span></div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="font-family: inherit;">O cobre foi o primeiro metal que o ser humano utilizou há aproximadamente 5000 anos, ou seja, no final do Neolítico.</span></div>
Endovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7229325974144963166.post-74893055254104958812015-11-12T11:51:00.001-08:002015-11-12T11:51:25.024-08:00O Menir de São Paio de Antas<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span">O
Menir de São Paio de Antas, também referido como Menir de Pedra a Pé,
localiza-se na freguesia de Antas, concelho de Esposende, distrito de
Braga, em Portugal</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span">Constitui-se
em um monumento megalítico do tipo menir implantado no monte
sobranceiro à Igreja Paroquial de São Paio de Antas, e para o qual
sugere-se uma cronologia em torno de 3000 a.C. a 2000 a.C..</span></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-bottom: 0.5em; margin-left: auto; margin-right: auto; padding: 6px; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjREk2dth9UU7YseoCeMwoIEOAfHpg8sLcXnzYdFOCHxt87vd9zH6wYWgJHY1KjI4rhX2zu9kmZJh6X6b-vdeb-zqFrDcav1UFPKmluSZTmfKTqR5AAw9m8G4k6R9luYfW3qWfgwiZC8fKO/s1600/425px-MENIR_ANTAS_1.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjREk2dth9UU7YseoCeMwoIEOAfHpg8sLcXnzYdFOCHxt87vd9zH6wYWgJHY1KjI4rhX2zu9kmZJh6X6b-vdeb-zqFrDcav1UFPKmluSZTmfKTqR5AAw9m8G4k6R9luYfW3qWfgwiZC8fKO/s320/425px-MENIR_ANTAS_1.JPG" style="cursor: move;" width="227" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 13px; padding-top: 4px; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;">Menir de São Paio</span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span">Encontra-se
classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1992. Além deste,
no concelho existem ainda outros dois menires, nas freguesias de São
Bartolomeu do Mar e de Forjães.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span">Em granito apresenta
uma configuração fálica e uma ligeira inclinação para sul. Possui as
dimensões de 1,65 metros de altura e encontra-se enterrado cerca de 30
centímetros.</span></span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span">Muitos
dos megalitos da Idade do Bronze como menires e dólmenes estão situados
em regiões em que também há castros, e são anteriores aos Celtas quer
em Portugal e na Galiza, quer na costa atlântica da França, Grã-Bretanha
e Irlanda. Estes monumentos continuaram a ser utilizados pelos druidas
celtas.</span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span">Os
Romanos destruíram muitos castros, devido à resistência feroz dos povos
castrejos ao seu domínio, mas alguns foram aproveitados e expandidos
como cidades romanas. Segundo Jorge de Alarcão "Aos castros, deram os
Romanos o nome de castella, que aparece nas inscrições do século I d.C.
sob a forma abreviada de um C invertido[...]"</span></span></div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>Endovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7229325974144963166.post-69561834209204998562015-10-07T01:57:00.000-07:002017-05-12T07:52:41.817-07:00A Palmeira Ibérica<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<h1 style="margin: 6 12; text-align: center;">
<span style="font-family: "arial narrow";"><b>
</b></span></h1>
<span style="font-family: "arial narrow";"><b>
</b></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguL5dfEMgpkMRrcmg1zpJwv-IYmHlgL3f9SWPHVFIdXjKZH2im0eRlTMIUwQnJ_QTpnQxIZ17BmLChn9bXg-1d6JmNqY0PLBU92wdCvayJtiK0CqsVUy2PGQgjSUiW7GUdH48XXAhC/s400/moedaiberic.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguL5dfEMgpkMRrcmg1zpJwv-IYmHlgL3f9SWPHVFIdXjKZH2im0eRlTMIUwQnJ_QTpnQxIZ17BmLChn9bXg-1d6JmNqY0PLBU92wdCvayJtiK0CqsVUy2PGQgjSUiW7GUdH48XXAhC/s400/moedaiberic.jpg" /></a></div>
<span style="font-family: "arial narrow";"><b><span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;"></span></span></b></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 6px 12px; text-align: left;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b> </b>Na antiguidade a Palmeira possuía um significado especial conotado com a nobreza e a riqueza de um povo. Na Península Ibérica existiam muitas palmeiras e havia uma área de concentração
destas majestosas árvores a que chamavam Terra das Palmeiras, hoje conhecida
como Paloma, actual cidade espanhola.</span></span></div>
<span style="font-family: "arial narrow";"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
</span></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 6px 12px; text-align: left;">
<span style="font-family: "arial narrow";"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
A Palmeira era um dos
principais símbolos do Povo Konii/Konti e aparece representada em moedas
cunhadas nas antigas cidades peninsulares pré-romanas. Nalgumas dessas moedas
vê-se um cavaleiro que eleva um ramo de palma.</span></span></div>
<span style="font-family: "arial narrow";">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
</span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
</span></span><div class="MsoNormal" style="margin: 6px 12px; text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Na época Konii/Konti era
habitual decorar os herouns (estelas funerárias) com ramos de palmas em
homenagem ao defunto. Hoje, ainda se enfeitam as campas com flores, e podemos
especular acerca da ancestralidade das romarias que em Dia de Ramos levam o povo
a florir os cemitérios. Afinal, as “novas” religiões herdaram tanto das antigas,
politeístas, e estas dos tempos mais remotos, que não repugna considerar que uma
tradição proto-histórica ibérica tenha passado ao Médio Oriente e transmitida
aos hebreus. Assim teríamos a Festa de Ramos, com os seus tradicionais ramos de
palma, ainda hoje praticada em Israel. Tradição nada estranha aos costumes
árabes que igualmente homenageiam os seus mortos com deposição de ramos de palma
nas campas.</span></div>
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
</span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
</span></span><div class="MsoNormal" style="margin: 6px 12px; text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">As palmeiras eram tão
importantes que os povos da antiguidade (nos reinos em que existiam estas
árvores), quando guerreavam, costumavam cortar os ramos das palmeiras do
inimigo, no intuito de conjurarem toda a espécie de infortúnios sobre as suas
hostes.</span></div>
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
</span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
</span></span><div class="MsoNormal" style="margin: 6px 12px; text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Das diversas espécies de
palmeira algumas chegavam a atingir porte considerável, na ordem dos trinta
metros de altura.</span></div>
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
</span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
</span></span><div class="MsoNormal" style="margin: 6px 12px; text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Tamareiras e Coqueiros e,
ainda, a palmeira do açúcar de cuja seiva se extraía o adocicado néctar e cujas
folhas, fervidas, serviam de alimento constituíam as espécies mais utilizadas na
alimentação. Também o tronco do Salgueiro (palmeira) era processado e
transformado em farinha da qual se produzia um pão sem fermento. Quase todas as
partes da palmeira eram utilizadas. Da fibra bruta se faziam vassouras, capachos
e cestas. A fibra, processada, era usada no fabrico de cordas fortes e linhas de
costura. Dos óleos da palmeira fazia-se manteiga e sabão.</span></div>
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
</span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
</span></span><div class="MsoNormal" style="margin: 6px 12px; text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
Belas tigelas e outros
utensílios de cozinha, e até ferramentas, eram fabricados com a casca do coco.
Certas palmeiras produzem um tipo de madeira bastante resistente e impermeável,
daí a sua utilização na construção de embarcações. As suas sementes serviam para
fins medicinais ou, secas, tornando-se duras e transparentes, eram utilizadas na
confecção de colares de contas e outros adornos. Com as flores, brancas e
amarelas, faziam-se perfumes e enfeitavam-se os cabelos das mulheres.</span></div>
<span style="font-size: small;">
</span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">
</span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">
</span><div align="left" class="MsoNormal" style="margin: 6px 12px;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
</span></div>
<span style="font-size: small;">
</span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">
</span><span style="font-size: small;">
</span><b><span style="font-size: small;"><span style="font-weight: normal;">
</span></span><div align="left" class="MsoNormal" style="margin: 6px 12px;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 6 12;">
</div>
</b></span>Endovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7229325974144963166.post-16564813445201905322015-10-07T01:54:00.000-07:002017-05-12T07:55:00.436-07:00<br />
<br />
<br />
<header class="entry-header">
<h1 class="entry-title">
O simbolismo da Roda Solar</h1>
<div class="entry-meta">
<time datetime="2015-04-24T13:11:50+00:00"><br /></time><span class="entry-byline"><span class="author vcard"><a class="url fn n" href="https://sapientiasolaris.wordpress.com/author/castruviros/" title="Ver todos os artigos de Castruvíros"></a></span> </span>
</div>
</header>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://curiosidades.hi7.co/curiosidades/curiosidades-57a97a6721185.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://curiosidades.hi7.co/curiosidades/curiosidades-57a97a6721185.png" /></a></div>
A roda solar é uma evolução maior do símbolo solar primitivo, que é
o círculo. Os dois eixos sobrepostos formando os quatro pontos cardeais
formam, assim, a base de todos os símbolos de orientação. É a mesma
coisa que uma bússola marcando o Norte em sua parte superior. Mas bem
antes da invenção da bússola, este símbolo solar estava presente em
todas as culturas europeias, principalmente na Idade do Bronze. Essa
época distante nos deixou, entre outras coisas, as numerosas rochas
gravadas na Escandinávia, cobertas destas rodas solares. Encontramos
também um grande número delas na tradição Celta, embora outras culturas
pagãs ao redor do mundo tenham usado este símbolo. Mas antes de
adentrarmos nos mistérios da roda solar, vejamos antes alguns aspectos
ligados à própria noção de orientação. A orientação implica três
elementos de base: a localização do sujeito está marcada pelo ponto
central; a orientação no espaço marcada segundo os pontos cardeais
terrestres Leste e Oeste, que designam o amanhecer e o pôr do Sol; a
orientação marcada segundo os pontos cardeais do eixo Norte e Sul. A
roda solar veicula uma verdadeira síntese da orientação em todos os
sentidos.<br />
Não só nos orienta no espaço, mas também no tempo do curso do ano
solar, já que esta roda sagrada é um símbolo do movimento vital. Sem
movimento não há vida, é o movimento cíclico que marca nossas
festividades pagãs mais importantes, como os solstícios de inverno e
verão, os equinócios de outono e primavera. Estas festas não foram
meramente agrícolas, mas tiveram um carácter altamente religioso para
nossos ancestrais politeístas.<br />
<br />
O solstício de inverno, deformado pelo Cristianismo, se transformou
na festa do Natal. Esta data marca o momento do ano no qual a Natureza
recupera sua respiração, abrindo, assim, as portas do novo ano, depois
de um período de 12 noites sagradas. Os dias se fazem mais largos,
permitindo, assim, a chegada de dias melhores e o retorno do Sol. Os
Romanos celebravam o culto ao Deus solar Mitra, entre outros, este
renascia a cada ano em 25 de Dezembro como filho do Sol. Se designou
essa data como a de Sol Invictus, o “sol invencível”. Pouco antes, os
Romanos celebravam a Saturnália, momento quando era costume dar
presentes. Este período se acabava com a festa e culto ao deus Janus, o
deus bicéfalo que leva uma chave nas mãos. Este deus deu seu nome ao mês
de Janeiro, sendo este que abre e fecha as portas do novo ano solar.
Esta época do ano estava tão arraiada em todas as culturas pagãs da
Europa que o Cristianismo só pôde acabar com ela integrando-a em seu
calendário ao final do século IV, colocando na mesma data o nascimento
de Cristo para substituir e excluir a lembrança do Sol Invictus.<br />
O equinócio da primavera marca o retorno dos dias bonitos e quentes, é
o período do ano dedicado à fertilidade e ao amor. A vegetação volta a
crescer de novo e os demónios do inverno são expulsos, a promessa de
campos férteis enche os corações das pessoas, as flores inundam com
milhares de flores os campos, os casais se formam e se unem graças ao
encanto mágico da primavera. Tudo cresce. É a celebração do renascer da
vida após a pausa invernal. Os Germânicos rendiam culto a Ostara, também
chamada Eostre, deusa que deu seu nome à festa de Páscoa (<span class="fbPhotosPhotoCaption" id="fbPhotoPageCaption"><span class="hasCaption"><span class="text_exposed_show">Ē</span></span></span>ostre,
quem está por trás do nome da Páscoa em inglês: Easter). Naquele
período, nos quais os dias e as noites eram de mesma duração, era
evidentemente a ocasião para celebrar a união do Pai-Céu e a Mãe-Terra,
união que, nove meses mais tarde, durante o solstício de inverno, dará a
luz ao Sol Invictus, filho do sol.<br />
O solstício de verão é o momento no qual o sol se encontra em seu
apogeu, marcando, para nossos ancestrais, um instante mágico durante o
qual as forças solares estão ao máximo de suas capacidades. A natureza
resplandece com força e com inigualável claridade. O verão traz consigo
calor, alegria e abundância, elementos que ainda hoje encantam os
veraneantes em busca da felicidade. Mas o solstício é um momento
paradoxal do ano, já que no mesmo instante em que o Sol se encontra em
seu ponto culminante, momento da vitória das forças solares sobre as do
escuro inverno, o Sol anuncia já o destino inevitável de sua carreira
cíclica e do declive que o espera. Os dias, pouco a pouco, começaram a
ficar mais curtos, a luz diurna tomara o caminho do Crepúsculo dos
Deuses. Para os Germânicos, era costume incendiar grandes rodas solares e
lançá-las morros abaixo, o que simbolizava o aspecto fecundante do Sol e
seu declive anunciado. Muitos rituais têm representado e continuam
representando o Solstício de Verão. Nos países bálticos, onde o
paganismo ainda segue vivo, o Solstício de Verão é uma autêntica festa
nacional, as pessoas usam coroas feitas com folhas de carvalho, que
simbolizam o Sol sagrado, dançam e cantam ao redor das fogueiras. Estas
fogueiras se encontram por toda a Europa, onde os povos celebram a
alegria do dia mais largo do ano. Os bailes em círculo, assim como as
fogueiras, são hinos simbólicos ao Sol. O Cristianismo tentou também
desviar e absorver o sentido destas festas, fazendo dela a festa de São
João. Essas festas de São João têm, desde algumas décadas, tendências a
voltar a suas verdadeiras raízes: pagãs. Um caso observável são Les Focs
de la San Joan na Catalúnia do Norte. Esta festa não está ligada a
nenhum santo cristão, e sim ao Deus Solar de todas as tradições pagãs da
Europa: Apolo para os gregos, Belenos/Lugh para os celtas, Baldur na
tradição germano-nórdica, Abelio para os celtiberos, Dazbog para os
eslavos. Ainda que deva ser notado que, para os celtas, as 4 festas
maiores não coincidem com as festas dos demais povos europeus, o que as
vezes gera confusão.<br />
A quarta festa é o equinócio de outono, que também é paradoxal.
Marca, por um lado, a abundância, já que é o momento de agradecer aos
deuses pelas boas colheitas, mas por outro lado, esta festa marca o
declive do Sol em sua carreira cíclica. A abundância nesta festa se
encontra na Erntedankfest alemã, onde se agradece aos deuses pelas boas
colheitas. Neste caso, o véu cristão é muito fino e é necessário de
pouco para encontrar a origem real da celebração. Quando o sol
enfraquece, só é necessário observar a Natureza para nos dar conta que
os dias se fazem mais curtos, que as rosas caem das árvores, que o frio
se faz sentir e que muitas plantas morrem. A morte está na esquina, é a
época na qual as portas do além se abrem e se teme a todos os espectros.
No mito europeu da Caça Selvagem, o deus Wotan cavalga Sleipnir
contornando o céu do outono acompanhado de todos os guerreiros mortos em
combate. Mas a morte não é definitiva, já que um velho dito pagão diz
que é necessário morrer para renascer, como uma árvore que morre só em
aparência, para renascer na seguinte primavera.<br />
A este nível do nosso estudo, acabamos uma volta completa da nossa roda solar.<br />
Esta roda solar esconde outro princípio fundamental que foi estudado
pelo grande filósofo Heidegger. É o princípio do Ser e do Tempo (no
sentido do tempo que passa). O eixo horizontal do símbolo representa o
Tempo, ou seja, tudo o que muda, tudo o que é submetido aos caprichos do
destino. O aspecto material está incluso neste eixo. Uma expressão do
Tempo é, por exemplo, o corpo físico que nasce, cresce e finalmente
desaparece. Enquanto o eixo vertical representa o Ser, o aspecto eterno e
imutável, a força espiritual que emana de toda a vida. Mas ao contrário
dos monoteísmos que separam as noções de corpo e espírito, a sabedoria
pagã se reflecte no simbolismo da Roda Solar, demonstrando que o Tempo e o
Ser são dois conceitos inseparáveis.<br />
Segundo as explicações admitidas, o eixo horizontal seria de natureza
feminina, enquanto o eixo vertical seria de natureza masculina. A
imagem desse simbolismo é de carácter bastante sexual e está de acordo
com outros símbolos relacionados aos eixos da roda solar que vimos aqui
em cima (imagem).
As quatro extremidades da Roda Solar nos conectam com o simbolismo do
número 4, intimamente ligado à Terra. O círculo representa o Sol e o 4, a
Terra. Temos este código numérico uma vez mais na presença da união do
Sol com a Terra.<br />
Precisamos dizer que este símbolo é comummente chamado de “cruz
celta”, palavra que deveria ser empregada com prudência por várias
razões:<br />
– Este símbolo não é unicamente celta, e como já foi dito, se encontra
em todas as culturas pagãs da Europa e em algumas fora dela.<br />
– A cruz celta é uma evolução cristã da Roda Solar, na qual os eixos
ultrapassam o círculo para acabar assemelhando-se à crucificação cristã,
neste caso a simbologia pagã e cristã se misturaram.<br />
Para concluir, podemos dizer que este símbolo milenar engloba todos
os aspectos ligados aos ciclos solares, ao eterno retorno, ao ritmo
natural dos elementos celestes em equilíbrio com os elementos terrestres
e a harmonia perfeita entre todas as forças que regem o cosmos. É um
hino à glória do Sol.<br />
<span style="font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-size: x-small;"><b>Link original:</b> <a href="https://www.facebook.com/230064080465741/photos/a.305926009546214.1073741844.230064080465741/404058083066339/?type=1" target="_blank">Symboles Païens et inscriptions runiques</a></span>Endovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7229325974144963166.post-58394933308054231102015-04-10T08:26:00.001-07:002015-04-10T08:26:43.296-07:00Batalha de Covadonga<h3 class="post-title">
</h3>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.campingsella.com/wp-content/uploads/2015/03/covadonga.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.campingsella.com/wp-content/uploads/2015/03/covadonga.jpg" height="225" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Batalha de Covadonga, momento histórico épico, de contornos lendários, que se terá dado na Primavera-Verão de 722. </div>
<div style="text-align: justify;">
Após a queda do Reino Visigodo em 711, resistentes aos Omíadas refugiaram-se no norte da Península Ibérica, na cordilheira Cantábrica, e escolheram Pelágio como rei (718), filho de Fávila, um nobre da corte do rei visigodo Égica. Pelágio fixa a sua capital em Cangas de Onís e encabeça a resistência. Ele recusa pagar tributos aos Omíadas e após reforçar o seu exército com combatentes que continuavam a chegar, ataca pequenas guarnições omíadas da região.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os omíadas, cujo poder na península se concentrava em Córdova,
não parecem preocupados com essa insurreição naquela afastada região
montanhosa, sem grande interesse estratégico para eles. Tanto mais que
os seus recursos eram absorvidos com as campanhas do outro lado dos Pirenéus, contra o reino franco. Mas após a derrota de 721 em Tolosa, o governador Ambiza (Anbasa ibn Suḥaym Al-Kalbiyy), da Al-Andalus,
decide enviar uma expedição punitiva contra as Astúrias, vendo ali uma
vitória fácil para elevar o moral das suas tropas. Encarrega Munuza na preparação da expedição. Munuza envia então o general Alqama acompanhado por Oppas, irmão do antigo rei visigodo Wittiza e arcebispo de Sevilha,
para negociar a rendição dos Asturianos. Após o fracasso das
negociações, os Omíadas, em maior número e melhor organizados, perseguem
Pelágio e seus homens. Os asturianos levam pouco a pouco os Omíadas ao
coração das montanhas até atingirem Covadonga, num estreito vale de
fácil defesa, quando apenas restavam 300 homens.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-size: xx-small;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: xx-small;">
<a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Covadonga"></a></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
O número de trezentos traz à memória os famosos Trezentos de Esparta que
nas Termópilas enfrentaram, e atrasaram decisivamente, o avanço do
Império Persa em terra helénica. Como todas as grandes batalhas, a de
Covadonga adquiriu assim contornos lendários, reforçando-lhe o cariz de
mito fundador e, como dizia Fernando Pessoa, o mito é o nada que é
tudo. </div>
<div style="text-align: justify;">
A cena em que Opas tenta convencer Pelágio a render-se, essa então é
paradigmática e, embora a sua veracidade seja negada por alguns, não
deixa de ter credibilidade: Opas, cuja realidade histórica e papel de
traição permanece matéria da história factual independentemente deste
episódio, afigura-se aqui como representante do que eventualmente terá
sido uma boa parte da hoste cristã, que, talvez seduzida pelas promessas
de tolerância da parte do Islão, acabou por aceitar passivamente a
invasão norte-africana da Península Ibérica, o que bem pode ter
contribuído para que a invasão moura se desse tão rapidamente. De notar
que o Islão aceita teoricamente a presença, submissa, de judeus e
cristãos, que, em portando-se humildemente diante dos muçulmanos e com
estes colaborando, por estes serão «protegidos» como dimis. </div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Quanto a Pelágio, fosse ou não visigodo, ou talvez um quase bárbaro
caudilho Asture, constitui neste episódio o exemplo paradigmático do
resistente que não se deixa levar pelo argumento do «dado adquirido» com
que Opas esperaria desarmar a sua teimosia. Teimosia esta que talvez
tenha levado os Mouros a descreverem-no, e aos seus combatentes das
Astúrias, como uns quantos «asnos» a rejeitar o domínio muçulmano. Pois
foi a partir da resistência triunfal destes «asnos» que, do extremo
norte montanhoso da Hispânia, se foi desenvolvendo um movimento de
avanço militar para sul, a chamada Reconquista. É por isso a esta
«asnice» que os Hispânicos actuais - Portugueses, Galegos, Asturianos,
Castelhanos, Catalães, Bascos, até - devem a sua independência e
talvez até a salvaguarda da sua identidade indo-europeia diante das
forças do outro lado do Mediterrâneo, onde hoje se ajuntam as vozes de
ressentimento contra a derrota muçulmana na Hispânia. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Porque os antepassados dos actuais Ibéricos não foram na fita do dado
adquirido e da suposta impossibilidade de resistir à onda invasora
oriunda do sul.<br />
<br />
<span style="color: red;"><span style="color: black;"><span style="font-size: xx-small;">Fonte: <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Covadonga">http://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Covadonga</a></span></span> </span></div>
Endovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7229325974144963166.post-6967611669479739872015-02-11T06:47:00.002-08:002015-02-11T06:47:42.036-08:00Carnaval Rural - Caretos de Podence<h2 style="text-align: justify;">
<br /></h2>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://media.iolnegocios.pt/lifecooler/b25b73593618532d07ead88352e745fd/500x329/" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://media.iolnegocios.pt/lifecooler/b25b73593618532d07ead88352e745fd/500x329/" height="262" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Das
variadíssimas manifestações carnavalescas efectuadas de norte a sul do
País merecem particular referência aquelas que continuam a manter-se
fiéis às suas vertentes tradicionalmente ruralistas, quer em função da
sua situação geográfica, quer pelo envolvimento das personagens que lhe
estão associadas – as populações locais.</span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Os
habitantes desses lugares representam o suporte genuíno de toda uma
ritualidade, por vezes complexa, que nada tem a ver com os padrões
modernos dos Carnavais com objectivos turísticos, embora, e talvez por
isso mesmo, enfermando de pouca ou nenhuma divulgação, nem mesmo a nível do (re)conhecimento da sua tradição.</span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Desse
grupo, de algum modo restrito, faz parte o Carnaval de Podence (Macedo
de Cavaleiros), em terras do Nordeste Transmontano, onde a quadra
carnavalesca é festejada de forma a fazer lembrar as suas remotas
origens, representadas ali numa encenação vincadamente pagã.</span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Neste
ritual são visíveis as raízes que ligam o Carnaval de Podence às
antigas festas dos Romanos, as Lupercais, efectuadas no dia 15 de
Fevereiro, segundo uns em louvor de Pã, deus dos rebanhos, da
fecundidade e dos pastores ou cabaneiros, enquanto outros sustentam que
seriam realizadas em honra de Luperco, também ele deus pastoril da
protecção dos rebanhos contra os lobos.</span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Consideradas
das festas mais importantes da antiga Roma, eram particularmente
marcadas pelo desfile, nas ruas, de grupos de homens seminus que
fustigavam com peles de cabras, imoladas nessa ocasião, as mulheres que
encontravam no caminho, num rito punitivo, tendo por intenção torná-las
fecundas.</span>
</div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Ritual
a perpetuar-se no Domingo e Terça-Feira de Carnaval, graças à actuação
dos «Caretos de Podence», quando, pelas ruas, correm atrás das mulheres –
principalmente das novas e solteiras – para «chocalhá-las», isto é,
para abraçá-las lateralmente e com movimentos rápidos de semi-rotação da
cintura fazer com que os chocalhos que transportam à cinta lhes batam
repetidamente nas nádegas.</span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Os
«caretos» (rapazes solteiros) constituem-se como as figuras principais
da festa, os seres quase fantásticos destes rituais lúdicos e pagãos,
transmitidos de pais para filhos, desconhecendo-se, no fundo, a sua
verdadeira origem e significado.</span>
</div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Simbolicamente
associados, na crença popular, «ao espírito do mal», ou a tudo aquilo
que se afigure misterioso – forças sobrenaturais e ocultas, curandeiros,
bruxos, poderes diabólicos e ao próprio Satanás – auferem de total
impunidade durante esse curto período, apenas dois dias, embora costumem
fazer uma aparição no Domingo Magro.</span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://fotos.sapo.pt/01DZ6U45Y1oOznPdmwZS" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img alt="" border="0" height="268" src="http://fotos.sapo.pt/01DZ6U45Y1oOznPdmwZS/500x500" style="border-color: black; height: 288px; width: 437px;" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="line-height: 150%;">
<span style="font-size: small;">Em
qualquer lugar em que se encontrem é sempre grande a algazarra que
provocam, uma vez que comunicam entre si e com os circunstantes apenas
por berros, numa linguagem que ninguém entende. Correm frequentemente
atrás de quem calha e dançam e saltam como verdadeiros seres invasores e
causadores de toda uma desordem e abuso instaurados a que não é
possível, nem se deseja, afinal, pôr termo.</span>
</div>
</div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Os
fatos dos «caretos», extremamente garridos, são guardados e vestidos,
muitos deles, geração após geração, constituindo uma verdadeira relíquia
para a família que os possui. Confeccionados na própria aldeia, são
feitos de colchas antigas, de lã ou de linho (hoje já raras), tecidas em
teares caseiros, cortadas depois ao jeito de fato: calças e casaco com
gorra ou capuz. As três peças são quase totalmente recobertas com
fieiras de franjas de lã de carneiro, tingidas de diversas cores, ao
gosto de quem os faz ou veste, embora as cores tradicionais sejam o
vermelho, o amarelo e o verde.</span>
</div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Somente
para as franjas, também elas feitas em tear, são necessários (dizem)
sessenta novelos de lã. Um fato de «careto» pode orçar, actualmente, em
mais de 400 euros – com as franjas de lã tradicionais substituídas por
lã de fibra, sem contar com a dificuldade em encontrar e comprar uma
colcha antiga…</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
</div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"></span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://api.ning.com/files/44Dm4SOFIO9aEg4I8MQoAzLe4vyzci0F1GTW5mP5o0tWKMe-m4T2z6JSi7yNwEXc0V8SIVbmC7uGHrATwm81b5J0C8-t*Hka/CaretoLazarim2.jpg?width=500" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://api.ning.com/files/44Dm4SOFIO9aEg4I8MQoAzLe4vyzci0F1GTW5mP5o0tWKMe-m4T2z6JSi7yNwEXc0V8SIVbmC7uGHrATwm81b5J0C8-t*Hka/CaretoLazarim2.jpg?width=500" height="280" width="400" /></a></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Como
adorno, ostentam à cintura, presos num cinto de couro, fiadas de
chocalhos e sobre o peito, cruzadas, as «bandoleiras», igualmente em
couro, por vezes com uma ou duas campainhas. </span><span style="font-size: small;">O número
de chocalhos, hoje, é variável, conquanto o preceito consistisse em
doze chocalhos de latão, «se o fato fosse rico», ou apenas oito, «no
caso do fato ser mais pobre». Na mão levam um pau ou bengala de madeira
de freixo ou castanheiro, que lhes serve de apoio quando saltam ou
correm ao som dos chocalhos. Antigamente, usavam uma bexiga de porco ou
uma pele de coelho cheia de ar que empunhavam para bater, ritualmente,
em quem com eles se cruzava, costume ainda mantido por um ou outro.</span><span style="font-size: small;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">A
designação «caretos» resulta da palavra «careta» ou «máscara», sendo as
de Podence, como, de resto, o são todas as máscaras deste género,
terríficas. Trata-se de máscaras rudimentares, feitas de latão ou
folha-de-flandres, pintadas de vermelho ou negro, com um nariz
pontiagudo e três aberturas para os olhos e a boca. Em tempos mais
antigos as máscaras eram feitas também de cabedal ou de madeira
primorosamente esculpidas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://farm8.staticflickr.com/7388/10165141496_ab35ed6605.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://farm8.staticflickr.com/7388/10165141496_ab35ed6605.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">As
praxes do Carnaval de Podence obrigam a que as crianças do sexo
masculino (até aos 11, 12 anos) se mascarem como réplicas dos «caretos»
adultos, embora menos elaboradas e se comportem à sua semelhança.
Conhecidos por «facanicos», acompanham, nas suas andanças e
brincadeiras, o grupo dos rapazes solteiros. Certamente, a forma
encontrada para que a figura dos «caretos» se não perca, antes se
reforce no objectivo de preservar e garantir a continuidade desta
tradição carnavalesca.</span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">No
conceito popular, só o «careto» possui os poderes propiciatórios,
profilácticos e expurgatórios no momento da viragem do ciclo agrário - a
passagem do Inverno para a Primavera. Poderes exercidos sobre os
campos, purificando-os, e a tornar fecunda a produção das terras ao
afugentar delas as «forças nocivas ou os espíritos das trevas, que as
invadem e empobrecem». Desta forma se perpetuam remotos cultos
gentílicos de vegetação e fertilidade, que podem mesmo ir mais longe,
considerando que ao «careto» se atribui o poder de «eliminar qualquer
mal da Natureza e da própria comunidade».</span>
</div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">E
se da Antiguidade lhe vem a Festa dos «Caretos», de lá virá também,
supostamente, a designação de «lares» dada em Podence às grandes
lareiras sobre as quais se cozinha ainda hoje em panelas de ferro. Quem
sabe, a fazer lembrar os deuses Lares – simbolizados por pequenas
estatuetas –, colocados nos altares domésticos de cada casa romana, dia e
noite alumiados.</span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a class="saportelink" href="http://fotos.sapo.pt/soledade/fotos/?uid=c2jNZvwfJEjU00zkYO3S" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" height="267" src="http://c9.quickcachr.fotos.sapo.pt/i/Bb607a96b/9415342_V9I1j.jpeg" style="border: 0px none;" width="423" /></a></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
</div>
<div class="" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Ao
redor dos «lares» reúne-se a família, sentada nos bancos de madeira –
os «escanos» –, a dar voz à ceia e aos serões do tempo frio, aconchegada
no calor do lume, quando a água gela nas fontes e deixa de fazer ouvir a
limpidez do canto.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Na
manhã de Quarta-Feira de Cinzas, despidos os fatos de «careto», que se
usaram até Terça-Feira de Entrudo, todos comparecem à missa na Igreja de
Nossa Senhora da Purificação. A partir desse dia é considerado pecado
ouvir-se um chocalho – em Podence os animais não costumam usá-los; só
os «caretos».</span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> </span> </div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: xx-small;"><span>Fonte: Livro «Festas e Tradições Portuguesas», Vol. II </span><br /></span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
Endovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7229325974144963166.post-5507185792580125822014-10-31T03:04:00.000-07:002014-10-31T03:04:03.555-07:00Festa da Cabra e do Canhoto<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqfAtiQOPCgdvl_FHzLR7xhbHJC26EvG7AEKfo349STmQEaUbR2WWjL-zoxG4V8lmbX78UYZXTvIs-CeW6GisVVkO2oP-JL-3TNoRIl_a3TF2WehV7WnHC3ig3CxR27aSWek4zmTxLPoE/s1600/festa-da-cabra-e-do-canhoto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqfAtiQOPCgdvl_FHzLR7xhbHJC26EvG7AEKfo349STmQEaUbR2WWjL-zoxG4V8lmbX78UYZXTvIs-CeW6GisVVkO2oP-JL-3TNoRIl_a3TF2WehV7WnHC3ig3CxR27aSWek4zmTxLPoE/s1600/festa-da-cabra-e-do-canhoto.jpg" height="266" width="400" /> </a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vamos lá começar isto pelo princípio: o
Halloween não é americano. A Festa da Cabra e do Canhoto é só um dos
exemplos que podemos dar como prova disso. Mas há centenas e centenas de
outros, espalhados pela Europa, mas sobretudo na sua costa ocidental,
onde a invasão ou influência celta foi mais marcante. O que hoje sobra
da passagem de 31 de Outubro para 1 de Novembro, e a que agora damos o
nome de Halloween (que, muito provavelmente, resulta da contracção do
inglês All-Hallows Eve, isto é, a véspera do dia de Todos os Santos) , é
um produto que foi na bagagem da emigração irlandesa para os Estados
Unidos, e por lá estagiou até ganhar esta componente comercial que lhe
deu a corrente imagem de marca, agora reimportada para o Velho
Continente, aquele que na verdade é o que está na sua origem.</div>
<div style="text-align: justify;">
Escapando-me à polémica que o termo <em>celta</em> envolve, quer em termos históricos, quer em termos etnográficos, é indubitável que por aqui (e por <em>aqui</em>,
leia-se pelo ocidente ibérico) passaram tribos pré-romanas que, ou
foram de facto celtas, ou foram pelo menos celtizadas, isto é,
absorveram parte substancial da cultura destes. E esses aglomerados de
gente que partilhavam costumes comuns tinham, como nós, manifestações de
religiosidade para com lugares sagrados ou, de outra forma, para com
datas sagradas. E isso justifica que nesta altura, no dia 31 de Outubro
do actual calendário, sendo mais específico, se festejasse uma passagem
de ano. Esta passagem de ano não era mais do que um antigo resquício
celta: acreditavam eles que o ano se dividia em estação da noite (e do
frio) e estação do dia (e do calor). O último dia de Outubro registava
assim o final da época das colheitas e o início da época em que a
natureza morre, e o facto de os mortos serem homenageados em todo o país
no Dia de Todos os Santos não é pura coincidência.</div>
<div style="text-align: justify;">
Assim, e tendo em conta que da noite de 31 de Outubro para 1 de Novembro estávamos na presença de um <em>tempo de ninguém</em>,
tudo poderia acontecer, inclusivamente a vinda dos mortos à terra para
destruir colheitas e espalhar o medo. Simbolicamente, a vinda dos mortos
está relacionada com a chegada do ciclo morto da natureza. E é nesse
contexto que falamos da Festa da Cabra e do Canhoto, a acontecer nesta
precisa data, em Cidões, província de Trás-os-Montes. Reza a tradição
que se deve queimar o canhoto, ou de outra forma, um grande cavaco, numa
fogueira gigante, fogueira essa que será aproveitada para cozinhar a
cabra, antes esfolada no concelho de Vinhais. Os nomes do <em>canhoto</em> e da <em>cabra</em> não vêm do acaso. Ambos estes termos estão associados ao demoníaco, ao <em>outro lado</em> - os
homens com pés de cabra, por exemplo, são, em infinitas lendas
europeias, uma forma de reconhecermos o diabo escondido em forma humana.</div>
<div style="text-align: justify;">
A cabra é acompanhada de queimada celta
(ou queimada galega, para adoptar uma denominação mais comum), café em
pote ou ulhaque (bebida típica da povoação). Fazendo jus ao <em>tempo onde tudo é válido</em>,
como acontece no Carnaval, que por sua vez celebra a chegada da
Primavera, aos rapazes de Cidões são permitidas todas as tropelias, como
se de Caretos estivéssemos a falar – roubam objectos de varandas da
aldeia, viram carros e carroças do avesso, atropelam raparigas. Chega
mais tarde o Diabo, numa charrua puxada pelas gentes da terra, bem
audível no chiar que o seu andar provoca.</div>
<div style="text-align: justify;">
A Festa da Cabra e do Canhoto é já uma
pequena pérola turística, ainda pouco dada a grandes massas, sobretudo
pela distância que a aldeia tem dos grandes centros urbanos portugueses.
Há concertos a acompanhar uma noite que se faz de medos. E é de
aproveitar. Afinal, a partir daqui entramos no mundo escuro. Um que só
se volta a aclarar quando o Carnaval dá de si, quase meio ano depois.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: xx-small;">Fonte: www.portugalnummapa.com </span></div>
Endovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7229325974144963166.post-27702103529923593612014-10-13T06:53:00.000-07:002014-10-13T06:53:07.382-07:00Ophiussa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.galleriamonteoliveto.it/up/news/serpe%20s.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.galleriamonteoliveto.it/up/news/serpe%20s.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<b>Ofiússa</b> ou <b>Ophiussa</b> é o nome dado pelos antigos gregos ao território português. Significa <i>Terra das Serpentes</i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os <b>ofis</b> viveriam, principalmente, nas montanhas do norte de Portugal, incluindo a Galiza. Outros dizem que estes viviam na foz dos rios Douro e Tejo. Este povo venerava as serpentes, daí <i>Terra das Serpentes ou serpes</i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
Existem alguns estudos arqueológicos que mencionam este povo e
cultura. Alguns creem que o dragão, muitas vezes representado como um grifo e originário de uma primitiva serpente alada - a "Serpe Real", timbre dos Reis de Portugal e depois também dos Imperadores do Brasil,
está relacionado com este povo, ou com os celtas que mais tarde
colonizaram a zona, que por sua vez poderiam ter sido influenciados pelo
culto ofi.</div>
<div style="text-align: justify;">
Na face cristã deste símbolo no Reino de Portugal, expressa na tradição dos monges cistercienses de Alcobaça sobre o Milagre de Ourique e a consequente origem das Quinas da coroa portuguesa nas Cinco Chagas de Jesus Cristo, descrita no mesmo Juramento de Ourique, este símbolo sagrado da serpente ligado à sabedoria divina e já atribuído a Moisés, liga-se agora essencialmente com a divindade de Jesus Cristo.</div>
<div style="text-align: justify;">
No século IV, o poeta romano Avieno, na <i>Ora maritima</i>, um documento inspirado por uma viagem marítima, anotou "Oestriminis" (ou o extremo ocidente) povoados pelos Estrímnios,
um povo que vive naquela área desde há muito tempo, que tiveram que
fugir das suas terras depois de uma "invasão de serpentes". Isto pode
ser uma relação aos Sefes ou ofis ("o povo das serpentes") e aos Draganos
("o povo dos dragões"), que vieram colonizar aquelas terras e formaram
um território conhecido pelos gregos como Ofiússa. Alguns autores
relacionam o povo Ofi com os druidas ou proto-celtas ou, até mesmo, antigos egípcios. Numa tradição egípcia, refere-se que as "serpentes" egípcias de Karnak ou Luxor teriam emigrado para a Europa.</div>
A expulsão dos Estrímnios, da <i>Ora Maritima:</i><br />
<dl style="text-align: center;"><dd><i>Ophiussam ad usque. rursum ab huius litore</i></dd><dd><i>internum ad aequor, qua mare insinuare se</i></dd><dd><i>dixi ante terris, quodque Sardum nuncupant,</i></dd><dd><i>septem dierum tenditur pediti via.</i></dd><dd><i>Ophiussa porro tanta panditur latus</i></dd><dd><i>quantam iacere Pelopis audis insulam</i></dd><dd><i>Graiorum in agro. haec dicta primo Oestrymnis est</i></dd><dd><i>locos et arva Oestrymnicis habitantibus,</i></dd><dd><i>post multa serpens effugavit incolas</i></dd><dd><i>vacuamque glaebam nominis fecit sui.</i></dd></dl>
Endovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7229325974144963166.post-67368883044274445732014-07-22T01:55:00.003-07:002017-05-12T07:59:22.713-07:00Os últimos caçadores-recolectores<h2>
</h2>
<span style="font-size: small;">
</span><span style="font-size: small;">
</span><span style="font-size: small;">
</span><br />
<table align="LEFT" cellpadding="5" cellspacing="0">
<tbody>
<tr>
<td></td></tr>
<tr>
<td class="small"><br /></td>
</tr>
</tbody></table>
<h5>
<span style="font-size: small;">
<span style="font-size: large;">Como vivia o homem mesolítico? </span></span></h5>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhop8XvNc_EztiSdzTb01Dede1J1ojpOvN8KQLEH6Q79WxuwbN3uasuBkoGC0osG5zsQoF8r-3QyIiub4VMpNPbRSQIjaV9J3todXSPWBV21kZHV1bLJuL6wxpxxVoZf7btCOLcdyQXBjAa/s1600/me2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhop8XvNc_EztiSdzTb01Dede1J1ojpOvN8KQLEH6Q79WxuwbN3uasuBkoGC0osG5zsQoF8r-3QyIiub4VMpNPbRSQIjaV9J3todXSPWBV21kZHV1bLJuL6wxpxxVoZf7btCOLcdyQXBjAa/s1600/me2.jpg" width="267" /></a>No Mesolítico surgiram os grandes bosques temperados.
Extintos o Elefante e o Rinoceronte, desaparecido o Urso das cavernas,
prosperam agora o Veado e o Corço. Extinto o Mamute e emigrados para o
Norte os enormes rebanhos de renas, o homem teve que fazer a caça a
animais mais pequenos e mais esquivos, como o Javali e o Coelho. <br />
Para tal, os caçadores agiam em grupo e utilizavam
cães – lobos semi-domesticados. No Mesolítico, o homem
praticou a microlitização, como dizem os arqueólogos. Quer
dizer que fabricava pequenos utensílios de sílex. Estes
instrumentos serviam, por exemplo, para colher e abrir moluscos e para fazer
arpões, anzóis e várias outras ferramentas cortantes. <br />
No Mesolítico, a arma mais importante era o arco, capaz de
lançar a grandes distâncias mortíferas setas com afiadas
pontas de pedra. Por vezes, setas com pontas de osso, ou mesmo de madeira (para
não estragar as peles dos animais caçados). Outras vezes, setas
lançadas por zagaias. <br />
O homem aprende a roubar sistematicamente o mel das abelhas,
manipulando as colmeias. Na costa litoral estremenha caçava-se o Veado
(Cervus elaphus), o Javali (Sus scrofa), o Auroque (Bos primigenius), o
Corço (Capreolus capreolus) e o Coelho (Oryctolagus cuniculus). <br />
Noutras regiões, a Cabra-montês e diversas aves
selvagens – Pato, Ganso, Tordo, Faisão, Rola – preenchiam a
dieta mesolítica. Pescava-se nos rios e ribeiros e recolhia-se todo o
tipo de frutos, comiam-se caracóis e conchas... aos milhões. <br />
No Mesolítico, os homens ainda eram nómadas, mas com
alojamentos de inverno e acampamentos de verão. Só em
regiões que ofereciam suficiente alimento durante o ano inteiro, os
nómadas armaram as suas tendas durante temporadas mais longas.
Construíram-se as primeiras choças primitivas às margens
dos rios (só bem mais tarde se construíram cabanas com ramos e barro).
Assentaram-se as primeiras «oficinas de sílex». <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlsdTqVRdufdKKaBeUc5cSYoZIQh6KQH6GbilQ5AeQkH4y7NHAD58GFl6xxZG0XdA8S3nQlvg0JeA_BBnPT6nzF7-STPF7yMFh0-eqTad-j1AjaUfbSu3ylvmzUWr_BfioX1xCTzRPNqU/s1600/anzois+mezo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="158" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlsdTqVRdufdKKaBeUc5cSYoZIQh6KQH6GbilQ5AeQkH4y7NHAD58GFl6xxZG0XdA8S3nQlvg0JeA_BBnPT6nzF7-STPF7yMFh0-eqTad-j1AjaUfbSu3ylvmzUWr_BfioX1xCTzRPNqU/s1600/anzois+mezo.jpg" width="320" /></a></div>
<table align="CENTER" cellpadding="5" cellspacing="0"><tbody>
<tr>
<td></td>
</tr>
<tr>
<td class="small">Anzóis de osso, período
mesolítico.</td></tr>
</tbody></table>
Endovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7229325974144963166.post-28103856286243649872014-07-22T01:52:00.002-07:002017-05-12T08:04:44.120-07:00Ferramentas de pedra<h2>
</h2>
<table align="CENTER" cellpadding="5" cellspacing="0">
<tbody>
<tr>
<td><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://ixdasalvador.files.wordpress.com/2013/03/36692249-neolithictools.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="256" src="https://ixdasalvador.files.wordpress.com/2013/03/36692249-neolithictools.jpeg" width="400" /></a></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td align="CENTER" class="small" valign="TOP"></td>
</tr>
</tbody></table>
<table cellpadding="5" cellspacing="0">
<tbody>
<tr>
<td align="CENTER" valign="TOP"><br /></td>
</tr>
<tr>
<td align="CENTER" class="small"></td>
</tr>
</tbody></table>
No Neolítico, as comunidades tinham aperfeiçoado
ainda melhor as suas ferramentas e armas de pedra: <br />
<ul>
<li><b>machados</b> para derrubar árvores das florestas,
</li>
<li><b>enxós</b> para trabalhar os campos, </li>
<li><b>mós</b> para triturar os cereais recolhidos, </li>
<li><b>pontas de seta</b> para derrubar com flechas certeiras
caça grande e pequena. </li>
</ul>
<h5>
Pedras para todos os efeitos </h5>
<div style="text-align: justify;">
No Calcolítico, o uso da pedra foi universal. Os
artesãos das várias indústrias líticas sabiam
trabalhar pequenas pedras pesando poucas gramas, assim como talhar colossos
graníticos, pesando toneladas... </div>
<div style="text-align: justify;">
A pedra servia para uma enorme diversidade de usos – desde a
construção de muralhas, cabanas habitacionais e complexos
espaços funerários – até à
elaboração de pequeníssimos objectos, como os pendentes
reproduzidos em cima. </div>
<div style="text-align: justify;">
Vários tipos de vistosas «pedras preciosas»
forneciam matéria-prima para a elaboração de toda uma gama
de adornos; a variscita é o exemplo mais importante. </div>
<div style="text-align: justify;">
Desde as aplicações mais funcionais do dia-a-dia
calcolítico – por exemplo, a separação de
músculos, tendões e ossos numa peça de carne, feita com
uma afiada faca de sílex – até aos mais místicos usos
– como, por exemplo, a fabricação de betilos
cilíndricos de calcário, usados em rituais funerários
– a pedra era o material que assegurava às sociedades do
Calcolítico a sobrevivência diária. </div>
<div style="text-align: justify;">
Também servia para assegurar a morte a concorrentes e
inimigos, pois não nos restam quaisquer dúvidas sobre a
utilização de armas de pedra... </div>
<div style="text-align: justify;">
Quem hoje fala de «meios de produção»
quer designar unidades de produção, com-plexos industriais com
equipamentos modernos, tecnologias evoluídas, recursos de
informática, etc. Falar em «meios de produção
neolíticos ou calcolíticos» é falar de ferramentas e
utensílios de pedra. Pois eram esses que garantiam o controle sobre a
Natureza. Para usar uma expressiva fórmula da antropóloga
Katina Lillios: «...os machados e as enxós (tanto objectos em
bruto como ferramentas prontas) foram essencialmente os meios de
produção para as comunidades pré-históricas
tardias. E o controle sobre esse meios de produção pode ter sido
a base para status, prestígio ou poder político. A sua
potência simbólica e social poderá ser explicada pelas suas
qualidades transformadoras. Usando estas ferramentas, a Natureza torna-se
terra agrícola. A floresta torna-se campo fértil. Um inimigo
torna-se um inimigo morto...» </div>
<h5>
Símbolos de poder </h5>
<div style="text-align: justify;">
Uma ferramenta, além de ser funcional, poderia ter
acumulado outras funções. Além de ser um objecto
utilitário, um machado de pedra poderia ser um símbolo de poder,
de masculinidade. Poderia ser ainda, cumulativamente, uma «peça de
família», um objecto herdado de pai para filho. </div>
<div style="text-align: justify;">
Um achado que aponta nesse sentido é o Machado de
Óbidos. Em 1999, durante uma prospecção
arqueológica sub-aquática realizada pelo Centro Nacional de
Arqueologia Náutica e Subaquática (CNANS) durante as dragagens
de desassoreamento da Lagoa de Óbidos, foi descoberto, a nove metros de
profundidade, um grande machado de anfibolito polido e perfurado. </div>
<div style="text-align: justify;">
Este Machado de Óbidos é um dos oito exemplares perfurados deste tipo conhecidos na Península Ibérica. Todas os
restantes machados deste tipo foram encontradas em megálitos datados do
Calcolítico; portanto, é presumível que o de Óbidos
date do mesmo período e provenha de um contexto semelhante. </div>
<div style="text-align: justify;">
Os machados perfurados já encontrados estavam dispersos por
Portugal e pelo Noroeste de Espanha. Estes objectos, assim presume Katina
Lillios, seriam atributos de estatuto de indivíduos pertencentes a uma
elite que detinha autoridade numa região particular. </div>
Endovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7229325974144963166.post-41652886615732528822014-06-05T07:29:00.000-07:002014-06-05T07:29:24.101-07:00Raíz Ibérica<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.gh-records.com/582-744-thickbox/v-a-raiz-iberica-cd-.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.gh-records.com/582-744-thickbox/v-a-raiz-iberica-cd-.jpg" height="400" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: Helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"> </span><br />
<br />
<br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;">'Raíz
Ibérica' ('Iberian Root') is a meeting of Iberian bands dealing with
the myths, legends and origins of Iberia Peninsula (Spain &
Portugal).<br /> From delicate Folk tunes to Ur-Folk through more
Natural-Ambient songs to even Ritual passages and traditional music.
All bands involved have a deep connection with the old roots, stones
and mountains forming this particular land.<br /> This is the perfect
compilation to be intruduced in Iberian folk nowadays. More if you're
interested in the folk rooted on traditions, legends and old Gods...<br /> Featuring <b>Àrnica,
Sangre de Muérdago, Urze de Lume, Keltika Hispanna, Stillme, Caelia,
Azagatel, Wihinnei Rita, Cosmos, The Wyrm, Azagatel, Ángel Román</b>.<br /> Get ready to enter into hidden Iberia...</span></span><br />
<br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;">Released by:<br /> AHNSTERN | SOLIFERRO GRABACIONES ÍBERAS </span></span><br />
<br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;">Listen the teaser:</span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;"><a href="http://www.mixcloud.com/gradualhate/va-ra%C3%ADz-ib%C3%A9rica/">http://www.mixcloud.com/gradualhate/va-ra%C3%ADz-ib%C3%A9rica/</a><br /> CD comes with 16 pages booklet.</span></span><br />
<br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;">Buy: </span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;"><a href="http://www.gradualhate.info/ghrecords.html" rel="nofollow nofollow" target="_blank">http://www.gradualhate.info/ghrecords.html</a></span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;"><a href="http://www.steinklang.at/shop/index.php?main_page=product_music_info&cPath=1300&products_id=7070">http://www.steinklang.at/shop/index.php?main_page=product_music_info&cPath=1300&products_id=7070</a> </span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;"> </span></span><br />
<br />Endovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7229325974144963166.post-38325847085943197182014-06-05T07:13:00.001-07:002017-05-12T08:06:47.383-07:00Ataegina<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRYMFh22bQKOUZaezuPxZc8EL_i6ltKBFrDOdeytNPMxZN7okALajQMmWL-tFhM4pinQ4z-fxd5jwfLY94CX5I7cTy4lYQEDkzT-9lf-XzoKMDkmkbuLTmIv7j10MMY4k0i-R1oUtmyDCe/s1600/cabra-simbolo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRYMFh22bQKOUZaezuPxZc8EL_i6ltKBFrDOdeytNPMxZN7okALajQMmWL-tFhM4pinQ4z-fxd5jwfLY94CX5I7cTy4lYQEDkzT-9lf-XzoKMDkmkbuLTmIv7j10MMY4k0i-R1oUtmyDCe/s1600/cabra-simbolo.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
Atégina ou Ataegina é a Deusa do
renascimento, pois o seu nome é de origem celta e significaria
renascida, ou seja, era uma Deusa ligada ao culto da fertilidade
que tal como os frutos da terra que renascem todos os anos, também
desaparecia sazonalmente no submundo para poder renascer. Também Deusa
da natureza e da cura na mitologia lusitana. Viam-na como a Deusa
lusitana da lua.<br />
Não se sabe ao certo qual a origem do seu culto,
provavelmente era uma Deusa indígena que foi primeiro celtizada, tal
como indica o seu nome e depois romanizada. Esta Deusa acabou por ser
conotada pelos Ibero-Romanos a Proserpina e a Libera. Com Proserpina,
tinha a semelhança de ser Deusa da fecundidade dos campos e dela acabou
por ganhar o carácter infernal que tinha como mulher de Plutão. Libera
por seu lado era a primitiva Deusa da fecundidade agrária, irmã de Liber
(Baco). Ataegina acabou assim por ficar associada a estas duas Deusas do
panteão romano. <br />
Para além do facto de ser uma Deusa da fecundidade,
ligada ao renascimento da natureza e ao germinar das sementes, o seu
carácter infernal fazia com que se lhe fossem consagradas devotio. A
devotio era uma cerimónia religiosa que tinha como objectivo fazer mal a
alguém convocando através de fórmulas as divindades infernais para que
se apoderassem dessa pessoa. Esta devotio servia para lançar uma
maldição, que poderia ir de pequenas pragas à morte. O animal consagrado
a Ataegina era o bode ou a cabra.<br />
Estão também atribuídas a esta
Deusa características de Deusa infernal, pois foi encontrada uma
inscrição de devotio na qual se lê:<br />
<br />
“<i>Dea Ataecina Turi/brig(ae)
Proserpina /per tuam maiestatem / te rogo oro obsecro / uti vindices
quot mihi /furti factum est; quiquis / mihi imudavit involavit / minusce
fecit [e]a[s res] q(uae) i(nfra) s(criptae) s(unt) /túnicas VI,
[p]aenula / lintea II, in[dus]ium ~rabo~/ius I. C…m ignoro i…ius.</i>”<br />
<br />
(Deusa Ataecina Turubriga Proserpina, pela tua majestade eu peço, rezo e
imploro que vingues o roubo que me foi feito. Quem quer que me tenha
subtraído, roubado, pilhado as coisas abaixo vão descritas: seis
túnicas, dois mantos de linho, uma peça de roupa interior…).<br />
<br />
Ataegina e Endovélico, formavam um par divino que reinava nos Infernos.<br />
Em
algumas inscrições, esta Deusa acabou também por aparecer ligada à
medicina, sendo apelidada pelos dedicadores de Servatrix, ou seja,
conservadora da saúde dos homens. Tal como ao Deus Endovélico, também
era vasto o grupo de pessoas que se dirigiam a Ataegina, escravos, homens
livres, indígenas e romanos.<br />
Em algumas inscrições o nome da Deusa
aparece apenas representado por um A, o que mostra a familiaridade com
esta Deusa e vários são os epítetos a ela atribuídos, tal como Dea,
Domina, Sancta, Invicta, Servatrix, provando assim a sua importância.
Muitas vezes esta Deusa é representada com um ramo de cipreste.<br />
Ataegina era venerada na Lusitânia e na Bética, onde existiram santuários
dedicados a esta Deusa, especialmente em Turóbriga, de onde seria
natural, cidade que segundo Plínio se situava na Beturia Céltica, região
na margem do rio Guadiana. Também em Elvas (Portugal), Mérida e
Cáceres, na Extramadura espanhola, além de outros locais, especialmente
perto do Rio Guadiana, esta Deusa era venerada. Ela era uma das
principais Deusas em locais como Myrtilis (Mértola dos dias de hoje),
Pax Julia (Beja), ambas cidades em Portugal.<br />
<br />
História de Ataegina e Endovélico<br />
<br />
No Equinócio de Outono,
celebra-se o ritual que representa a descida de Ataegina ao Submundo.
Segundo o que nos conta a tradição, Ataegina desce ao Submundo, em busca
de Seu Amado Endovélico, que havia sido morto por um grande javali (que
simboliza as Forças da Destruição, que desfazem a forma para que a
essência possa renascer). Ataegina desce e encontra-se com seu amado,
agora Senhor do Mundo dos Mortos: Enobólico, o Muito Negro. Ela, que é a
força que a tudo vivifica, ao mergulhar nas trevas da Morte, abandona o
Mundo dos Vivos à escuridão. <br />
A imagem da Deusa fica sobre o altar nos meses claros
do ano, mas no Equinócio de Outono, ritualiza-se a descida de Ataegina,
guardando com segurança a imagem da Deusa, junto com a imagem de
Endovélico, que é também guardada na véspera, quando se ritualiza a
morte e descida do Deus ao Submundo, pela força do Javali Negro. Os
ícones dos Deuses ficam guardados no sacrário durante os meses escuros e
só são retirados seis meses depois, no Equinócio de Primavera, a Festa
do Desabrochar da Vida.<br />
Sempre que Ataegina desce, confio à Deusa e
Senhora Nossa as sementes de meus sonhos. Pois Ataegina é, então, a
própria Semente: que em busca de florescer novamente em Amor e Beleza,
junto a Seu Amado, se enterra no Ventre Sepulcral da Terra Mãe. A
semente, debaixo da terra, será roçada pelas Forças de Destruição do
Submundo, que farão a casca da semente se putrefazer. Nesse processo,
ela passará por dor e medo, numa verdadeira alquimia, no Caldeirão da
terra, vermes e humidade do Ventre da Velha Dana. E deste caos germinal,
surgirá o broto verde que se elevará, em busca do Sol: Endovélico (o
que floresce), que aí sim, terá voltado a brilhar sobre a superfície. O
broto crescerá, recebendo os beijos cálidos de Endovélico. O botão logo
se mostrará por entre as folhagens, e eis que, no tempo certo,
florescerá, e a Deusa, assim, retornará aos seus filhos, a Renascida, a
Flor plena de Vida, Alegria, Beleza e Amor, Ataegina!<br />
E junto com a
Deusa, florescerão os sonhos que este filho devoto lhe confiou, e que
junto com Ela, festejará a realização de cada um deles, assim como
também aprenderá com Ela sobre a não realização daqueles que não
vingarem, pois Ataegina é Senhora da Terra, da Lua e do Submundo, Deusa
Tripla que reina sobre todos os Mundos, e que conhece o que vai nas
profundezas subterrâneas de nosso inconsciente, no íntimo de nossa alma,
e Sabedora disso, concederá sempre os frutos apropriados para a nossa
colheita. Endovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7229325974144963166.post-49379510172817443612014-06-05T06:49:00.002-07:002017-05-12T08:07:57.578-07:00Trebaruna<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-XH6esLTGVR8xnv3D1_qfbLB4xXTsyCc9bgQzUz-1L4vUQVTz6LcF530hM-9N4rsMXWTDfX_iVRKMZozrFjbDfJ60pdLbHGHFnkIzS16YaQnU8D982bB-l9KNCeTgTODn14L-ppdw9s7e/s1600/trebaruna.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-XH6esLTGVR8xnv3D1_qfbLB4xXTsyCc9bgQzUz-1L4vUQVTz6LcF530hM-9N4rsMXWTDfX_iVRKMZozrFjbDfJ60pdLbHGHFnkIzS16YaQnU8D982bB-l9KNCeTgTODn14L-ppdw9s7e/s1600/trebaruna.jpg" width="232" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
TREBARUNA – Deusa cujo nome significa, segundo Leite de Vasconcelos,
“Segredo da Casa” ( do celta “Trebo” = Casa, Lar, e “Rune” = Segredo,
Mistério ). </div>
<div style="text-align: justify;">
Trebaruna seria assim o Espírito do Lar, uma deusa
Doméstica, passando depois para a sua função mais conhecida de Deusa
Guerreira, da batalha e da morte em batalha. Não vemos, no entanto, a
necessidade de qualquer transformação da parte da Deusa, no sentido de
uma evolução de Guardiã do Lar para Deusa da Guerra: as duas funções
podem perfeitamente coexistir o tempo todo na mesma mesma Divindade.
Isto faz com que seja considerada uma versão lusitana das Deusas
célticas da Guerra e da Magia: Morrigú, ou Morrighan, Macha e Badb
Catha.</div>
<div style="text-align: justify;">
Trata-se de uma Divindade adorada pelos lusitanos, assim como
também pelos romanos invasores com um profundo respeito, como atestam as
várias inscrições em aras votivas encontradas pela península, como a de Cáceres, datada de entre os séculos I e II d.e.c. ( depois da era
comum ): “<i>A AUGUSTA TREBARUNA Marcus Fidius Macer filho de Fidius e
inscrito na tribo Quirina magistrado III vezes duúnviro II vezes
intendente das construções</i>”.</div>
<div style="text-align: justify;">
O que chama a atenção é o epíteto “AUGUSTA”,
particularmente evocativo de grandeza. O lobo é uma zoofania própria de
Trebaruna.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIfbRFQvIbvRCm7eHiloyy-DUEJNKEwVC1KzQLwMVLsjxA1I1o1ElUH_74fnsl-mg50xk-NmBOIDna5fZF5lxC9pXSAyJ4TRt17JKXD64RNT05B1wQOytPQ3Jj9neae8QxLGIAshgsn6Is/s640/Trebaruna.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIfbRFQvIbvRCm7eHiloyy-DUEJNKEwVC1KzQLwMVLsjxA1I1o1ElUH_74fnsl-mg50xk-NmBOIDna5fZF5lxC9pXSAyJ4TRt17JKXD64RNT05B1wQOytPQ3Jj9neae8QxLGIAshgsn6Is/s320/Trebaruna.jpg" width="189" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Dois altares dedicados à deusa já foram encontrados em Portugal, um em Proença-a-Velha (antigamente Egitânia) e outro em Lardosa. Este último tinha as inscrições "TREBARONNE VS <i>(votum solvit)</i> OCONUS OCONIS F <i>(filius)</i>", ou seja "<i>A Trebaruna confirmou seu voto Oconus, filho de Oco</i>". No sítio arqueológico de Cabeço das Fráguas, localizado no município de Guarda, há uma figura que mostra o sacrifício de uma ovelha com a inscrição "Trebarune", sendo que a terminação "-e" indicava o caso dativo do lusitano. </div>
Endovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7229325974144963166.post-10739956103233803412014-05-16T06:14:00.002-07:002017-05-12T08:08:52.349-07:00 Cromeleque da Portela de Modos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaQ4BFINGPxmJq4WP1maJoUpdQs3hI9M524HERgdIrsjvIPlnBg_xgVVY1hz-z2TkxsKxM7ABxuAeUaRXGbtpQQkWOjGwzWN-rS8LQVx6dMRG9w0hWsWW4B60BjGTb5pXRfjm0L6sH16o/s1600/RAW0124a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="255" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaQ4BFINGPxmJq4WP1maJoUpdQs3hI9M524HERgdIrsjvIPlnBg_xgVVY1hz-z2TkxsKxM7ABxuAeUaRXGbtpQQkWOjGwzWN-rS8LQVx6dMRG9w0hWsWW4B60BjGTb5pXRfjm0L6sH16o/s1600/RAW0124a.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Este monumento é composto por cerca de 40 menires executados em blocos
afeiçoados em granodiorito, mantidos verticalmente através da sua
colocação em fossas coroadas á superfície com pequenos blocos pétreos.
Apresentam-se formalmente divergentes entre si, seja ao nível da
dimensão como da morfologia, embora pareça predominar a forma ovóide.
<br />
A maioria destes menires encontra-se disposta ao longo de uma elipse irregular - orientada, <i>grosso modo</i>,
no sentido E.-O. -, com cerca de 15 m no seu eixo maior, ao passo que no
seu eixo menor apresenta aproximadamente 12 m. É no interior desta elípse externa
que se encontram colocados longitudinalmente 5 menires, definindo o
maior deles o eixo N.-S. <br />
A nível de ornamentação, alguns destes menires
apresentam uma decoração realizada á sua superfície, previamente alisada
para o efeito. No seu conjunto, visualizam-se as tradicionais
"covinhas" no topo de três dos menires deste vasto monumento, enquanto
noutros se observa um notório ecletismo temático e formal dessa mesma
gramática decorativa, correspondente a diversas fases da sua edificação e
fruição: báculos executados em relevo, conjuntos de linha incisas,
ziguezagueantes e onduladas. De realçar será ainda o facto destas
últimas representações surgirem sempre associadas a semicírculos e a
representações antropomórficas.
Para além destas temáticas, identificaram-se ainda representações
solares precisamente no menir de maiores dimensões, ou seja, aquele que
se encontra no centro da elipse interna do monumento.<br />
Ainda em relação ao programa decorativo deste cromeleque,
constatamos a presença de representações antropomórficas, figurando o
nariz e os olhos de maneira circular em quatro dos seis menires de forma
estelar, designados também de "estátuas-menires". Para além disso, uma
destas estelas apresenta uma singular representação dos seios.
<br />
De realçar será ainda o facto de, em conjunto com dois monólitos
pertencentes ao cromeleque dos Almendres, estas autênticas
"estátuas-menires" revelam-se as primeiras estruturas deste tipo
encontrados nesta zona e, na verdade, os únicos localizados "in situ" em
toda a Península Ibérica.
<br />
Com efeito, trata-se de um caso singular de sobrevivência de um
cromeleque com a mesma função religiosa para lá da sua construção
inicial durante o Neolítico Médio, embora pareça ter ocorrido a
destruição de alguns dos menires no Calcolítico, juntamente ao abandono
de algumas práticas mágico-religiosas que lhe teriam conferido razão de
ser. Assume-se de igual modo como o primeiro - até ao momento -, recinto
religioso ao ar livre atribuído à Idade do Bronze do Sudoeste
Peninsular, retomando, deste modo, as actividades mágico-religiosas para
as quais tinha sido de início concebido e construído.
<br />
De todos os menires constituintes deste monumento, apenas 10 se encontram <i>in situ</i>.
<br />
Desde 1995 que se tem vindo procedido a algumas intervenções de
restauro em todo este monumento. Delas, destacamos a anastilose
realizada nos menires fragmentados, assim como a recolocação de outros
12 nas suas primitivas fossas de sustentação.<br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;">Fonte: http://www.igespar.pt </span>Endovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7229325974144963166.post-69940352157926903652014-04-03T06:07:00.000-07:002017-05-12T08:13:13.166-07:00Os castros<!--[if !mso]>
<style>
v\:* {behavior:url(#default#VML);}
o\:* {behavior:url(#default#VML);}
w\:* {behavior:url(#default#VML);}
.shape {behavior:url(#default#VML);}
</style>
<![endif]--><br />
<!--[if gte mso 9]><xml>
<o:OfficeDocumentSettings>
<o:RelyOnVML/>
<o:AllowPNG/>
</o:OfficeDocumentSettings>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml>
<w:WordDocument>
<w:View>Normal</w:View>
<w:Zoom>0</w:Zoom>
<w:TrackMoves>false</w:TrackMoves>
<w:TrackFormatting/>
<w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone>
<w:PunctuationKerning/>
<w:ValidateAgainstSchemas/>
<w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid>
<w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent>
<w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText>
<w:DoNotPromoteQF/>
<w:LidThemeOther>PT</w:LidThemeOther>
<w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian>
<w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript>
<w:Compatibility>
<w:BreakWrappedTables/>
<w:SnapToGridInCell/>
<w:WrapTextWithPunct/>
<w:UseAsianBreakRules/>
<w:DontGrowAutofit/>
<w:SplitPgBreakAndParaMark/>
<w:DontVertAlignCellWithSp/>
<w:DontBreakConstrainedForcedTables/>
<w:DontVertAlignInTxbx/>
<w:Word11KerningPairs/>
<w:CachedColBalance/>
</w:Compatibility>
<m:mathPr>
<m:mathFont m:val="Cambria Math"/>
<m:brkBin m:val="before"/>
<m:brkBinSub m:val="--"/>
<m:smallFrac m:val="off"/>
<m:dispDef/>
<m:lMargin m:val="0"/>
<m:rMargin m:val="0"/>
<m:defJc m:val="centerGroup"/>
<m:wrapIndent m:val="1440"/>
<m:intLim m:val="subSup"/>
<m:naryLim m:val="undOvr"/>
</m:mathPr></w:WordDocument>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml>
<w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="true"
DefSemiHidden="true" DefQFormat="false" DefPriority="99"
LatentStyleCount="267">
<w:LsdException Locked="false" Priority="0" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Normal"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="heading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 9"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 9"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="35" QFormat="true" Name="caption"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="10" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Title"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="1" Name="Default Paragraph Font"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="11" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtitle"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="22" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Strong"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="20" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="59" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Table Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Placeholder Text"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="1" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="No Spacing"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Revision"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="34" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="List Paragraph"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="29" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="30" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="19" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtle Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="21" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="31" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtle Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="32" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="33" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Book Title"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="37" Name="Bibliography"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" QFormat="true" Name="TOC Heading"/>
</w:LatentStyles>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]>
<style>
/* Style Definitions */
table.MsoNormalTable
{mso-style-name:"Tabela normal";
mso-tstyle-rowband-size:0;
mso-tstyle-colband-size:0;
mso-style-noshow:yes;
mso-style-priority:99;
mso-style-qformat:yes;
mso-style-parent:"";
mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt;
mso-para-margin-top:0cm;
mso-para-margin-right:0cm;
mso-para-margin-bottom:10.0pt;
mso-para-margin-left:0cm;
line-height:115%;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:11.0pt;
font-family:"Calibri","sans-serif";
mso-ascii-font-family:Calibri;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-fareast-font-family:"Times New Roman";
mso-fareast-theme-font:minor-fareast;
mso-hansi-font-family:Calibri;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;}
</style>
<![endif]--><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.diarioliberdade.org/archivos/imagenes/articulos/0211b/180211_castro_vigo_virtual_colmo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="242" src="https://www.diarioliberdade.org/archivos/imagenes/articulos/0211b/180211_castro_vigo_virtual_colmo.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br />
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Na arqueologia,
um castro (<span style="font-family: "times new roman" , "serif";">castro</span>, castelo dos mouros, couto dos mouros, citânia, cividades,
castelejo, castelos) é um vestígio de uma povoação fortificada, muralhada com
uma ou mais fileiras de pedras, um ou mais fossos, e quase sempre no topo de um
cabeço, monte com cume arredondado e por vezes com encostas íngremes,
geograficamente adequado para o domínio da paisagem local e uma observação à
distância.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Os castros
eram núcleos populacionais concentrados, forçados a um isolamento defensivo. Este
é o <i>habitat</i> castrejo típico. Os seus povoados estavam instalados em
colinas de substrato granítico, e as populações castrejas utilizaram amplamente
este material, principalmente para a construção das muralhas, feitas de blocos
de granito toscamente recortados. O que é designado por "civilização do
granito”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Na <i>cultura
castreja</i>, as casas possuíam planta circular, com cerca de 5 metros de
diâmetro. As paredes eram formadas por pequenas pedras unidas com cascalho, sem
qualquer argamassa. Possuíam piso de saibro batido; no seu interior, uma
lareira no canto, revestida de argila, ao centro, um buraco para um poste que
suportava a estrutura da cobertura, de colmo, material perecível e de formato cónico. Na parte da frente um átrio, algumas vezes com um forno ou forja.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">A cultura
castreja localizava-se essencialmente nas zonas do Minho e Trás-os-Montes, a
norte do rio Douro. Para o período que compreende o auge da cultura castreja,
esta região era constituída por duas zonas culturais distintas: litoral (que
chamaremos <b>zona 1</b>) e interior (<b>zona 2</b>). O conhecimento destas
zonas é desigual; no litoral, com mais de 100 anos de escavações contínuas,
opõe-se o interior, quase que totalmente desconhecido. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Na região do
Minho o clima é húmido, com chuvas frequentes (até 3.000 mm anuais). A sua
geografia é entalhada por uma série de vales paralelos, com falésias
delimitando as praias estreitas. O solo, naturalmente pobre, tem a sua
fertilidade assegurada pela adubação de algas marinhas. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Trás-os-Montes
ocupa uma área montanhosa, região de forte erosão secular, com uma topografia
movimentada e de vales profundos como os de Tua, Tâmega e Sabor. Os rios correm
por escarpas com altitudes superiores a 1.200 metros. Tal relevo, que assistiu
ao surgimento da cultura castreja em território lusitano, explica em parte seu
isolamento em pequenos núcleos populacionais.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Para a <b>zona
1</b>, o castro mais famosos é o da Cividade do Terroso, na Póvoa do Varzim e
Viana do Castelo, este último com a escavação de uma pequena necrópole no
interior de um núcleo familiar. Existe um desconhecimento sobre as necrópoles
do período. Pressupõe-se que os rituais funerários castrejos envolvessem a
cremação, devido aos numerosos elementos que remetem ao mundo indo-europeu. As
escavações arqueológicas mostram <i style="mso-bidi-font-style: normal;">"...fossas
abertas no solo das habitações, forradas com pedras, no interior das quais se
guardavam urnas contendo as cinzas dos defuntos. Embora não seja possível
atribuir uma datação precisa a estas fossas funerárias, é admissível que
correspondam ao período de que tratamos".</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Com os actuais
dados arqueológicos e face à inexistência de necrópoles delimitadas a nível de espaço, podemos especular que a maior parte dos rituais fúnebres
castrejos se davam no interior do espaço doméstico, provavelmente com o intuito
de sacralizar a presença do antepassado, fortalecendo o núcleo familiar
celular, base da sociedade castreja. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">"...o
núcleo familiar parece emergir vigorosamente como célula-base da
sociedade"</i>. A permanência das cinzas enterradas em vasos na casa pode
nos sugerir a sacralização do espaço quotidiano, dessa forma "protegido"
magicamente contra as habituais invasões a que os castrejos estavam submetidos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Existem
divergências quanto à datação precisa do período que abrange a cultura castreja
no noroeste da Península. O seu apogeu situa-se na II Idade do Ferro (<i>post-halstático</i>)
entre os séculos III a.C. e I d.C. A criação dos castros propriamente ditos
deve corresponder aos movimentos migratórios da área indo-europeia da meseta e
das regiões meridionais, principalmente com as expedições de túrdulos e
turdetanos, descendentes dos antigos tartéssios, entre os séculos V e IV a. C.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Estas
expedições terão ocasionado uma instabilidade social em todo o território de
Entre- Douro e Minho, possibilitando o surgimento destas fortificações.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">A cultura
castreja sofreu influências externas distintas:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">1) Zonas meridionais
ibero-púnicas (inicio no Bronze Final);</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">2) Migração
dos túrdulos (reflectidas nas técnicas, nos motivos cerâmicos e na ourivesaria);</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">3) Influências
continentais (com o crescente deslocamento das comunidades indo-europeias).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">É difícil
estabelecer com precisão a intensidade com que cada cultura externa teve
influência sobre a cultura castreja. De qualquer modo, foi essa cultura de <span style="font-family: "times new roman" , "serif";">miscigenação</span> que existia quando os romanos chegaram. A partir da conquista
romana (que teve início em 205 a. C.) deu-se progressivamente a romanização da
cultura castreja, com a redistribuição e planificação urbanística dos castros
sob a vontade do invasor.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">A ocupação
cartaginesa no sul da Península (a partir de 237 a. C., com a invasão de <i>Hamilcar
Barcha</i>, m. 229-228 a.C.) e a II Guerra Púnica (218-201 a. C.),
principalmente com as batalhas de Sagunto (219, início da guerra, com a vitória
de Aníbal [<i>Anibal</i> ou <i>Hannibal</i>, 247-183 a.C.] no cerco à cidade),
Becula (208) e Ilipa (207) (vitórias de Cipião Africano [<i>Scipio Africanus</i>,
cônsul, 205 e 194 a.C.], com a conquista da Espanha para Roma) não influíram directamente na cultura castreja de Entre Douro e Minho, mais ao norte da
Península. Até 197 a.C., a dominação romana na Península se estendia numa faixa
a oeste que ia de Emporion (no nordeste) a Gades (no sul). A conquista só
terminou em 19 a.C., quando Agripa (<i>Agrippa</i>, m. 12 a.C.) dominou os
últimos focos independentes <span style="font-family: "times new roman" , "serif";">nas <span style="font-family: "times new roman" , "serif";">Astúrias</span></span>. Será a partir de então que se dará a
referida romanização da cultura castreja.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Um óptimo
exemplo da influência romana é a escavação de Citânia de Safins, em Paços de
Ferreira. Ela mostra-nos um extenso povoado castrejo, com duas redes de
muralhas à direita e uma divisão interna muralhada. A parte inferior da citânia
mostra os típicos núcleos habitacionais circulares castrejos, reordenados em
"bairros", em substituição ao "caos" anterior pré-romano.
Na parte inferior, observamos quase 40 núcleos familiares circulares, e
aproximadamente 15 núcleos quadrados. Estes últimos possivelmente foram
construídos após a reordenação romana, já que não fazem parte do <i>habitat</i>
castrejo anterior (numa posição divergente, José Hermano Saraiva relaciona as
casas de formato rectangular à invasão céltica, e sua subsequente miscigenação.
<i>Saraiva, 1991: 21</i>).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://www.ikdiagonal.com/backoffice/uploads/galeria_freguesias/721/IMG_0033%20-%20Panor_mica%20da%20Citania_1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="227" src="https://www.ikdiagonal.com/backoffice/uploads/galeria_freguesias/721/IMG_0033%20-%20Panor_mica%20da%20Citania_1.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Vista aérea
do <i>oppidum </i>de Safins.</span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">É importante
ressaltar que, pelos dados fornecidos pelas escavações, cada casa castreja
deveria reunir várias células familiares, ou uma família ampla, de 20 a 50
pessoas, constituindo uma unidade supra-familiar vasta. O geógrafo grego
Estrabão (c. 64 a. C.- 25 d. C.), oferece-nos um excelente panorama dos povos
peninsulares a quando da conquista romana. Estrabão é um autor que deve ser
utilizado com uma certa dose de prudência, principalmente quanto às suas apreciações
de teor etnográfico. A sua obra reflete a visão do conquistador, com todo o seu
desprezo pelas culturas bárbaras; a conquista romana é um imenso "esforço
civilizador" sobre as comunidades peninsulares.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">A sua
posição pró-romana já pode ser vista quando tenta explicar as origens da I
Guerra Púnica (264 - 241 a. C.); Estrabão afirma que era prática usual dos
cartagineses afogar qualquer marinheiro intruso, encontrado entre a Sardenha e
Gibraltar. Pirataria que, mais tarde, "explicaria" moralmente a luta
contra os púnicos (Strabo, <i>Geography</i>, XVII, 1, 19). Essa guerra
ideológica seria imortalizada mais tarde com a frase de Catão, o <i>Velho</i>
(Cato, 234 - 149 a. C.): <i>Ceterum censeo delendam esse Carthaginem</i> (E
também penso que Cartago deve ser destruída).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Para
ressaltar a importância da "chegada da civilização", Estrabão realça
o barbarismo destes iberos pré-romanos, afirmando que muitos viviam em cavernas
e choupanas, dormindo no chão e lavando os dentes com urina choca (Strabo, III,
4, 16). Podemos observar a distribuição dos povos que habitavam a Hispânia
pré-romana, de acordo com descrição de historiadores e geógrafos gregos e
romanos (<i>Atlas Histórico - edição especial para Encyclopedia Britannica do
Brasil Publicações Ltda, </i>MCMLXXXVI: 23). Mas esta é uma classificação
étnica simples e que apresenta vários problemas. Estrabão e Plínio, o <i>Velho</i>
(23/24-79 d. C.), por exemplo, muitas vezes tecem considerações genéricas sobre
povos distintos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">A norte do
rio Douro (zona 1), era o território de um grupo de etnias designadas
genericamente pelo nome de Calaicos, palavra relacionada com <i>kelticoi</i>,
nome que os Romanos davam aos Celtas e que veio a dar o termo galegos (Saraiva,
1991: 22).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Nesta área
litoral castreja, encontram-se divergências entre Plínio, o <i>Velho</i> e
Estrabão: o primeiro dá os nomes dos povos que ali viviam (bibalos, celernos,
calaicos, equesos, límicos, querquenos, além de outros); o segundo afirma que
os habitantes do norte do rio Douro eram lusitanos, e que somente após a
conquista romana se passaram a chamar Calaicos. Para um melhor entendimento,
sempre que se refere os calaicos como povo pertencente à cultura castreja,
está-se também a referir outras etnias da mesma região, que desenvolveram uma
cultura semelhante e o mesmo modo de habitação.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Os núcleos supra-familiares castrejos possuíam provavelmente chefes, vitalícios ou nomeados
provisoriamente. Na Citânia de Briteiros, em Guimarães, as escavações
arqueológicas encontraram uma grande construção circular (11 m de diâmetro),
com bancos corridos em volta, implantada num local mais afastado das habitações
familiares Já foram levantadas as seguintes hipóteses para a utilidade de tal
monumento:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">1) Um
conselho de anciãos (sem se saber, no entanto, se existiam antes da conquista
romana ou se foi uma implantação criada pelo poder romano);</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">2) Alguma
instituição ligada à administração de cada povoado.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">3)
Simplesmente para o efeito de reuniões familiares, embora de maiores dimensões.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Com a
conquista romana, os povoados castrejos receberam a designação de <i>castellum</i>
(com a abreviatura epigráfica da letra C invertida). A partir de então o
habitante do castro desceu do cabeço e, num processo abrupto, foi obrigado a converter-se
num agricultor dominado, além de trabalhar para o Império Romano nas
construções públicas (pavimentações, fortificações, vias, pontes, etc. - uma
das mais perfeitas pontes romanas construídas no <span style="font-family: "times new roman" , "serif";">actual</span> território português é a
de Alcântara [a <i>Norba Cesarina</i> do período romano], com arcos de 100 pés
de altura e 180 de largura). Como descreve Serrão: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">"... após o assassínio do caudilho Viriato e a repressão brutal e
sangrenta exercida pelas tropas de Júlio Bruto, irrompendo até a Galiza, o
habitante dos castros, simultaneamente pastor e guerreiro, bisonho e bravio,
foi, por fim, obrigado pela força das armas a descer à planície aberta e a
submeter-se à disciplina e à lei do invasor, tendo de depor o escudo e a espada
curta…”</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Apesar das
discussões referentes à existência de um conselho de anciãos, não há dúvidas
quanto à autonomia de cada povoado em relação aos outros. Os Calaicos não
possuíam nenhum tipo de instituição superior para punir actos ou leis de cada
povoado. Um verdadeira fragmentação de poder, bem caracterizada nos votos
religiosos encontrados, quando os calaicos identificavam a sua origem <i style="mso-bidi-font-style: normal;">"pelo nome do povoado que tinham
nascido" ("ao contrário do que sucedia em outras regiões da área indo-europeia
peninsular".</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Estrabão
fala de festas familiares que os calaicos faziam em certas noites de lua cheia,
provavelmente associadas a rituais religiosos. Conhece-se uma divindade, de
nome Larouco, particularmente venerada na região de Vilar de Perdizes, em Vila
Real. É também conhecida a rápida propagação do culto a Júpiter, e a associação do deus Marte a algumas divindades locais. A inexistência de
santuários sugere um culto ao ar livre, em contacto directo com a natureza. Todas
as construções específicas para um culto religioso foram construídas após a
ocupação romana, o que não significa necessariamente que não possuíssem algum
tipo de sacerdote, ou grupo sacerdotal.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Estrabão
conta que as populações castrejas comiam pão de bolota durante a maior parte do
ano. As suas actividades dominantes eram o pastoreio e a recolecção. As
mulheres trabalhavam nos campos, os homens apascentavam o gado. Os calaicos
ainda se envolviam em incursões de pilhagem nos territórios vizinhos. Tinham
pouco vinho, apenas era utilizado em festividades para fins de sociabilidade,
"...produziam, no entanto, uma bebida fermentada, à base de frutos.
Desconheciam o azeite e usavam a manteiga como gordura alimentar e,
provavelmente, para outros fins. Não é de excluir, também, a utilização do
linho como oleaginosa alimentar". </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Segundo ainda
Estrabão, os calaicos utilizavam também o comércio marítimo: "<i style="mso-bidi-font-style: normal;">barcos revestidos de couro e com estrutura
de madeira utilizados pelos povos setentrionais"</i> <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A arqueologia encontrou joias de ouro
fabricadas localmente. Os recursos minerais (ouro e estanho) estimularam o
interesse romano pela região (Roma já conhecia a riqueza mineral peninsular
desde a dominação cartaginense no sudeste, principalmente entre a I e a II
Guerras Púnicas. Com a vitória, os minérios hispânicos [ouro, prata, cobre,
estanho, ferro, chumbo] passaram a enriquecer Roma, depois de ter enriquecido
Tiro e Cartago).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">A cerâmica
pode se prestar a equívocos; foram encontrados vasos gregos (ânforas e outras
de influência púnica) em vários castros (um deles, a Cividade do Terroso).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Quanto à
cerâmica local, encontraram-se recipientes sinuosos, feitos geralmente com
pastas grosseiras e com motivos geométricos feitos com incisão ou com matrizes
de desenhos variados. Encontraram-se também os primeiros vasos com o auxílio do
"torno lento" (fabricação manual) relacionada com o moinho manual
giratório, uma aquisição tecnológica do período.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Estrabão
refere-se à utilização da madeira como uma forma de artesanato. Aqui a
arqueologia confirma a fonte documental: no castro de Santo Estêvão da Rocha,
em Ponte de Lima, recolheram-se alguns fragmentos destes recipientes de
madeira, apenas por sorte, pois a madeira é de difícil conservação, ao
contrário da cerâmica ou qualquer tipo de metal.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">
</span><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">O Guerreiro
calaico de Boticas</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.cm-boticas.pt/noticias/img_9372.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="153" src="https://www.cm-boticas.pt/noticias/img_9372.jpg" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;"><br />
"O Guerreiro consiste num monólito antropomórfico esculpido, erecto.
Apresenta-se vestido com "sagum" (saio exuberantemente decorado com
motivos geométricos de círculos concêntricos encadeados e axadrezados), com decote
em V e manga curta, cingido por um cinturão com quatro nervuras paralelas. A
cabeça é proporcionada, exibindo um cabelo curto e deixando livres as orelhas,
barba e bigode. Austenta as seguintes armas: "caetra" redonda e plana
(típico escudo redondo), com umbo, com decorações do tipo
"labirinto", que segura na mão esquerda com correias cruzadas no
antebraço, e na mão direita empunha um punhal triangular curto, com pomo
discoidal, introduzido numa bainha com o conto de perfil circular e linhas
transversais de possíveis travessas. Usa no pescoço um torque (peça de
ourivesaria típica nos guerreiros da época), com aro aberto e em cada braço,
uma "víria" de três toros (espécie de pulseira). O Guerreiro Calaico
ou Castrejo é o expoente máximo da Arqueologia Nacional e representa, segundo alguns
autores especialistas nesta matéria, a imagem da divindade e o carácter
guerreiro das civilizações castrejas que habitaram a nossa região." </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Na
metalurgia, os calaicos demonstraram grande especialização, principalmente com
o bronze e o ouro. Utilizavam uma espada curta, com cabo de bronze (encontrada
na Citânia de São Julião, em Vila Verde) e facas de lâmina curta, encontradas
na Citânia de São Julião, no Castro de Santa Marta das Cortiças (Falperra, em
Braga) e no Castro da Baiza (Avintes, em Gaia). Aqui também se confirma
Estrabão, que afirma que os lusitanos ainda combatiam com lanças de bronze.
Provavelmente só após a conquista romana a civilização do ferro introduziu-se
na região. José Hermano Saraiva afirma que o ferro foi introduzido na região
com a invasão celta, no I milénio a. C. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Carvalhelhos
é uma aldeia que pertence à freguesia de Beça, concelho de Boticas. Situa-se a
800 m de altitude, 27 km a Sudoeste de Chaves. Portanto, em Trás-os-Montes,
região tipicamente castreja, como vimos anteriormente.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://ptphoto980x880.mnstatic.com/carvalhelhos-castro_361604.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="266" src="https://ptphoto980x880.mnstatic.com/carvalhelhos-castro_361604.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Castro de Carvalhelhos</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">O castro foi
"descoberto" por J. R. dos Santos Júnior em 1950, quando descia o
caminho que vem de Lavradas para Carvalhelhos. Visível a olho nu, a muralha
castreja estava quase toda derrubada (as pedras foram utilizadas pela população
local para a construção de casas). Nos anos seguintes foram realizadas ao todo
cinco escavações arqueológicas (1951, 1952, 1953, 1956 e 1957). Para não nos debruçarmos
detalhadamente em cada uma delas, faremos um breve comentário acerca dos
achados materiais no castro de Carvalhelhos. São os seguintes:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">1)
Fragmentos de cerâmica, basicamente 03 tipos: a} pouco espesso e de tonalidade
escura (o mais abundante); b} pouco espesso e de tom claro, e c} textura
gran<span style="font-family: "times new roman" , "serif";">ulosa</span>, face interna clara e externa escura;</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">2) Minério
de ferro (3 pedaços) e um cristal de pirite de ferro do tamanho da cabeça de um
dedo;</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">3) Duas
moedas: um vintém de D. Luís (encontrada na muralha) e outro vintém de D.
Carlos (na casa rectangular, que falaremos mais à frente).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">O castro de
Carvalhelhos é conhecido na região como <span style="font-family: "times new roman" , "serif";">castro</span>, ou couto dos mouros. O castro
de Carvalhelhos está enquadrado no decreto no. 38.941, de 06 de Novembro de
1951 - o castro sofreu uma série de assaltos realizados pelas populações locais
com o intuito de utilizar as pedras para construção de casas. "...um habitante de Carvalhelhos
de nome Alexandre Alves começou a fazer uma casa e que quatro carreiros ao
serviço do mesmo, cada um com seu carro de bois, tinha ido ao castro buscar
pedras e as tinham arrancado da muralha reconstru<span style="font-family: "times new roman" , "serif";">í</span>da e das casas redondas descobertas..." . O indivíduo foi processado, mas não foi condenado a
repor as pedras.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Com
subsídios arrecadados por órgãos governamentais, as escavações puderam
descobrir uma parte da muralha (50 m) na zona sul, além de três casas
circulares e uma rectangular.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Numa parte
da muralha externa foi encontrada uma "porta", com 88 cm de largura,
e uma segunda "porta" interna (chamada de porta principal), de 1,40 m
de largura. Foram encontradas ainda vestígios de três muralhas - um habitante
da região afirmou que existiam 7 muralhas no castro, antes das depravações.
Outra "porta" foi escavada (chamada pelos populares de cavalo dos
mouros), do outro lado do riacho que corre no sopé.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Um aspecto
interessante deste castro foi a descoberta de pelo menos dez rampas de acesso à
muralha. É um dado que afirma o desenvolvimento arquitectónico do castro. Como
no trabalho de J. R. dos Santos Júnior não foram feitas datações, podemos supor
que a construção castreja seja num período mais recente, ou até mesmo que tenha
sido novamente utilizado pelas populações do alto medieval. Isso quase que
antecipa as conhecidas pontes elevatórias dos castelos medievais. <span style="font-family: "times new roman" , "serif";">Demograficamente</span>, também pode sugerir um crescimento populacional. São
conjecturas possíveis, até termos uma datação mais precisa (como o trabalho
aqui pesquisado é de 1957, existe a possibilidade do castro já ter sido datado
pelos arqueólogos, e não ser do nosso conhecimento).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">O castro de
Carvalhelhos possui uma tríplice linha de fossos, com aberturas que variam de 4
até 12 metros (aqui podemos ter a acção da erosão). Com as pedras fincadas
comentadas anteriormente (num total de cinco grupos - o maior grupo tem 18 a 20
m de comprimento por 3 a 4 m de largura, o menor, 3 m de comprimento por 2 de
largura.), o castro de Carvalhelhos era muito bem defendido, tendo caído
possivelmente por cerco prolongado (que trouxe consequentemente a fome dos
sitiados).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">O castro
situa-se numa zona granítica com xisto. A região do castro é rica em minério de
estanho e de volfrâmio. Foi encontrado ainda um "esconderijo"
(devidamente assaltado), próximo do cavalo dos mouros, que continha 200 quilos
de cassiterite (a cassiterite é um minério de estanho que, na antiguidade, teve
uma grande importância para a fabricação de objectos de bronze). As populações
castrejas, obrigadas a trabalhar sob o jugo de Roma, ocultaram deliberadamente
o minério para um aproveitamento posterior. É também provável que tenha
despertado o interesse romano, num cabeço próximo há vestígios de explorações
mineiras. Isso também viabiliza a hipótese de queda do castro por cerco - a
região de Trás-os-Montes foi uma das últimas a cair aquando da conquista
romana.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Mas é
durante o período muçulmano que encontramos os melhores indícios de ocupação
castreja. Aqui foi utilizada a onomástica para relacionar a ocupação com longas
tradições locais que perpetuam (muitas vezes sem o saber) essa lembrança.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">As
coincidências onomásticas permanecem, mesmo tratando-se de áreas distintas,
separadas pelos Pirenéus.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Dessa forma,
não é de se estranhar que exista a possibilidade do uso do castro até para a
construção de uma fortaleza, utilizando a posição privilegiada, além do
material granítico, já trabalhado em forma de bloco. Assim, podemos colocar a
questão da longa permanência do castro como local de resistência, enraizado na
sua geografia. Sem nos levarmos pelas antigas posturas nacionalistas ("Nos
castros implantam-se velhas raízes da nacionalidade portuguesa, o estudo do
castro é o estudo de uma longa tradição de isolamento, de resistência cultural
ibérica, onde os povos lusos sempre se opuseram ao que veio de fora, ao
"outro".</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-size: x-small;"><b><span style="font-family: "times new roman" , "serif";">Bibliografia:</span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-size: xx-small;"><i><span style="font-family: "times new roman" , "serif";">Arqueologia e História (Associação dos Arqueólogos
Portugueses</span></i><span style="font-family: "times new roman" , "serif";">), 10 volumes, Lisboa, 1922-1932.</span></span></div>
<span style="font-size: xx-small;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: "times new roman" , "serif";">FABIÃO, Carlos. "O passado proto-histórico e
romano - A II Idade do Ferro". <i>In</i>: MATTOSO, José (org.). <i>História
de Portugal - Antes de Portugal</i>. Lisboa: Editorial Estampa, s/d.</span></span></div>
<span style="font-size: xx-small;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: "times new roman" , "serif";">LOT, Ferdinand. <i>O fim do mundo antigo e o princípio
da Idade Média</i>. Lisboa: Edições 70, 1985.</span></span></div>
<span style="font-size: xx-small;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: "times new roman" , "serif";">MATTOSO, José. <i>Identificação de um País - ensaio
sobre as origens de Portugal (1096-1325</i>). Lisboa: Editorial Estampa, 1985.</span></span></div>
<span style="font-size: xx-small;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: "times new roman" , "serif";">SARAIVA, José Hermano. <i>História concisa de Portugal</i>.
Lisboa: Edições Europa-América, 1991.</span></span></div>
Endovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7229325974144963166.post-67516053979372656102014-02-28T07:24:00.002-08:002017-05-12T08:16:46.563-07:00Lenda da origem do vinho na Lusitânia<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://wehavekaosinthegarden.files.wordpress.com/2012/02/joao-jardim-baco.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://wehavekaosinthegarden.files.wordpress.com/2012/02/joao-jardim-baco.jpg" width="300" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Um dia há muito anos Baco fez uma visita ao seu amigo Endovélico, o Deus
da Lusitânia.<br />
Atravessou as serras e subiu penosamente ladeiras até
chegar a terras banhadas pelo rio Dão. Quando chegou a uma tosca cabana
de pedra e troncos, onde vivia um casal lusitano com um filho gritou:</div>
<div style="text-align: justify;">
Pelos Deuses dai-me de beber!</div>
<div style="text-align: justify;">
O lusitano entrou na cabana e regressou com uma caneca de barro cozida ao sol, cheia de água.</div>
<div style="text-align: justify;">
Água? Por acaso não tendes vinho?</div>
<div style="text-align: justify;">
O lusitano arregalou os olhos, coçou a barba e voltou-se espantado:</div>
<div style="text-align: justify;">
Não. Nós não sabemos o que isso é. Quereis vós comer? E sem esperar
resposta voltou com uma perna de cabrito montanhês. À despedida, Baco,
estava comovido pela franca hospitalidade do luso e disse-lhe:</div>
<div style="text-align: justify;">
Ainda um dia hás-de saber o que é vinho.</div>
<div style="text-align: justify;">
Alguns anos mais tarde os legionários vieram a casa do luso, e cada um
deles abriu uma vala e plantou uma videira. Quando partiram colocaram
uma tabuleta nos bacelos onde se poderia ler: "Baco oferece
reconhecido”.</div>
<div style="text-align: justify;">
Aquelas cepas foram crescendo em mais tarde deram saborosos bagos, cujo
suco lusitano espremeu para beber no Inverno numa comunhão de força e
rejuvenescimento, e assim daquelas uvas que eram uma delícia do bom
Baco, havia nascido o grandioso e salutar vinho do Dão.</div>
Endovélicohttp://www.blogger.com/profile/03783414756488339215noreply@blogger.com1