A língua Lusitana ou Lusitânica, que
também se pode denominar de Lusitano moderno ou Neo-lusitano
(que na própria língua Lusitana se diz: Leukantu
ou às vezes de Leukaeke para Lusitânico
antigo) é a reconstruída língua nativa do povo
Lusitano. Hoje só algumas pessoas que vivem em pequenas comunidades
da Lusitânia falam esta língua, a moderna e reconstruída
língua Lusitana. A língua Lusitana hoje é uma
língua isolada pré-proto céltica que pertence
ao antigo grupo Ibérico da grande Família Indo-Europeia.
O Lusitano moderno é o único e o último idioma
sobrevivente deste antigo e há muito extinto grupo étnico
de povos pré-celtas Indo-europeus da Península Ibérica,
que no passado viveram em toda a Lusitânia e Ibéria,
tal como o é o povo nativo Lusitano. O povo Lusitano é
um povo mais antigo do que o basco, e é muito mais antigo
do que o povo mestiço neo-latino português, o povo
Lusitano poderá mesmo ser o povo vivo mais antigo da Europa,
talvez mais do que os gregos. A língua Lusitana não
pode ser confundida com a língua portuguesa, muito embora
a elite intelectual portuguesa denomine esta por vezes de Lusitana,
o que é errado. Por exemplo, Viriato um dos maiores heróis
nacionais do povo nativo Lusitano (que nem sequer foi incluído
na lista das cem figuras mais importantes portuguesas) nunca falou
a língua portuguesa. A língua portuguesa e a Lusitana
são duas línguas completamente diferentes que pertencem
a dois grupos étnicos diferentes de Portugal: os nativos
Lusitanos e os mestiços neo-latinos portugueses. Diga-se
de passagem que a língua dos portugueses, e ao contrário
da língua Lusitana, está hoje subordinada no plano
político e socio-cultural à sua variante brasileira,
pelo menos ortograficamente, porque assim as elites traiçoeiras
portuguesas o determinaram. Leukantu na língua Lusitana significa
a "língua ou fala da luz".
A língua Lusitana não é uma
língua artificial é sim uma língua étnica
reconstruída nos mesmos moldes ou forma de construção
seguida para a reconstrução da língua Córnica
na Grã-Bretanha (Cornualha), do Prussiano antigo na Lituânia
e Prússia Oriental (Kaliningrad) ou do Tasmaniano na Austrália
(Tasmânia), muito embora as técnicas para a sua reconstrução
fossem muitos similares a outras línguas europeias padronizadas
e unificadas a partir de dialectos vivos, como o Neo-nórdico
(Nynorsk) na Noruega e o Reto-romanico (Romansh) na Suíça. Embora não directamente relacionada, porque
foi apenas influenciada, há uma perceptível e evidente
influência léxica das antigas línguas Celtas,
Germânicas, Hititas e Fenícias no Lusitano, sem esquecer
o facto de outras línguas antigas e também agora extintas
terem igualmente influenciado o Lusitano. Devido ao facto de o idioma
Lusitano moderno só ter "nascido" recentemente,
o número de falantes que compreendem a língua não
ultrapassa os 20, enquanto podemos acrescentar cerca de mais 100
falantes não-fluentes na língua que tiveram um contacto
mais ou menos regular com a língua e que conhecem algumas
noções básicas ou mínimas para a sua
compreensão, mesmo que limitada, e que vivem em algumas comunidades
dispersas da Lusitânia. Porque só nos últimos
dois anos, a KOL entendeu começar a regularização
do ensino (não-oficial em Portugal) do Lusitano em pequenas
escolas móveis rurais das comunidades da região da
Lusitânia.
A antiga língua Lusitana (na verdade era
um conjunto de dialectos e de línguas faladas por um grupo
étnico-linguístico diverso e com as mesmas afinidades
culturais, sociais e religiosas) continuou a ser falada depois da
ocupação da Lusitânia em 25 a.c. até
ao final do século V ou início do VI em algumas partes
da Lusitânia. Só após uma feroz repressão
e ocupação da Lusitânia pelos Visigodos e por
outros povos bárbaros germânicos, é que a antiga
língua Lusitana se extinguiu, até e foi completamente
esquecida até ao século XX. Desde então, têm
havido algumas tentativas de fazê-la renascer.
O renascimento de facto do Lusitânico ou
da moderna língua Lusitana começou em 2001 quando
Endobelis Ampilua, o fundador da ACEL-Trebopala em 2004, um nacionalista
Lusitano descendente de uma família lusitana humilde, tratado
como cidadão de segunda classe no seu próprio país,
antigo exilado político nos primeiros tempos do bloco central
num país escandinavo, regionalista convicto e também
um entusiasta das antigas religiões e línguas celtas,
acabou o seu trabalho de reconstrução da língua
Lusitana. O propósito final do seu trabalho é conseguir
que a língua Lusitana se torne no futuro numa arma poderosa
ao serviço da unidade, da luta e da identidade étnica
do povo nativo Lusitano e da Nação Lusitana, hoje
em luta pela libertação da sua região traída
pelos caciques locais e que vive sob domínio e ocupação
colonial portuguesa.
O seu trabalho de reconstrução foi
largamente baseado em antigas palavras lusitanas, em nomes pessoais
e geográficos originados da antiga língua como ela
foi falada até ao I século da Era cristã, período
em que a língua nativa dos Lusitanos começou a ser
fortemente influenciada pelo latim dos romanos até se extinguir
completamente durante o período Gótico, quando estes
e a Igreja de Roma impuseram o latim sobre as populações
nativas da Lusitânia, que mais tarde com a assimilação
de muitas palavras nativas originou um criolo ou a actual língua
neolatina portuguesa. Embora mais tarde, em 2004, Endobelis Ampilua
tenha dirigido o seu trabalho na (re)construção de
uma segunda variante do Lusitano (o Leukantu), uma versão
dialectal gramaticalmente mais acessível, moderna, popular
e de fácil aprendizagem para o povo nativo Lusitano que tem
hoje (infelizmente) como língua-materna o português
e não a sua antiga língua, a variante antiga do Lusitânico
(o Leukaeke) continua a ser ensinada àqueles que já
tenham aprendido ou se iniciado no Leukantu. E embora ele tenha
interditado o ensino da língua Lusitana aos portugueses,
a outros estrangeiros e aos lusitanos que não assumem a sua
verdadeira identidade nacional lusitana, que renegam suas origens
e se consideram portugueses e aos que não aceitam o reconhecimento
oficial de uma Região Autónoma da Lusitânia
no nosso solar da Beira, de futuro esta situação poderá
ser alterada, mas só depois de o Estado português reconhecer
o povo nativo lusitano como entidade étnica distinta do povo
mestiço português, assim como reconhecer a Lusitânia
como entidade territorial autónoma dentro da República
Portuguesa. O Lusitânico ou o idioma Lusitano tem tido cada
vez mais procura (embora lenta, pois ainda não há
professores da língua suficientes) por uma parte da população
nativa lusitana.
Hoje, o Lusitânico ou moderno Lusitano que
tem duas formas ou variedades linguísticas, as diferenças
são essencialmente gramaticais, continuará assim por
mais alguns anos, com vista ao aperfeiçoamento da própria
língua. A forma ou versão erudita (Leukanturi) da
variante mais moderna do Lusitano (Leukantu), o "dialecto"
popular, continuará a ser a primeira a ser ensinada aos iniciados
da língua, só numa fase mais avançada se começa
a ensinar a variedade clássica ou antiga do Lusitânico
(ou Leukaeke). Serão estas duas variedades da língua
Lusitana que irão nos próximos anos marcar passo ou
determinar até que ponto o povo nativo Lusitano estará
aberto ou não em aprender e adoptar a língua dos seus
antepassados directos como um elemento determinante da sua identidade
étnico-cultural Lusitana e não-portuguesa. De momento
nas pequenas comunidades lusitanas dispersas um pouco pela região
da Lusitânia, os alunos de uma e de outra variedade dividem-se
em número semelhante nas suas preferências sobre qual
das variedades deveria ser escolhida oficialmente. Muito embora
a grande maioria dos nativos lusitanos estejam obrigados a aprender
primeiro o Leukantu, porque são poucos os alunos que falam
o Leukaeke, eles preferem este último "dialecto"
(mesmo não o falando) porque todos compreendem que apesar
da dificuldade (ou da falta de habituação) a esta
variante, ela é contudo, a que mais se aproxima da língua
antiga original. Só no futuro se poderá determinar
qual a melhor variedade da língua, se a erudita (com as regras
e os casos gramaticais da antiga língua) ou se a popular
(melhor compreendida e de mais fácil aprendizagem), será
o povo Lusitano a escolher.
Sendo uma língua recentemente reconstruída
e flexível (qualquer falante fluente pode incorporar novas
palavras) o Lusitânico hoje está em contínuo
melhoramento pelos seus falantes com a incorporação
de novas palavras principalmente para termos modernos como "computador"
por exemplo. Todavia, muitos cadernos e livros artesanais assim
como trabalhos literários têm sido publicados dentro
das comunidades nativas lusitanas e centros alternativos à
margem da sociedade oficial portuguesa nos últimos dois anos,
e assim será até ser criada uma Região oficial
da Lusitânia, e um número crescente de pessoas têm
vindo a aprender a língua com regularidade.
Desenvolvimentos recentes têm incluído o aparecimento
da música com canções em língua lusitana,
a feitura de pequenas folhas informativas e de cadernos de estudo
para estudantes em língua Lusitana, um pequeno número
de crianças lusitanas têm sido educadas e ensinadas
nas duas línguas da nossa região lusitana e assim
a língua é ensinada em algumas escolas móveis
lusitanas. Infelizmente a língua Lusitano só poderá
ter um incremento maior quando a nossa região e o nosso povo
nativo Lusitano conseguirem reconhecimento oficial por parte do
Estado português e apoio material das instituições
internacionais que apoiam as línguas minoritárias.
No início deste século XXI, um esforço
consciente foi feito pelo renascimento da língua Lusitana
de forma a torná-la um dia não muito distante na língua
oficial da Região da Lusitânia, usada, falada e escrita quotidianamente em todos os planos sociais Lusitânia.
O número de falantes, embora seja ainda muito reduzido, está
a crescer. Determinar um número exacto de falantes do Lusitano,
está dependente do nível de habilidade que estes têm
em expressarem-se na língua. O último recenseamento
interno da KOL (saído em Janeiro de 2009) mostrava que o
número de pessoas que sabiam o significado de algumas palavras
básicas, como por exemplo que "Leukitanea" significa
"Lusitânia", "Leukuir" significa "Povo
Lusitano" e que "Leukantu" significa "Idioma
Lusitano" eram mais de 1000 pessoas; o mesmo estudo (com base
no censo feito pela Confederação da União Lusitana)
mostra que cerca de 100 pessoas da comunidade nativa Lusitana têm
algum conhecimento de frases básicas embora não sejam
fluentes na língua; o mesmo estudo diz que o número
de pessoas capazes de manterem uma simples conversação
em lusitano seriam 20; o estudo também indicou de que seriam
até agora 4 as pessoas que falam fluentemente a língua
Lusitana, que seriam capazes de falar normalmente sobre todos os
aspectos da nossa sociedade, e que podiam ensinar a língua
aos estudantes mais novos.
O Lusitano existe na toponomia de alguns lugares
"portugueses", e o conhecimento da língua pode
ajudar a compreender o porquê ou o nome desses locais. Ainda
hoje muitos nomes usados pelos antigos Lusitanos são adoptados
para os filhos dos portugueses sem estes saberem da origem de facto
do nome, que pensam erradamente que é português ou
de outra origem estrangeira, "Macario", "Viriato",
"Melo", "Ana", etc, etc. Existe como já
se disse, um crescente interesse na aprendizagem da língua
lusitana, os trabalhos literários, a poesia e as canções
tradicionais em lusitano executadas nas comunidades nativas lusitanas
durante os dias festivos e encontros realizados pelos membros da
comunidade nativa lusitana são disso exemplo.
Fonte: Lusopédia