Na antiguidade a Palmeira possuía um significado especial conotado com a nobreza e a riqueza de um povo. Na Península Ibérica existiam muitas palmeiras e havia uma área de concentração
destas majestosas árvores a que chamavam Terra das Palmeiras, hoje conhecida
como Paloma, actual cidade espanhola.
A Palmeira era um dos
principais símbolos do Povo Konii/Konti e aparece representada em moedas
cunhadas nas antigas cidades peninsulares pré-romanas. Nalgumas dessas moedas
vê-se um cavaleiro que eleva um ramo de palma.
Na época Konii/Konti era
habitual decorar os herouns (estelas funerárias) com ramos de palmas em
homenagem ao defunto. Hoje, ainda se enfeitam as campas com flores, e podemos
especular acerca da ancestralidade das romarias que em Dia de Ramos levam o povo
a florir os cemitérios. Afinal, as “novas” religiões herdaram tanto das antigas,
politeístas, e estas dos tempos mais remotos, que não repugna considerar que uma
tradição proto-histórica ibérica tenha passado ao Médio Oriente e transmitida
aos hebreus. Assim teríamos a Festa de Ramos, com os seus tradicionais ramos de
palma, ainda hoje praticada em Israel. Tradição nada estranha aos costumes
árabes que igualmente homenageiam os seus mortos com deposição de ramos de palma
nas campas.
As palmeiras eram tão
importantes que os povos da antiguidade (nos reinos em que existiam estas
árvores), quando guerreavam, costumavam cortar os ramos das palmeiras do
inimigo, no intuito de conjurarem toda a espécie de infortúnios sobre as suas
hostes.
Das diversas espécies de
palmeira algumas chegavam a atingir porte considerável, na ordem dos trinta
metros de altura.
Tamareiras e Coqueiros e,
ainda, a palmeira do açúcar de cuja seiva se extraía o adocicado néctar e cujas
folhas, fervidas, serviam de alimento constituíam as espécies mais utilizadas na
alimentação. Também o tronco do Salgueiro (palmeira) era processado e
transformado em farinha da qual se produzia um pão sem fermento. Quase todas as
partes da palmeira eram utilizadas. Da fibra bruta se faziam vassouras, capachos
e cestas. A fibra, processada, era usada no fabrico de cordas fortes e linhas de
costura. Dos óleos da palmeira fazia-se manteiga e sabão.
Belas tigelas e outros
utensílios de cozinha, e até ferramentas, eram fabricados com a casca do coco.
Certas palmeiras produzem um tipo de madeira bastante resistente e impermeável,
daí a sua utilização na construção de embarcações. As suas sementes serviam para
fins medicinais ou, secas, tornando-se duras e transparentes, eram utilizadas na
confecção de colares de contas e outros adornos. Com as flores, brancas e
amarelas, faziam-se perfumes e enfeitavam-se os cabelos das mulheres.
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