Escavado no início dos anos setenta, o "Castro de
Fiães" ergue-se no topo do Monte de Santa Maria de Fiães, nas proximidades
da localidade com o mesmo nome. Presume-se ter existido naquele local uma cidade
celta denominada “Langobriga” (ou Lancóbriga) que é apontada como a possível
capital dos Turduli Veteres.
As escavações conduzidas no local, em 1971, incidiram essencialmente na área situada a nascente da capela de Nossa Senhora da Conceição, aí erguida posteriormente, num reflexo de práticas seculares de reutilização simbólica dos mesmos espaços por diferentes comunidades ao longo dos tempos, numa espécie de assimilação e sobreposição sucessiva de valores materiais e espirituais.
As escavações conduzidas no local, em 1971, incidiram essencialmente na área situada a nascente da capela de Nossa Senhora da Conceição, aí erguida posteriormente, num reflexo de práticas seculares de reutilização simbólica dos mesmos espaços por diferentes comunidades ao longo dos tempos, numa espécie de assimilação e sobreposição sucessiva de valores materiais e espirituais.
Os trabalhos então desenvolvidos permitiram colocar a
descoberto uma zona bastante revolvida, assim como exumar espólio
cronologicamente balizado entre os séculos IV e V d. C., correspondendo, por
conseguinte, a uma das fases de maior actividade registada até ao momento no sítio,
ainda que parte significativa da área de ocupação primitiva continue ocultada
pelo adro da referida capela (vide supra).
Com efeito, e apesar de alguns indícios (como fragmentos de cerâmica cinzenta com decoração brunida) apontarem para a construção inicial desta estação arqueológica em plena Idade do Ferro, por volta do séc. II a.C., nesta região do actual território português, a maioria dos artefactos encontrados confirmará a prevalência do período correlativo à ocupação romana, numa confirmação da sua relevância em termos estratégicos. É disso exemplo, para além dos vestígios de algumas estruturas, de aspecto tardio, a existência de fragmentos de cerâmica romana, nomeadamente de luxo, como a terra sigillata, de um dolium (recipiente cerâmico de grandes dimensões destinado a conservar e transportar alimentos) e de vestígios de materiais de construção, como no caso das tegulae, ou seja, de fragmentos de telha rectangular.
As sondagens realizadas já em 1980 permitiram localizar um troço da muralha erguida na primeira fase de ocupação do sítio, correspondente, precisamente, à Idade do Ferro (vide supra). Infelizmente, o castro apresenta-se actualmente destruído na sua quase totalidade em consequência da actividade exercida numa pedreira situada nas imediações, bem como pela edificação de uma moradia justamente no centro do monte em que se ergue o povoado.
Com efeito, e apesar de alguns indícios (como fragmentos de cerâmica cinzenta com decoração brunida) apontarem para a construção inicial desta estação arqueológica em plena Idade do Ferro, por volta do séc. II a.C., nesta região do actual território português, a maioria dos artefactos encontrados confirmará a prevalência do período correlativo à ocupação romana, numa confirmação da sua relevância em termos estratégicos. É disso exemplo, para além dos vestígios de algumas estruturas, de aspecto tardio, a existência de fragmentos de cerâmica romana, nomeadamente de luxo, como a terra sigillata, de um dolium (recipiente cerâmico de grandes dimensões destinado a conservar e transportar alimentos) e de vestígios de materiais de construção, como no caso das tegulae, ou seja, de fragmentos de telha rectangular.
As sondagens realizadas já em 1980 permitiram localizar um troço da muralha erguida na primeira fase de ocupação do sítio, correspondente, precisamente, à Idade do Ferro (vide supra). Infelizmente, o castro apresenta-se actualmente destruído na sua quase totalidade em consequência da actividade exercida numa pedreira situada nas imediações, bem como pela edificação de uma moradia justamente no centro do monte em que se ergue o povoado.
O “itinerário de Antonino” refere que na estrada romana que
ligava Olissipo (Lisboa) a Bracara Augusta (Braga) encontrava-se Langobriga a
18 milhas de Talábriga e a 13 milhas de Cale, distâncias que correspondem à
localização de Fiães, onde ainda hoje se pode vislumbrar restos do pavimento
dessa via no lugar de Ferradal.
Este interessante povoado parece corresponder ao Oppidum dos
Turduli Veteres, um povo antigo de celtiberos, e um dos grupos que pertencia
aos Lusitanos e situavam-se na margem sul do rio Douro.
A sua capital foi Langobriga actual monte Redondo em Fiães,
Santa Maria da Feira. Outras cidades atribuídas aos Turduli Veteres foram
Talábriga e possivelmente Oppidum Vacca (Cabeço do Vouga).
A ara descoberta no local e dedicada a “Iuppiter”
tenha sido, possivelmente, consagrada oficialmente pelo Oppidium (povoação):
IOVI O(ptimo) M (aximo) P (osuit) L (aetus) L
(ibens) ou P (osuit) L (angobriga) L (ibens)
No local foram recolhidas mais de 800 moedas,
predominantemente do Baixo Império e dois tesouros monetários do séc. IV d.C.
A necrópole do Oppidium foi destruída no séc.
XVIII e ficava situada onde hoje se ergue um complexo escolar.
Fontes:
Castro de Fiães: http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/3107.pdf
Notas arqueológicas: http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/artigo4302.pdf
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